O site Music Ally anunciou sua seleção anual com as campanhas de marketing que mais chamaram atenção em 2025, reunindo lançamentos e ações de artistas de diferentes portes ao redor do mundo. O relatório olha para ideias e resultados, não para o tamanho do orçamento, e destaca projetos que vão de ativações de rua a experiências digitais guiadas por fãs.
Entre os nomes escolhidos estão dois cases brasileiros e a banda britânica Wolf Alice, que se prepara para vir ao Brasil em 2026. Juntos, esses exemplos ajudam a enxergar como as campanhas de marketing viraram parte central da narrativa artística ao longo do ano.
Relatório do Music Ally dá destaque ao marketing musical

As campanhas de marketing aparecem em ordem alfabética, sem ranking ou pódio oficial, mas o conjunto acaba formando um panorama do momento. A lista passa por mercados como Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Filipinas, Nigéria e Brasil, misturando artistas consagrados, projetos independentes e retornos de bandas que ficaram um tempo longe dos holofotes. Em comum, está a busca por maneiras mais envolventes de lançar música e manter o público por perto.
Entre os cases de maior alcance está o da Wolf Alice, com o álbum “The Clearing”. Fãs de 12 países receberam kits com sementes e partituras, antecipando o clima do disco e conectando a comunicação ao tema do próprio projeto. Em diferentes cidades, sofás vintage foram colocados em espaços públicos para audições de faixas inéditas, sempre com incentivo para registrar e compartilhar o momento. A banda cresceu em mercados como México e Brasil, garantiu pico histórico de ouvintes e preparou terreno para a turnê que passa pela América Latina em 2026.
Brasileiros chamam atenção em nível internacional

Outro destaque é o projeto “Caminhos Racionais”, que coloca a história dos Racionais MC’s em movimento por São Paulo. Em parceria com a plataforma de turismo afro-brasileiro @oguianegro, fãs ajudaram a mapear 20 pontos importantes na trajetória do grupo, de bairros da periferia a espaços simbólicos da cidade.
A campanha gerou tours guiados, instalação de placas comemorativas, um guia ilustrado distribuído para fãs e comerciantes e um hub digital com conteúdos extras. O resultado rendeu mais de 1,3 milhão de impressões e consolidou a ação como uma celebração de legado e território.
Do lado mais pop, a campanha de Felipe Amorim para o single “Eu Vou Na Sua Casa” virou fenômeno nacional. A entrega de um buquê gigante de rosas para a influenciadora Virginia Fonseca marcou o ponto alto da estratégia, com registro nas redes e milhões de interações.
Em seguida, o time transformou agosto no “mês das rosas”, com flores distribuídas em shows, ações de rua, envios para fãs e presença constante em conteúdos de criadores. Somado a desafios no TikTok e uso intenso de templates e bastidores, o esforço levou a faixa ao primeiro lugar no Spotify Brasil e ajudou a impulsionar o álbum “Romantidog”.
Quem entrou na lista e como o Brasil aparece

O relatório do Music Ally deixa claro que não se trata de uma lista de campanhas de marketing com vencedores e perdedores, e sim de um recorte das estratégias que se destacaram no período. Nomes como Bad Bunny, Florence + The Machine, Laufey, Wet Leg, The Wombats e outros dividem espaço com projetos de artistas em fase de consolidação, mostrando que criatividade não depende apenas de grandes estruturas.
Nesse cenário, a presença brasileira ganha peso extra. “Caminhos Racionais” se apoia na memória coletiva para transformar a cidade em um mapa vivo da trajetória do grupo, enquanto Felipe Amorim constrói um imaginário romântico e visual em torno das rosas. São campanhas de marketing diferentes entre si, mas que mostram como o Brasil vem usando narrativas fortes, estética marcante e envolvimento direto de fãs para movimentar música nas plataformas e fora delas.
Tendências que ligam as principais campanhas

Ao olhar para o conjunto, algumas tendências se repetem ao longo das campanhas de marketing escolhidas pelo Music Ally. A primeira é a centralidade dos fãs. Em vez de apostar só em anúncios e posts tradicionais, os projetos chamam o público para dentro da história: fãs que ajudam a desenhar roteiros, que recebem pistas em primeira mão, que criam conteúdos e que participam de experiências exclusivas.
Outro traço marcante é o diálogo constante entre físico e digital. As ações mais memoráveis costumam ter um gesto presencial forte que depois se espalha pelas redes. A rua vira palco, e o registro digital garante alcance, conversa e permanência.
Também chama atenção o cuidado com narrativas simbólicas. Muitas campanhas constroem histórias que vão além da simples divulgação de um single ou álbum, conectando o artista a temas como memória, identidade, afeto ou pertencimento.
Por fim, a presença crescente de mercados fora da América do Norte e Europa mostra um cenário mais diverso. Brasil, Nigéria, Filipinas e outros países entram na conversa não só como “consumidores”, mas como origem de ideias que inspiram a indústria global. Em 2025, as campanhas de marketing destacadas pelo Music Ally ajudam a mostrar que criatividade pode nascer em qualquer lugar, desde que consiga criar conexões reais com quem escuta.
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