A Vermillio, plataforma de licenciamento e proteção de propriedade intelectual (PI) por meio de inteligência artificial, acaba de levantar US$ 16 milhões em uma rodada de financiamento Série A. O investimento foi liderado pela Sony Music Entertainment e pelo DNS Capital, com o objetivo de escalar as operações da empresa e desenvolver soluções que permitam a artistas, estúdios, gravadoras e outros detentores de direitos protegerem e monetizarem seus conteúdos em um cenário de crescente uso de IA generativa.
Fundada pelo empreendedor Dan Neely, a Vermillio já chamava a atenção do mercado por suas parcerias anteriores com a Sony Music e a agência de talentos WME. A plataforma utiliza uma tecnologia chamada TraceID, que rastreia e protege conteúdos, garantindo consentimento, atribuição e compensação adequados para criadores e detentores de direitos.
Com o novo aporte, a empresa planeja expandir suas operações e continuar desenvolvendo ferramentas que equilibrem inovação e proteção de PI.
Atuação da Vermillio no licenciamento de IA
A Vermillio se posiciona como uma das primeiras plataformas de IA focadas em licenciamento e proteção de direitos autorais. Seu sistema TraceID permite que detentores de propriedade intelectual gerenciem termos, condições e direitos de uso, ao mesmo tempo que exploram novas oportunidades de receita geradas pela IA generativa.
A tecnologia foi projetada para eliminar preocupações comuns em torno de consentimento, crédito e compensação, temas que ganharam destaque com o avanço das ferramentas de inteligência artificial.
Um exemplo prático disso foi a parceria da Vermillio com a Sony Pictures em uma campanha interativa do filme “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”. Os fãs puderam criar suas próprias versões digitais no estilo artístico da animação, e cada uma das 1,5 milhões de criações foi rastreada pelo TraceID, garantindo que a PI original dos cineastas fosse preservada.
Esse tipo de aplicação demonstra como a plataforma pode ser usada para engajar fãs e, ao mesmo tempo, proteger os direitos dos criadores.
Sony Music e a aposta em IA responsável
A Sony Music, uma das líderes do investimento, já havia colaborado com a Vermillio em projetos anteriores, como uma campanha envolvendo a banda The Orb e o músico David Gilmour, em parceria com a Legacy Recordings. Na ocasião, os fãs puderam remixar álbuns e criar artes originais, com a garantia de que os direitos autorais seriam respeitados.
Dennis Kooker, presidente de Negócios Digitais Globais da Sony Music, destacou que a empresa está focada em desenvolver casos de uso responsáveis para IA generativa, que protejam o trabalho de artistas e, ao mesmo tempo, criem novas oportunidades comerciais.
Ele acrescentou:
“Dan Neely e a equipe da Vermillio compartilham da nossa visão de que priorizar o consentimento adequado, a atribuição clara e a compensação justa para criadores profissionais é fundamental para desbloquear oportunidades de monetização nesse espaço.”
A parceria entre as duas empresas deve se expandir, com a Sony apoiando o desenvolvimento de plataformas seguras que beneficiem tanto inovadores tecnológicos quanto artistas e detentores de direitos.
Parcerias estratégicas e o futuro da Vermillio
Além da Sony Music, a Vermillio já conta com parcerias importantes, como a firmada com a WME em 2024. O acordo visa proteger clientes da agência contra roubo de PI e oferecer oportunidades para monetizar seus nomes, imagens e semelhanças (NIL, na sigla em inglês) por meio de licenciamento seguro de dados. Essa colaboração reforça o papel da Vermillio como uma ponte entre a indústria do entretenimento e as possibilidades trazidas pela IA.
Com o novo financiamento, a Vermillio planeja ampliar sua atuação e continuar desenvolvendo soluções que garantam o uso ético e seguro da IA generativa. Dan Neely, CEO da empresa, comemorou:
“Estamos estabelecendo um novo padrão para o licenciamento de IA — um que permite, de forma proativa, consentimento, crédito e compensação para oportunidades inovadoras.”
O impacto da IA generativa na indústria musical
O avanço da IA generativa tem gerado tanto entusiasmo quanto preocupação na indústria musical. Por um lado, a tecnologia abre portas para novas formas de criação e interação com fãs. Por outro, levanta questões sobre o uso não autorizado de obras protegidas e a falta de compensação justa para criadores.
Estima-se que o conteúdo gerado por IA possa causar perdas de até R$ 63 bilhões para criadores musicais nos próximos cinco anos, caso não sejam estabelecidos mecanismos de controle e monetização adequados.
Nesse contexto, plataformas como a Vermillio surgem como uma resposta às demandas do mercado por soluções que equilibrem inovação e proteção de direitos. A participação de grandes players como a Sony Music no financiamento da empresa reforça a importância estratégica desse tipo de tecnologia para o futuro da indústria.
