Nos últimos dias, o mercado da música trouxe à tona discussões sobre remuneração no streaming, oportunidades para artistas independentes e crescimento de plataformas. Um estudo da Duetti revelou quais serviços de streaming pagam melhor aos músicos, com destaque para o Amazon Music, enquanto o Spotify registrou lucro recorde de R$ 8,4 bilhões impulsionado por reajustes de preços e aumento de assinantes.
Além disso, o Rio2C abriu inscrições para o PitchingShow e Rodadas de Negócios, ampliando oportunidades para músicos, e a UFRB lançou um curso gratuito e online de trilhas sonoras voltado para artes ao vivo. A semana também destacou a trajetória do baixista brasileiro Peter Mesquita, que compartilhou sua experiência trabalhando em cruzeiros e as possibilidades que esse mercado oferece para músicos.
O objetivo desta coluna é ajudar quem faz o Mundo da Música girar a se atualizar rapidamente sobre os acontecimentos mais relevantes. Em poucos minutos, você fica por dentro das movimentações do setor, dos acordos entre gigantes do streaming às novidades da cena independente.
Rio2C abre inscrições para PitchingShow e Rodadas de Negócios
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O Rio2C 2025 abriu inscrições para o PitchingShow e as Rodadas de Negócios de Música, que acontecem entre 27 de maio e 1º de junho na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. O PitchingShow, agora com quatro dias de apresentações ao vivo, permitirá que oito artistas selecionados se apresentem para representantes de gravadoras, selos e plataformas de streaming. As inscrições são gratuitas e limitadas a 300 participantes, com curadoria liderada por Zé Ricardo. A seleção será feita em duas etapas: triagem de especialistas e votação popular.
As Rodadas de Negócios, marcadas para 28 a 30 de maio, permitirão reuniões individuais entre artistas e representantes de empresas como Universal Music Publishing e Som Livre. As inscrições não garantem encontros, pois os próprios executivos selecionarão os participantes. O evento também incluirá meetups, masterclasses, workshops e mentorias, reforçando seu papel como espaço de inovação e negócios na indústria musical.
Curso gratuito sobre trilhas sonoras abre inscrições para formação online
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A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em parceria com o Ministério da Cultura, abriu inscrições para o curso gratuito “Trilha Sonora para as Artes ao Vivo: Performance, Dança, Teatro e Artes Circenses”. Disponível na plataforma Escult até 28 de março, a formação online é voltada para músicos, produtores e interessados na criação de trilhas sonoras. O curso, com carga horária de 50 horas, aborda desde os fundamentos da sonorização até técnicas avançadas de interação entre música e artes cênicas.
A plataforma Escult também oferece outro curso de Produção Musical na ferramenta Reaper, com inscrições até 11 de fevereiro. As iniciativas fazem parte do Programa Nacional de Formação e Qualificação para o Mundo do Trabalho em Cultura, que já soma mais de 30 mil inscritos em seis meses.
Baixista brasileiro na Broadway, Peter Mesquita revela os bastidores e as oportunidades para músicos em cruzeiros

O contrabaixista paulista Peter Mesquita encontrou nos cruzeiros uma forma de unir estabilidade financeira e experiências musicais diversificadas. Desde 2022, ele integra a orquestra de espetáculos como Kinky Boots e Choir of Men na Norwegian Cruise Line e, recentemente, foi promovido a bandmaster, assumindo responsabilidades administrativas e artísticas. A rotina no navio inclui apresentações, treinamentos de segurança e adaptação a um ambiente multicultural, com desafios como o isolamento e a distância da família.
O mercado de cruzeiros tem se mostrado uma alternativa viável para músicos que buscam novas oportunidades fora do mainstream. As vagas exigem experiência técnica, capacidade de adaptação e disposição para cumprir funções além do palco. Para Peter, que já trabalhou com nomes como Luedji Luna e Wilson Simoninha, a experiência ampliou sua visão sobre o mercado musical e ajudou na preparação para o lançamento de seu disco solo. Apesar das dificuldades, a vida a bordo oferece uma plataforma para crescimento profissional e contato com públicos internacionais.
Spotify registra lucro de R$ 8,4 bilhões com aumento de assinantes
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O Spotify encerrou 2024 com um lucro operacional de R$ 8,4 bilhões, marcando seu primeiro ano completo de lucratividade desde o lançamento em 2008. Esse resultado foi impulsionado pelo crescimento da base de assinantes Premium, que atingiu 263 milhões, e pelos reajustes de preços nas mensalidades. A receita total da plataforma chegou a R$ 94,4 bilhões, com destaque para os R$ 22 bilhões provenientes de assinaturas no último trimestre do ano.
O aumento da receita também foi impulsionado pela expansão global, especialmente na América Latina. O Spotify diversificou suas fontes de renda com o crescimento da publicidade, que gerou R$ 3,1 bilhões, além de investimentos em inteligência artificial para playlists personalizadas e audiolivros. Para 2025, a empresa projeta crescimento moderado e continua apostando em melhorias na experiência do usuário e na expansão do catálogo de podcasts.
Estudo da Duetti revela quais plataformas pagam melhor (e pior) os artistas independentes

Um estudo da Duetti revelou que, em 2024, os artistas independentes receberam, em média, US$ 3,41 por 1.000 streams, com variações significativas entre as plataformas. O Amazon Music liderou com US$ 8,80 por 1.000 reproduções, seguido pelo Apple Music com US$ 6,20. O YouTube apresentou crescimento nos pagamentos, chegando a US$ 4,80, enquanto o Spotify manteve um dos menores valores, com US$ 3,00, impactado por planos gratuitos e o Discovery Mode. Apesar das críticas, o Spotify destacou que distribuiu US$ 10 bilhões em royalties no ano, contestando a metodologia do estudo.
A pesquisa também apontou que a viralidade no TikTok nem sempre resulta em aumento significativo de royalties, com apenas 15% das músicas virais convertendo em crescimento expressivo nas plataformas de áudio. Gêneros de nicho, como goth punk e hyperpop, apresentaram melhor retorno por streaming, superando estilos populares como pop e rap. O relatório ainda destacou a mudança nos hábitos de consumo, com o YouTube ganhando espaço em gêneros específicos, pressionando o Spotify a rever suas estratégias.