Há 20 anos, o YouTube surgia como uma plataforma simples de compartilhamento de vídeos. Hoje, está mais que consolidada como um dos principais palcos globais para a música, alcançando mais de 100 países e 80 idiomas. Em 2025, a plataforma comemora duas décadas de existência com números impressionantes: 125 milhões de assinantes globais do YouTube Music e YouTube Premium, incluindo testes gratuitos.
A novidade veio por meio de Lyor Cohen, chefe global de música do YouTube. Além disso, ele anunciou a expansão do plano Premium Lite para os Estados Unidos, uma opção mais acessível que remove anúncios da maioria dos vídeos, exceto de músicas e Shorts.
Apesar do marco, o YouTube não parece disposto a diminuir o ritmo. Cohen reforça que a missão é tornar a plataforma o principal contribuidor de receita para a indústria musical. Para isso, investe em ferramentas de descoberta, engajamento e monetização, criando um ciclo virtuoso que, na teoria, beneficia artistas, fãs e parceiros.
YouTube Premium Lite: uma nova opção para os usuários
O lançamento do YouTube Premium Lite nos EUA, com preço sugerido de US$ 7,99 mensais, é um dos destaques recentes da plataforma. Diferente do YouTube Premium tradicional, que custa US$ 13,99, o Lite oferece a experiência sem anúncios na maioria dos vídeos. A ideia é atrair um público que busca uma alternativa mais barata, sem abrir mão completamente dos anúncios.
Nos testes iniciais, a plataforma observou que mais usuários migraram do Lite para o Premium do que o contrário. Isso sugere que o plano pode funcionar como uma porta de entrada para assinaturas mais completas. Para os parceiros, a novidade representa uma oportunidade de ampliar a base de assinantes e, consequentemente, os ganhos com monetização.
YouTube lidera em tempo de exibição e investe em novas superfícies
Pelo segundo ano consecutivo, o YouTube foi apontado pela Nielsen como a plataforma de streaming número um em tempo de exibição nos EUA, com mais de 1 bilhão de horas de conteúdo assistidas diariamente apenas em TVs. Esse crescimento é impulsionado pelo consumo de vídeos em dispositivos conectados, que se tornaram a principal forma de assistir à plataforma no país.
Os Shorts, por sua vez, continuam ganhando espaço, com mais de 70 bilhões de visualizações diárias. A ferramenta tem sido fundamental para a descoberta de novos artistas e músicas, além de servir como um canal para conteúdos exclusivos, como performances ao vivo de eventos.
O renascimento do videoclipe e o potencial da IA

Lyor Cohen acredita que o futuro da música no YouTube passa por uma revitalização do videoclipe. Para ele, não se trata mais de orçamentos milionários, mas de criar conteúdos autênticos e impactantes que gerem conexão com os fãs.
“A tendência de artistas entregarem conteúdo premium diretamente para a tela grande continua crescendo, seja por meio de videoclipes ou performances ao vivo em eventos icônicos como o Coachella. Na verdade, no ano passado, mais de 50% da audiência do live stream do Coachella foi em TVs conectadas, e vamos aproveitar esse impulso no próximo mês”, ele disse, sinalizando à transmissão ao vivo do festival mais uma vez em abril.
A inteligência artificial também tem papel central nessa evolução. O YouTube está investindo em ferramentas como o Dream Screen, integrado ao Veo 2, modelo de geração de vídeos da Google DeepMind. Com essa tecnologia, artistas e fãs podem criar clipes para Shorts, ampliando as possibilidades de contar histórias visuais com música.
Desafios e oportunidades para os próximos 20 anos
Apesar dos avanços, Cohen reconhece que há muito trabalho pela frente. A plataforma ainda busca consolidar sua posição como principal fonte de receita para a indústria musical, um título atualmente ocupado pelo Spotify.
Em 2024, o rival pagou US$ 10 bilhões, enquanto o YouTube não divulgou números atualizados desde 2022, quando Cohen anunciou US$ 6 bilhões em pagamentos.
A expansão do Premium Lite e o foco em novas superfícies, como TVs e Shorts, são parte da estratégia para alcançar esse objetivo. Além disso, a plataforma continua explorando formas de integrar IA e outras tecnologias para facilitar a criação de conteúdos e melhorar a experiência do usuário.
Para Cohen, os próximos 20 anos do YouTube serão marcados por inovação e colaboração com artistas, fãs e parceiros.
“Sei que há incertezas no mundo e na nossa indústria, mas nos meus 9 anos no YouTube e nos meus 40 anos nesse negócio, aprendi que incertezas e desafios são sinais de grandes oportunidades”, conclui.
E, pelo visto, a plataforma está pronta para aproveitar cada uma delas.