Que ouvir música faz bem não é nenhuma novidade. Mas agora, duas novas pesquisas estão investigando como esse simples hábito pode contribuir para o tratamento da ansiedade. A Rescape Innovation, em parceria com a Universal Music Group (UMG), está testando uma combinação de realidade virtual (VR) e música personalizada. Outra iniciativa, conduzida pela MedRhythms, avalia intervenções digitais com playlists adaptadas aos pacientes.
A pesquisa “VR-Melody”, da Rescape e UMG, combina música, cenários virtuais e exercícios de escuta para entender o impacto na ansiedade. O estudo envolve 50 participantes, que utilizarão o módulo de VR por 10 a 14 dias. Os resultados devem ser divulgados no início de 2025.
Música e realidade virtual como ferramentas complementares
O novo estudo busca avaliar se a imersão da realidade virtual combinada com música pode ajudar a lidar com os sintomas de ansiedade. Para o psicólogo clínico Simon Riches, a VR já tem mostrado algum potencial no tratamento de saúde mental. Ele espera que o projeto traga dados mais concretos sobre a relação entre música e bem-estar emocional.
Pesquisadores da Cardiff University’s Centre for Trials Research e da empresa de IA Bria.ai também participam da iniciativa. A UMG disponibilizou seu catálogo de músicas, o que amplia as possibilidades de teste com diferentes estilos.
Kevin Moss, CEO da Rescape, afirmou que a VR já é aplicada em alguns contextos hospitalares e que a combinação com música pode trazer novos resultados. Segundo ele, é preciso testar diferentes abordagens para enfrentar os desafios da saúde mental.
Intervenções digitais no foco da MedRhythms
Enquanto isso, a MedRhythms está testando como playlists personalizadas podem aliviar sintomas de ansiedade. A ideia é adaptar as músicas à idade, gênero e cultura dos pacientes, usando uma tecnologia de análise de dados. O estudo também investiga o uso da música em tratamentos de longa duração.
Gary Jones, CEO da MedRhythms, afirmou que a pesquisa pode gerar novos dados sobre o uso de música em tratamentos de saúde. O estudo está em fase de expansão do catálogo musical, incluindo gêneros de diferentes regiões, para entender melhor sua eficácia em diversos públicos.
Música como parte de tratamentos de saúde
O uso de música em tratamentos não é algo novo, mas as pesquisas atuais buscam dados mais robustos sobre sua eficácia. A UMG já tem parcerias com empresas de bem-estar e recuperação, utilizando seu acervo em projetos voltados para saúde mental.
Com os dois estudos em andamento, surgem novas discussões sobre o papel da música na saúde mental. A musicoterapia, por exemplo, já é aplicada em diversas condições, como transtornos de ansiedade, depressão e até doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. A música tem sido usada também em ambientes hospitalares para aliviar a dor e reduzir o estresse de pacientes durante tratamentos prolongados.
Os resultados previstos para 2025 podem trazer novos dados para profissionais de saúde e empresas interessadas em explorar a relação entre música e tratamentos de ansiedade.