A música pode ser mais do que entretenimento ou pano de fundo para momentos do dia. Recentemente, uma pesquisa publicada na respeitada revista científica Nature revelou que composições criadas com base em princípios de neurociência podem ajudar pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Liderado pela Brain.fm, empresa especializada em músicas funcionais, o estudo demonstrou que essas composições não apenas melhoram a concentração, mas também reduzem o esforço cognitivo necessário para realizar tarefas.
O estudo, financiado pela National Science Foundation (NSF) e conduzido em parceria com o MIND Lab da Northeastern University, destacou uma abordagem inovadora. As músicas da Brain.fm são criadas com tecnologia patenteada de modulação de amplitude direcionada, que ajusta os sinais acústicos para influenciar diretamente as oscilações cerebrais. Isso ativa redes neurais responsáveis pelo controle cognitivo e atenção.
O papel da música funcional na atenção
De acordo com Daniel Clark, CEO da Brain.fm, a música funcional não deve ser confundida com playlists genéricas disponíveis em plataformas como Spotify.
“A pesquisa valida nossa música como uma ferramenta terapêutica não invasiva para ajudar pessoas que sofrem com desatenção, independentemente de atenderem aos critérios diagnósticos para TDAH. Essa música é projetada de forma única para impactar as oscilações neurais e auxiliar na manutenção da atenção em uma tarefa. A Brain.fm é, até o momento, a única empresa desse tipo a receber esse tipo de reconhecimento do governo”, explica Clark.
O estudo utilizou tecnologias como ressonância magnética e eletroencefalograma (EEG) para medir os impactos das músicas nos cérebros dos participantes. Entre os resultados, destacou-se que a modulação de amplitude presente nas composições aumentou o fluxo sanguíneo nas redes cerebrais relacionadas à atenção. Isso permite que os usuários mantenham o foco por mais tempo, com menos desgaste mental.
Outro destaque foi a personalização. As músicas da Brain.fm são ajustadas para atender diferentes perfis neurais, oferecendo soluções sob medida para quem enfrenta desafios específicos, como o TDAH.
“Nossas descobertas mostram que diferentes cérebros precisam de músicas diferentes para atingir o melhor foco. A descoberta inovadora em nosso estudo revisado por pares demonstra o poder de músicas personalizadas, otimizadas para neurotipos como o TDAH. É uma solução prática, sem medicamentos e fácil de usar para os desafios de atenção do dia a dia”, afirma o Dr. Kevin J.P. Woods, pesquisador principal e diretor científico da Brain.fm.
Um mercado em busca de alternativas não invasivas
Nos Estados Unidos, mais de 8 milhões de adultos têm TDAH, e o uso de medicamentos estimulantes tem crescido de forma alarmante. No entanto, milhões de pessoas não atendem todos os critérios diagnósticos para o transtorno, o que as deixa sem acesso a tratamentos formais e sem opções práticas para lidar com os sintomas. Nesse contexto, terapias não invasivas, como a música funcional, ganham relevância.
Além disso, a plataforma já oferece músicas para outros fins, como relaxamento, melhoria do sono e alívio do estresse. Essa versatilidade torna a solução atraente para um público mais amplo, que busca melhorar o desempenho mental em diferentes contextos.
Resultados promissores e próximos passos
Os resultados do estudo reforçam que a música pode ser usada como um complemento ou alternativa a abordagens tradicionais de tratamento para TDAH. A capacidade de sincronizar oscilações cerebrais e ativar redes neurais específicas posiciona a Brain.fm como uma ferramenta de grande potencial no mercado de saúde mental.
Com o financiamento da NSF, a empresa planeja expandir suas pesquisas, explorando outras áreas em que a música funcional pode trazer benefícios cognitivos. A Brain.fm está disponível como aplicativo para dispositivos móveis e web, com uma interface intuitiva que ajuda os usuários a identificar suas necessidades e encontrar as músicas ideais. Para pessoas com TDAH ou dificuldades gerais de atenção, a possibilidade de usar uma solução acessível e cientificamente comprovada pode transformar a maneira como enfrentam os desafios diários. Atualmente, os serviços estão disponíveis nos EUA por US$ 9,99.
Música como aliada da saúde mental
A ideia de usar música como terapia não é nova, mas a abordagem da Brain.fm eleva esse conceito ao combinar ciência e tecnologia de ponta. Em um mundo onde distrações estão por toda parte, especialmente em ambientes de trabalho e estudo, a música funcional surge como uma alternativa prática e eficiente para melhorar o desempenho cognitivo.
Ao transformar sons em ferramentas de concentração, essa novidade reforça a conexão entre arte, ciência e saúde, mostrando que a música pode ser muito mais do que entretenimento.