A Tecla Music Agency, que completa 18 anos de atuação, lançou a pesquisa “Mapeamentos Sonoros”, um estudo inédito que analisa a relação entre música, marcas e pessoas no Brasil. Realizada com apoio do Governo Federal, do Ministério da Cultura e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, a pesquisa combina entrevistas com 150 consumidores e 100 profissionais do mercado, além de um workshop conduzido pela consultoria COPA e pela On The Go | Consumer Insights.
O lançamento oficial aconteceu na Casa UBC, no Rio de Janeiro, reunindo profissionais do setor e convidados para um debate sobre o papel da música como ferramenta de identidade, conexão e impacto social. O estudo mostra que 98% dos entrevistados consideram a música “totalmente relevante” ou “relevante” em suas vidas e que 70% afirmam já ter comprado produtos ou serviços influenciados por trilhas ou artistas em campanhas publicitárias.
Paulo Sattamini, fundador e diretor de criação da Tecla Music Agency, resume:
“A música é hoje uma assinatura invisível das marcas, capaz de reduzir o ruído do excesso de informação e criar conexões genuínas e duradouras com as pessoas.”
A evolução da música nas marcas

A pesquisa divide a relação entre música e branding em três momentos: “Rebobinando” (1960–2000), “Tocando Agora” (2000–2020) e “Próxima Faixa” (2021 em diante). O primeiro reflete uma fase em que jingles e trilhas publicitárias funcionavam como veículos de memorização e associação direta ao produto. Já no segundo, a digitalização e o acesso ilimitado transformaram a música em ativo estratégico de identidade e autoexpressão.
Na terceira fase, a música passa a representar um refúgio emocional em meio à sobrecarga informacional. Um dos especialistas ouvidos pela pesquisa destacou que “vivemos uma era de excesso de informação, muitas marcas querendo chamar atenção ao mesmo tempo para vender – e a música consegue furar esse ruído despertando memórias, sentimentos e conexões reais”.
Desafios e oportunidades
O levantamento também identifica os principais obstáculos enfrentados por marcas ao investir em projetos musicais: dificuldade em medir o retorno do investimento (45%), custos altos (34%) e questões regulatórias (30%). Ainda assim, o estudo revela que a percepção do público sobre o impacto da música é muito superior à visão do mercado, indicando que há espaço para uma atuação mais estratégica e autêntica.
Entre os participantes, 67% acreditam que o uso da música ajuda a dar vida à marca e criar identidade, enquanto 65% apontam que ela fortalece o vínculo afetivo com o consumidor. A conexão é mais clara em parcerias entre artistas e empresas, citadas por 62,7% dos entrevistados como o tipo de associação mais visível.
Tendências: o som do futuro das marcas

O relatório aponta três grandes tendências para o futuro da relação entre música e branding. A primeira é a música como bem-estar alcançável, que acompanha a busca por equilíbrio e prazer cotidiano em tempos de fadiga digital.
A segunda, a música como passaporte de acesso, reflete a importância das comunidades e microidentidades culturais, em que artistas locais e regionais tornam-se pontes entre marcas e públicos específicos.
Por fim, a música como liga entre o real e o digital reforça a integração entre experiências físicas e virtuais, com exemplos que vão de shows no metaverso a ativações híbridas em festivais e jogos.
Um dos participantes resumiu o novo papel da música no marketing contemporâneo:
“Marcas que aprendem a falar através dela deixam de apenas vender — elas marcam. Se destacam em ambientes saturados de imagem com uma assinatura invisível e memorável”.
O futuro guiado por pessoas
Para a Tecla Music Agency, o principal desafio da próxima década será equilibrar tecnologia e sensibilidade humana. O estudo observa que, embora algoritmos e inteligência artificial otimizem o consumo, é o olhar humano que garante coerência e afeto nas estratégias musicais.
“A indústria ainda carece de especialistas em música: entender com quem trabalhar e como trabalhar com determinada marca”, diz outro trecho do relatório.
Com 18 anos de experiência em curadoria musical para marcas, a Tecla Music Agency disponibilizou o conteúdo completo do estudo para download gratuito em https://teclamusic.com/mapeamentos/.
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