Relação entre música e ansiedade é tema de dois novos estudos

Pesquisas combinam realidade virtual e intervenções musicais digitais para avaliar impactos da música em transtornos de ansiedade.
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Nathália Pandeló
Uma jovem com cabelos ruivos usa fones de ouvido azuis enquanto relaxa em um banco em um parque, segurando um dispositivo de música. A imagem captura um momento de tranquilidade e estilo. Ideal para quem busca inspiração em moda jovem e cultura musical.
Crédito: Divulgação

Que ouvir música faz bem não é nenhuma novidade. Mas agora, duas novas pesquisas estão investigando como esse simples hábito pode contribuir para o tratamento da ansiedade. A Rescape Innovation, em parceria com a Universal Music Group (UMG), está testando uma combinação de realidade virtual (VR) e música personalizada. Outra iniciativa, conduzida pela MedRhythms, avalia intervenções digitais com playlists adaptadas aos pacientes.

A pesquisa “VR-Melody”, da Rescape e UMG, combina música, cenários virtuais e exercícios de escuta para entender o impacto na ansiedade. O estudo envolve 50 participantes, que utilizarão o módulo de VR por 10 a 14 dias. Os resultados devem ser divulgados no início de 2025.

Música e realidade virtual como ferramentas complementares

O novo estudo busca avaliar se a imersão da realidade virtual combinada com música pode ajudar a lidar com os sintomas de ansiedade. Para o psicólogo clínico Simon Riches, a VR já tem mostrado algum potencial no tratamento de saúde mental. Ele espera que o projeto traga dados mais concretos sobre a relação entre música e bem-estar emocional.

Pesquisadores da Cardiff University’s Centre for Trials Research e da empresa de IA Bria.ai também participam da iniciativa. A UMG disponibilizou seu catálogo de músicas, o que amplia as possibilidades de teste com diferentes estilos.

Kevin Moss, CEO da Rescape, afirmou que a VR já é aplicada em alguns contextos hospitalares e que a combinação com música pode trazer novos resultados. Segundo ele, é preciso testar diferentes abordagens para enfrentar os desafios da saúde mental.

Criança feliz ouvindo música com fones de ouvido azuis em um ambiente natural com folhas amarelas ao fundo, expressando relaxamento e alegria.

Intervenções digitais no foco da MedRhythms

Enquanto isso, a MedRhythms está testando como playlists personalizadas podem aliviar sintomas de ansiedade. A ideia é adaptar as músicas à idade, gênero e cultura dos pacientes, usando uma tecnologia de análise de dados. O estudo também investiga o uso da música em tratamentos de longa duração.

Gary Jones, CEO da MedRhythms, afirmou que a pesquisa pode gerar novos dados sobre o uso de música em tratamentos de saúde. O estudo está em fase de expansão do catálogo musical, incluindo gêneros de diferentes regiões, para entender melhor sua eficácia em diversos públicos.

Música como parte de tratamentos de saúde

O uso de música em tratamentos não é algo novo, mas as pesquisas atuais buscam dados mais robustos sobre sua eficácia. A UMG já tem parcerias com empresas de bem-estar e recuperação, utilizando seu acervo em projetos voltados para saúde mental.

Com os dois estudos em andamento, surgem novas discussões sobre o papel da música na saúde mental. A musicoterapia, por exemplo, já é aplicada em diversas condições, como transtornos de ansiedade, depressão e até doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. A música tem sido usada também em ambientes hospitalares para aliviar a dor e reduzir o estresse de pacientes durante tratamentos prolongados.

Os resultados previstos para 2025 podem trazer novos dados para profissionais de saúde e empresas interessadas em explorar a relação entre música e tratamentos de ansiedade.

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