Spotify registra lucro de R$ 8,4 bilhões com aumento de assinantes

O Spotify fechou 2024 com lucro operacional impulsionado pelo crescimento da base de assinantes Premium e reajustes de preços.
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Nathália Pandeló
Spotify

Desde o lançamento em 2008, o Spotify buscava um modelo financeiro sustentável. Em 2024, a empresa alcançou seu primeiro ano completo de lucratividade, registrando um lucro operacional de R$ 8, bilhões. O crescimento da base de assinantes Premium e os reajustes de preços ao longo do período ajudaram a elevar a receita total da plataforma para R$ 94,4 bilhões.

Os dados constam no relatório de resultados do quarto trimestre divulgado pela companhia. No período, o número de usuários ativos mensais cresceu 12%, atingindo 675 milhões, enquanto os assinantes pagos aumentaram 11%, chegando a 263 milhões.

Impacto dos reajustes de preços

O aumento nas mensalidades do Spotify Premium foi um dos fatores que impulsionaram a receita. Nos Estados Unidos, o plano individual subiu de R$ 58,16 para R$ 63,97 em julho de 2023, seguido por outro reajuste para R$ 69,75 em junho de 2024. Apesar do acréscimo, a base de assinantes continuou crescendo, superando as projeções da empresa.

A receita proveniente de assinaturas Premium no último trimestre do ano alcançou R$ 22 bilhões, um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Spotify atribui esse resultado à combinação do crescimento na base de usuários e ao aumento no valor médio pago por assinante.

Expansão global e concorrência

Spotify anuncia novidades para criadores de podcasts - Daniel Ek

O crescimento da plataforma foi observado em todas as regiões, com destaque para a América Latina e mercados emergentes. Esses locais representaram uma fatia significativa dos novos usuários ativos mensais registrados no último trimestre de 2024.

Além do crescimento orgânico, a saída do TikTok Music pode ter contribuído para o bom desempenho do Spotify em mercados como Brasil, México e Indonésia. A descontinuação do serviço da concorrente ocorreu em novembro de 2024, possivelmente influenciando a migração de usuários para outras plataformas de streaming.

A empresa também menciona mudanças nos hábitos de consumo de música digital, com um aumento na adoção de serviços pagos. Plataformas concorrentes, como Apple Music e Amazon Music, também registraram crescimento no número de assinantes, embora os dados específicos dessas empresas não tenham sido divulgados.

Receitas com anúncios e novos produtos

Catálogo musical Spotify, playlists

Além das assinaturas, o Spotify também registrou aumento na receita com publicidade. A receita vinda do modelo gratuito, sustentado por anúncios, atingiu R$ 3,1 bilhões no quarto trimestre, refletindo um crescimento de 6% na comparação anual. A empresa citou o aumento no número de impressões vendidas como um dos principais fatores para esse avanço.

Entre os novos produtos, a plataforma investiu ainda mais em inteligência artificial para playlists personalizadas e em audiolivros, expandindo sua oferta de conteúdos. No entanto, a aguardada funcionalidade de áudio lossless, prometida há anos, ainda não foi mencionada no relatório financeiro.

O Spotify também está de olho no segmento de podcasts, um mercado que continua atraindo investimentos. A empresa reforçou parcerias com produtores de conteúdo e anunciou novas exclusividades para atrair mais ouvintes e anunciantes. Esse movimento faz parte da estratégia para diversificar fontes de receita e reduzir a dependência de assinaturas.

Perspectivas para 2025

Para o primeiro trimestre de 2025, o Spotify projeta um crescimento mais moderado, com expectativa de alcançar 678 milhões de usuários ativos e 265 milhões de assinantes Premium. A empresa também prevê um lucro operacional de R$ 3,1 bilhões e receita total de R$ 24,5 bilhões no período.

O CEO Daniel Ek afirmou que a empresa seguirá investindo em melhorias para o usuário e busca manter o equilíbrio entre crescimento e rentabilidade. 

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