O artista com 10.000 seguidores e nem 100 streams no trabalho novo. Um milhão de views no último TikTok mas nem 10 ingressos vendidos. Este cenário é cada vez mais frequente. O que houve? Vamos entender por que vivemos uma fase difícil para o artista que gastou energia e dinheiro atraindo seguidores nos últimos anos e hoje sofre com a priorização algorítmica de conteúdos relevantes e pensados para o consumo digital.
É sempre assim, surge uma nova rede social, pensamos “essa veio pra ficar”, todos começam a usá-la, as marcas veem, investimos tempo, dinheiro e expectativa e o que parece uma construção segura e rentável de público desmorona no surgimento de uma rede concorrente. Te juro, GenZ. O TikTok em 10 anos pode ser cringe (e você também). Isso vem de quem achava que o Facebook era imortal e olha ele aí, não servindo nem pra lembrar aniversário mais.
Não é que o Instagram esteja morrendo, mas a tendência dará no mesmo problema: sensação de perda do que foi construído.
Isso porque o algoritmo do Instagram tem focado muito mais no assunto dos conteúdos do que nos perfis que o usuário segue. Falo de um lugar de mãe que hoje tem o feed tomado por conteúdos de humor, educação ou debate sobre maternidade. Cadê o lançamento de disco do meu artista favorito? Não tem mais espaço pra isso quando o meu próprio consumo indica pro algoritmo que um vídeo de 6min sobre como fazer o bebê dormir a noite toda me prende mais.
Ponto de vista positivo: Conexões criadas não serão perdidas. O fã que gostou de você, tendo vindo pelo Instagram, Facebook ou Spotify, terá pré-disposição de te escutar novamente (você só precisa reencontrá-lo).
Ponto de vista negativo: Impactar os seus fãs pelas extintas redes sociais (hoje redes de conteúdo) vai depender de uma boa estratégia de produção de… conteúdo!
Ponto de vista propositivo:
1. Escolha um canal que não dependa de algoritmo para começar a alimentar. Trace uma estratégia clara pra ele. Algumas opções são: newsletter, grupo de Whatsapp e canal de transmissão. Se quiser saber mais sobre os canais de comunicação diretos, comente no post!
2. Esqueça conteúdos puramente promocionais para feed de Instagram ou TikTok e considere as diferentes interfaces das redes e seus propósitos. Se é um conteúdo que depende duma prévia relação do usuário com você, leve-o para o carrossel. Se for um conteúdo com alto potencial de engajamento por quem não te conhece, vamos de reels. Se for algo bem específico, stories.
3. Invista numa boa estratégia de conteúdos (seja pela mensagem, pelo humor, pela espontaneidade pela relação positiva ou negativa da audiência com aquela informação) e procure captar leads sempre que possível a partir desta estratégia
Então, passado 2025 e sua saturação de conteúdos, vamos focar em 2026 em: conexões reais (ou a cansada “construção de comunidade”) para além dos algoritmos.
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Marina Mattoso
Missão: contribuir para que artistas alcancem seus objetivos com clareza e responsabilidade.
Especialista em marketing digital musical, sócia da Jangada Comunicação, coordenadora do curso Marketing Digital para Artistas e colunista deste portal Mundo da Música.









