Uma pesquisa recente revelou que 98% dos novos veículos nos Estados Unidos ainda contam com rádio AM em seus painéis, enquanto o FM está presente em todos. O estudo foi conduzido pela Quu, empresa especializada em tecnologia automotiva, que lançou o relatório “2024 In-Vehicle Visuals Report”. O documento analisou os 100 modelos de carros mais vendidos, destacando a permanência do rádio em meio à crescente diversificação de opções de áudio nos veículos.
Apesar da presença do rádio tradicional, o relatório aponta que a exclusividade desse formato no painel está desaparecendo. Com aplicativos de streaming e conectividade avançada, como Android Auto e Apple CarPlay, cada vez mais veículos oferecem alternativas que competem pela atenção dos motoristas. Essas opções, disponíveis em 98% dos novos modelos, reforçam a necessidade de inovação por parte das emissoras para preservar sua relevância.
Cenário diversificado nos painéis automotivos
O relatório da Quu destaca que dois terços dos novos carros estão equipados com rádios em HD, como o SiriusXM, disponível em 92% dos modelos analisados. No entanto, a General Motors se destacou como exceção, padronizando o rádio em HD apenas nos modelos da Cadillac, o que representa cerca de um quinto dos veículos da marca.
Especialistas alertam que a “disputa no painel” exige um esforço das rádios AM/FM para se diferenciarem das alternativas digitais. Além disso, o papel do rádio em emergências, como furacões e desastres naturais, tem sido usado como argumento para a manutenção desse recurso nos veículos. Diversos procuradores-gerais dos Estados Unidos apoiam a aprovação de uma lei que garantiria a presença obrigatória do rádio AM em todos os carros novos.
Desafios globais para o rádio no mercado automotivo
A competição para manter o rádio nos veículos não é exclusiva dos Estados Unidos. Na Europa, fabricantes têm substituído os receptores de rádio por sistemas integrados a aplicativos, preocupando associações como a European Broadcasting Union (EBU). A organização defende a criação de botões exclusivo para o rádio nos painéis, garantindo acesso rápido e visibilidade do serviço.
Em países como Irlanda, a ausência de infraestrutura para cobertura online consistente reforça a necessidade de manter o rádio tradicional nos veículos. Representantes do setor destacam que o rádio oferece um serviço confiável e gratuito, enquanto opções baseadas na internet dependem de conexões estáveis, que nem sempre estão disponíveis em áreas rurais.
Perspectivas para o futuro do rádio
A introdução de painéis digitais avançados nos carros trouxe novas possibilidades para as emissoras, como a exibição de logotipos e informações em texto, mas também desafios. Especialistas sugerem que, para competir com serviços de streaming, as rádios devem investir em conteúdo e tecnologia que melhorem a experiência do usuário.
Embora o rádio ainda seja amplamente utilizado em carros, sua posição como recurso padrão não é garantida. O avanço das tecnologias digitais e as mudanças nos hábitos de consumo de mídia exigem adaptações para que o rádio continue relevante, tanto como meio de entretenimento quanto como ferramenta de informação essencial em situações críticas.
Rádio continua forte
Diversos estudos analisam o consumo de rádio em automóveis, destacando a frequência de uso e as preferências dos motoristas. A pesquisa “Share of Ear” da Edison Research, por exemplo, revelou que, nos Estados Unidos, o rádio representa 60% do tempo de consumo de conteúdo de áudio nos carros. Em seguida, aparecem os canais sem publicidade do serviço de rádio por assinatura SiriusXM (13%) e os podcasts (5%).
No Brasil, dados da Kantar IBOPE Media indicam que 30% dos ouvintes escutam rádio no carro, evidenciando a importância desse ambiente para o consumo do meio. Além disso, a pesquisa “Inside Audio 2024” aponta que 27% dos brasileiros consomem áudio em veículos particulares, com destaque para gêneros como música (94%), noticiário local (32%) e noticiário nacional (26%).
Os estudos comprovam que o rádio se mantém como mídia de massa, com grande disponibilidade inclusive em países de proporções continentais, como EUA e Brasil. Essa presença reflete sua capacidade de adaptação e relevância, mesmo em um cenário de constantes avanços tecnológicos e novas formas de consumo de áudio.