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Projeto ‘Relicário’ do Selo Sesc estreia com gravação inédita de João Gilberto

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Redação

O Selo Sesc anuncia o lançamento do projeto Relicário com gravação inédita de João Gilberto. A partir do dia 5 de abril o álbum duplo do cantor, ao vivo no Sesc, com o áudio remasterizado da histórica apresentação na unidade Vila Mariana, em 1998, estará disponível gratuitamente e com exclusividade na plataforma Sesc Digital.

Joao Gilberto em show realizado em 1998 no Sesc Vila Mariana Credito Divulgacao Acervo Sesc Audiovisual
João Gilberto em show realizado em 1998 no Sesc Vila Mariana Crédito Divulgação Acervo Sesc Audiovisual. Foto: Divulgação

 A faixa inédita ‘Rei sem coroa’ também estará nesta data nas principais plataformas de streaming, mas o álbum completo chegará no dia 26 de abril, quando também será lançado no formato físico, em CD.

“O álbum João Gilberto (ao vivo no Sesc 1998) inaugura a coleção Relicário, composta por shows gravados em nossas unidades, registros que fazem parte de nosso acervo documental. O lançamento do álbum reforça o compromisso institucional com a valorização do patrimônio imaterial do país e com a democratização do acesso aos bens culturais. Convido a todos a ouvir, de uma só vez, essas 36 canções na voz e no violão do bruxo de Juazeiro, apelido cunhado por Caetano Veloso”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.  

Danilo Santos de Miranda diretor do Sesc Sao Paulo.
Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.  Foto: Divulgação

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O projeto Relicário

O lançamento celebra os 25 anos da apresentação no Sesc Vila Mariana. A unidade havia sido inaugurada em dezembro de 1997, e o pai da bossa nova era um dos primeiros grandes nomes a pisar no palco de seu teatro. João Gilberto estava em turnê para celebrar os 40 anos da bossa nova, com shows agendados em Salvador, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Maceió. São Paulo recebeu três dias de apresentações, sendo a última, em 5 de abril de 1998, a fonte para o material do projeto Relicário

O álbum João Gilberto (ao vivo no Sesc 1998) é fruto do trabalho de curadoria e gerenciamento do vasto acervo do Sesc São Paulo. O pontapé inicial para transformar o registro do show em álbum foi em 2018, quando se iniciaram as movimentações no setor de Acervo Audiovisual do Sesc para o resgate da gravação original do show realizada em fita DAT. A fita localizada no acervo do estúdio da unidade Vila Mariana passou então por um processo de remasterização. O primeiro título de ‘Relicário’ ainda ganhou uma parceria especial: Bebel Gilberto, filha do intérprete, assumiu a supervisão artística do material.

Como costumava fazer em seus shows, João Gilberto mesclou sambas antigos e clássicos da bossa nova nas quase duas horas de apresentação. O destaque da gravação está na música inéditaRei sem coroa’ que, apesar de compor o repertório de alguns shows, nunca foi registrada em estúdio ou gravada oficialmente pelo artista. A canção é uma parceria dos compositores Herivelto Martins e Waldemar Ressurreição, inspirada na história do rei Carlos II, da Romênia, que virou residente do Copacabana Palace após ser forçado a abdicar de seu trono durante a Segunda Guerra, em 1940. 

‘O Pato’, ‘Wave’, ‘Carinhoso’ e ‘Eu Sei que vou te amar’ são alguns dos clássicos da MPB que compõem o repertório de 36 faixas, que traz músicas de compositores como Ary Barroso, Tom Jobim e Dorival Caymmi, além de Wilson Baptista e Herivelto Martins. A faixa instrumental ‘Um abraço no Bonfá’, uma homenagem ao violonista Luiz Bonfá, é a única música de autoria própria de João Gilberto interpretada na apresentação no Sesc Vila Mariana. 

O compositor e letrista Carlos Rennó, que esteve presente no show de 1998, destaca como João Gilberto vai muito além da interpretação.

 “É interessante observar os cortes e as trocas de palavras que ele aplica às letras originais, pondo em prática um projeto de dissecação, contenção e economia, que cria espaços e retira excessos, além de acrescentar lances musicais, intervindo assim nas composições (alheias), das quais se torna, de certa forma, coautor”, observa Carlos Rennó, compositor e letrista.

Carlos Renno
Carlos Rennó, compositor e letrista. Foto: Divulgação

Essa visão de Rennó sobre a importância deste lançamento, além das transcrições das letras com as alterações feitas por João Gilberto detalhadas, faz parte dos materiais que compõem o ‘Relicário’ e serão disponibilizadas no site do projeto e no encarte do CD. 

Arte de capa de ‘Relicário: João Gilberto (ao vivo no Sesc 1998)

Para o lançamento de Relicário: João Gilberto (ao vivo no Sesc 1998), o Sesc São Paulo convidou Speto a fazer uma versão do grafite realizado por ele em homenagem ao cantor para estampar a capa do álbum. A pintura original foi realizada em 2020 na fachada de um edifício na Avenida Senador Queirós, próximo ao Mercado Municipal, em São Paulo.


Speto relata que a imagem foi desenvolvida usando o mínimo de traços possível, em referência ao minimalismo da bossa nova e, sobretudo, de João Gilberto. O grafite apresenta o artista sentado, abafando seu violão, como se estivesse silenciando o instrumento ao final de uma música, em alusão ao fim de um ato.

 

Grafite do artista visual Speto no centro de Sao Paulo Foto Daniel Frias
Grafite do artista visual Speto no centro de São Paulo. Foto: Daniel Frias

SERVIÇO

Relicário: João Gilberto (ao vivo no Sesc 1998)

Conteúdo: Álbum completo no Sesc Digital, e single “Rei sem coroa” disponível nas principais plataformas de streaming.

Local: Sesc Digital, clique aqui.

Data: 5 de abril

 

Conteúdo: Álbum completo no Sesc Digital

Local: Principais plataformas de streaming

Data: 26 de abril


Conteúdo: CD 

Local: Lojas Sesc SP nas unidades e site, acesse aqui.

Data: 26 de abril