Taylor Swift encerra 2024 com a turnê mais lucrativa da história; entenda o sucesso da ‘The Eras Tour’

A turnê de Taylor Swift, com 149 shows e milhões de ingressos vendidos, superou US$ 2 bilhões em faturamento.
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Nathália Pandeló
Taylor Swift teve a turnê mais bem sucedida de 2024 - Crédito iHeartRadioCA
Taylor Swift teve a turnê mais bem sucedida de 2024 (Crédito: iHeartRadioCA)

A The Eras Tour, de Taylor Swift, alcançou números inéditos no mercado da música ao vivo, somando US$ 2,07 bilhões em vendas de ingressos. Os dados, divulgados pela Pollstar, colocam a turnê como a mais lucrativa já registrada. Com 149 shows em quase dois anos, a média de receita por apresentação ultrapassou os US$ 17 milhões.

Além dos números impressionantes, a turnê trouxe questões sobre o mercado de ingressos, merchandising e o impacto cultural gerado por eventos desse porte. O formato e a execução foram pensados para atingir diferentes públicos, mas também levantaram reflexões sobre o papel das redes sociais e o peso econômico das turnês globais.

Um formato que explorou o apelo nostálgico

A The Eras Tour foi projetada para revisitar toda a discografia de Taylor Swift, com cada show apresentando faixas de diferentes momentos da carreira da artista. A proposta atraiu tanto fãs mais antigos quanto aqueles que começaram a acompanhar a trajetória mais recentemente. 

Essa estrutura, centrada em álbuns que marcaram diferentes períodos, ajudou a manter o interesse ao longo de tantas apresentações. A cada show, duas músicas surpresa da discografia eram trazidas à tona pela artista, em formato acústico, gerando até especulações sobre quais preciosidades seriam repescadas do catálogo.

O espetáculo contou com cenários e setlists que mudavam de acordo com as “eras”, o que trouxe um elemento visual e narrativo que se destacou em comparação a turnês tradicionais. Essa abordagem também foi um fator importante para a presença do evento nas redes sociais, onde vídeos e imagens dos shows ganharam grande circulação, ampliando o alcance da turnê.

Impactos econômicos e culturais

shows ao vivo

Os números da The Eras Tour chamam atenção. A venda de ingressos superou a receita combinada das turnês de Beyoncé e Bruce Springsteen, que ficaram em segundo e terceiro lugares no ranking de 2023. Com uma média de US$ 238 por ingresso, a turnê alcançou um público de 4,3 milhões de pessoas. A receita gerada pelos produtos oficiais também foi considerável, com itens vendidos dentro e fora dos locais dos shows.

Esse impacto, no entanto, não foi apenas positivo. A alta demanda por ingressos reacendeu debates sobre o funcionamento de plataformas como o Ticketmaster e sobre o papel do mercado de revenda. No Brasil, a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, durante um show no Rio de Janeiro, levantou preocupações sobre a segurança em eventos de grande porte. Além disso, a alta demanda por ingressos e a atuação de cambistas motivaram a criação da chamada “Lei Taylor Swift”, que visa criminalizar a revenda ilegal de ingressos. 

Expansão para mercados globais

A escala global da The Eras Tour foi outro fator relevante. A inclusão de mercados emergentes no roteiro reflete uma mudança no planejamento de grandes turnês. Em vez de focar exclusivamente na América do Norte e Europa, os shows passaram a atingir países importantes, mas frequentemente deixados de lado – é o caso da Argentina, Singapura e México. Isso contribuiu para ampliar a base de fãs e aumentar os ganhos.

Essa estratégia acompanha uma tendência mais ampla no mercado de música ao vivo. Executivos da Live Nation apontam que o número de datas em mercados fora dos centros tradicionais cresceu significativamente nos últimos anos, acompanhando o aumento da demanda por shows em regiões antes menos exploradas.

Reflexos para o mercado de turnês

O modelo adotado na The Eras Tour traz algumas lições para o mercado de entretenimento ao vivo. Ele reforça como eventos de grande escala podem ir além da música, gerando impacto econômico e cultural. No entanto, também expõe desafios, como a dependência de preços elevados de ingressos e a necessidade de adaptar turnês para públicos globais mais diversos.

Enquanto outras produções analisam o que pode ser replicado desse formato, a The Eras Tour deixa um registro de como o mercado de turnês tem se transformado para atender a um cenário cada vez mais conectado e competitivo. O sucesso econômico e o alcance global são inegáveis, mas os debates que surgiram ao longo da turnê mostram que ainda há questões importantes a serem discutidas sobre o futuro desse mercado.

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