A presença dos podcasts no cotidiano deixou de ser novidade e se consolidou como um hábito. Segundo a mais recente edição do Luminate Insights Music 360 Study, quatro em cada dez pessoas nos Estados Unidos escutam podcasts, com 26% consumindo semanalmente e 9% diariamente.
O estudo reforça o papel dos podcasts como uma das principais formas de entretenimento digital da atualidade. Em uma publicação, a Luminate destaca a ligação cada vez mais forte entre esse formato e os chamados “superfãs” de música.
Os ouvintes semanais de podcasts se destacam por seu engajamento com o universo musical. De acordo com os dados, 28% deles são considerados superfãs — um número 40% superior ao da população geral.
Isso significa que esse público não apenas consome música regularmente, mas também está mais propenso a pagar por serviços de streaming, frequentar shows e buscar conexões diretas com seus artistas favoritos.

Podcasts têm crescimento expressivo
E não é só nos EUA que o formato mostra potencial. No Brasil, o consumo de podcasts também teve um crescimento acima da média. De acordo com a PodPesquisa 2024/2025, realizada pela Associação Brasileira de Podcasters (ABPod), estima-se que o país conte com aproximadamente 31,94 milhões de ouvintes de podcasts, com 40,23% escutando diariamente e 23,56% mais de uma vez ao dia.
Além disso, o Brasil lidera o consumo global de podcasts, com 42,9% dos usuários de internet, entre 16 e 64 anos, ouvindo semanalmente, conforme aponta o relatório DataReportal 2023. Esses dados evidenciam a consolidação do podcast como uma mídia relevante no cotidiano dos brasileiros.
Perfis e hábitos de consumo de podcasts revelam novas oportunidades

A análise demográfica do estudo mostra que os ouvintes semanais tendem a ser predominantemente homens (57%) e que o consumo de podcasts aumenta conforme o nível de renda.
A faixa etária mais representativa é a de 35 a 44 anos, com 34% relatando escutar semanalmente. Outro dado que chama atenção é o equilíbrio geracional: o hábito é igualmente presente entre jovens de 13 a 24 anos e adultos de 55 a 64 anos, o que desafia estereótipos sobre o público-alvo do formato.
No recorte musical, os podcasts se consolidam como uma ponte entre artistas e fãs. O estudo revela que 52% dos ouvintes semanais pagam por serviços de streaming, um índice 45% superior à média.
Mais de 70% afirmam que a disponibilidade de podcasts influencia diretamente na escolha da plataforma usada para ouvir música, como Spotify ou Apple Music. Além disso, eles são 27% mais propensos a adquirir formatos físicos — como discos de vinil, CDs e fitas cassete — e 62% mais propensos a comparecer a apresentações ao vivo.
Podcast como canal de conexão e descoberta
A pesquisa também destaca que os ouvintes semanais de podcasts exercem influência sobre o gosto musical de seus círculos sociais. Quase metade (41%) diz influenciar as escolhas de amigos e familiares, o que os posiciona como formadores de opinião dentro de seus grupos.
Esse comportamento é reforçado pelo fato de serem 30% mais propensos a buscar novos artistas e sons emergentes, algo que pode favorecer a descoberta e divulgação de talentos independentes.
A busca por uma relação mais íntima com os artistas também está em alta. O levantamento indica que os ouvintes são 26% mais inclinados a querer interações diretas, como entrevistas caseiras, chats ao vivo ou bastidores reveladores.
Podcasts como Song Exploder, que explora o processo de composição das músicas, e o WTF with Marc Maron, conhecido por entrevistas aprofundadas, são exemplos do tipo de conteúdo que atende a esse desejo de aproximação.
Panorama aponta crescimento contínuo e integração entre formatos
Com uma base fiel, variada e economicamente ativa, os podcasts passaram a ocupar um lugar estratégico dentro da indústria da música. O estudo da Luminate sugere que essa convergência tende a se aprofundar, com o áudio sob demanda servindo como entretenimento e motor de engajamento comercial e artístico. O consumo de música deixa de ser passivo e se transforma em uma experiência completa, com espaço para narrativas, bastidores e opinião.
A tendência é que plataformas continuem a investir na produção e curadoria de conteúdos em áudio que combinem podcasts e música, ampliando a retenção de usuários e a geração de receita.
Para artistas, marcas e profissionais do setor, isso representa a necessidade de repensar estratégias de comunicação e distribuição, considerando os podcasts como parte integrante da jornada do fã. Ao que tudo indica, a ascensão dos podcasts veio para ficar — e está cada vez mais entrelaçada com a forma como consumimos e vivemos a música.
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