O Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Shell Brasil, lançou o edital do Programa Rouanet da Juventude. A iniciativa tem como objetivo expandir o acesso ao fomento cultural e garantir que jovens das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste possam desenvolver projetos em diversas áreas artísticas. O anúncio ocorreu no Clube do Choro, em Brasília, reunindo representantes do governo e do setor privado.
O programa pretende direcionar recursos para segmentos historicamente pouco contemplados, incentivando projetos em múltiplas linguagens culturais, como teatro, literatura, música, artes visuais, museus e jogos eletrônicos. A proposta também visa estimular o desenvolvimento socioeconômico nos territórios atendidos, consolidando a cultura como um setor relevante na geração de renda.
Fomento e inclusão no mercado cultural
Durante a cerimônia, o secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, destacou que o programa busca corrigir desigualdades no acesso ao incentivo cultural. Segundo ele, a Lei Rouanet tem sido um instrumento importante, mas ainda há espaço para avanços.
“O lançamento do Programa Rouanet da Juventude reforça a capacidade da criatividade, da inovação e da articulação para ampliar o alcance do instrumento, alcançando regiões e segmentos historicamente menos atendidos”.
Tavares também ressaltou o papel do setor cultural como um direito fundamental e a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão e a nacionalização da cultura.
“A cultura é uma dimensão essencial para o desenvolvimento do país, e programas como o Rouanet da Juventude garantem que os jovens tenham acesso a oportunidades de formação cultural que impactam o futuro da cultura nacional”, afirmou.
Henilton Menezes, secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, ressaltou que a juventude das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste enfrenta desafios específicos na área cultural. Ele destacou que a falta de infraestrutura e de suporte financeiro limita o potencial criativo desses territórios.
“A economia criativa é um campo propício para a inovação e a geração de renda, e é fundamental investir nessa área”, disse.
Parceria entre setor público e privado

A parceria entre governo e iniciativa privada foi um dos pontos enfatizados no evento. Monique Gonçalves, diretora de Relacionamento com o Governo do Grupo Shell Brasil, destacou a importância de colaborações desse tipo. A Shell, que já investe em projetos culturais no Brasil, reforçou seu compromisso com a inclusão de jovens no mercado criativo. “Acreditamos no potencial artístico da juventude brasileira como uma via de inclusão no mercado de trabalho. O edital Rouanet da Juventude será voltado para a formação e inclusão de jovens no mercado cultural e criativo. É uma alegria pensar no potencial que podemos impulsionar”, afirmou.
Ronald Santos, secretário nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República, ressaltou que a nova geração busca alternativas para se inserir no mercado de trabalho.
“Temos uma geração de quase 50 milhões de jovens que buscam oportunidades. Eles querem conhecer caminhos e enxergar neles a possibilidade de materializar seus sonhos. Vivemos em uma sociedade que enfrenta desafios e, talvez, uma das grandes ferramentas que temos seja a capacidade de consumir e produzir cultura”, comentou.
Critérios e valores do edital
O edital prevê que cada projeto selecionado receba até R$ 200 mil para execução. As propostas deverão contemplar a diversidade cultural do país e priorizar grupos em situação de vulnerabilidade ou sub-representação, como comunidades quilombolas, povos indígenas, pessoas LGBTQIAPN+ e moradores de periferias urbanas. Também serão incentivadas iniciativas que promovam a memória cultural de povos tradicionais e itinerantes.
A previsão é que os projetos aprovados recebam, além do aporte financeiro, suporte em capacitação e gestão. Isso inclui mentorias para que os participantes possam estruturar suas iniciativas de forma profissional e competitiva no setor cultural.
O evento de lançamento contou ainda com apresentações culturais e reuniu artistas que passaram por programas de formação semelhantes. A iniciativa reforça a busca por um mercado cultural mais diverso e acessível.