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FundiSom, selo da Fundição Progresso, estreia com single com Chico Buarque e Emicida

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Redação

O selo musical independente FundiSom, da Fundição Progresso, com a parceria da Atabaque e o apoio da Associação Cultural Saúva e Jataí lançou o single ‘Senzala e Favela’, de Wilson das Neves, gravado por Chico Buarque e Emicida, a canção é homônima do álbum que vai homenagear Wilson das Neves, que trará 18 canções, 13 inéditas, compostas, arranjadas e interpretadas por artistas da música popular brasileira. 

Com produção executiva de Alexandre Segundo e várias parcerias de ‘das Neves’ com Paulo César Pinheiro, o disco conta com a produção musical de Alexandre Kassin e de Jorge Helder. O lançamento do álbum completo vai ocorrer no dia 9 de maio, junto de um show que será realizado no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro.

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A história do álbum ‘Senzala e Favela’ começou a nascer há seis anos pelas mãos de ‘Das Neves’, como era chamado por muitos amigos, morreu dois dias antes de entrar em estúdio para gravar esse que viria a ser provavelmente seu último álbum. Coube à Emicida e a Chico Buarque, dois parceiros e amigos, a gravação do single da música que dá nome ao projeto.

A canção, como o nome já antecipa, trata da história da participação do negro na construção do Brasil, marcada pelo racismo e pela desigualdade que perduram até os dias de hoje. A música mistura samples e beats e as vozes de Chico e Emicida a uma sonoridade bastante tradicional do samba. Os sons marcados do surdo, agogô e cuíca se somam a palavras como separação, escravidão, apartheid, desagregação, miséria, aflição, mazela e abolição. E essa sobreposição nos remete à atemporalidade e à permanência da exclusão e das disparidades. 

“Eu ainda olho o telefone achando que o Seu Wilson vai me ligar”, lembra Emicida. “Eu aprendi muito com ele, como o ensinamento de que ‘um cigarro é fácil de quebrar, um maço já é mais difícil, mantenham-se juntos’. Então estar nesse disco é uma maneira de dizer o nosso obrigado a esse grande mestre e mostrar que nos mantivemos juntos”, conclui.

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Emicida. (Foto: Wendy Andrade)

O lançamento de ‘Senzala e Favela’ e do selo FundiSom

O lançamento de ‘Senzala e Favela’ ocorre junto ao lançamento do FundiSom, selo musical independente da Fundição Progresso que visa impulsionar projetos e novidades que fluem livremente no cenário artístico do Rio de Janeiro. 

O selo ainda pretende atuar no registro ao vivo de shows, lançar coletâneas anuais dos melhores momentos e preservar sua memória musical, programação nos palcos da casa. 

“A canção ‘Senzala e Favela’ nos traz Chico Buarque e Emicida colocando farol em questões da nossa história que precisam ser tocadas. É marcante realizar nossa estréia com essa homenagem feita por artistas que, assim como Wilson das Neves, são fundamentos da música brasileira”, afirma Cris Nogueira, co-fundadora do selo. “E, aliás, a primeira gravação realizada na Fundição Progresso, ainda em ruínas, em 1989, foi de um show de Chico Buarque, com ‘das Neves’ na bateria. E 24 anos depois somos um novo ‘palco’, agora digital e sem fronteiras mas com a missão de levar nossa mensagem para mais e mais pessoas”, conclui.   

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Cris Nogueira, co-fundadora do selo FundiSom. Foto: Divulgação

“Temos como missão apoiar projetos educacionais, culturais, artísticos e agroecologia. Senzala e Favela é um desejo antigo de realização por parte de seus fundadores, pois resgata a história de Wilson das Neves, traz para o consciente da nossa comunidade esse trabalho tão rico sobre o samba e sobre a história do samba no Brasil”, declara Leandro Almeida, fundador da Saúva que é apoiadora do projeto.

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Leandro Almeida, fundador da Saúva. Foto: Divulgação

#estudeofunk

O primeiro trabalho desenvolvido pelo selo FundiSom foi o projeto #estudeofunk, programa de aceleração artística voltado para talentos do funk carioca e que está lançando mais de 100 fonogramas nas plataformas digitais, além de videoclipes como parte da entrega artística do projeto que conta com a participação de 150 artistas.