A música segue sendo a trilha sonora dominante na vida dos brasileiros. Segundo levantamento recente da YouGov, empresa global especializada em pesquisas de opinião online, 86% da população aponta a música como o formato de áudio mais consumido no país. O dado, extraído da plataforma YouGov Profiles, contrasta com a popularidade crescente dos podcasts, que dividem o segundo lugar com o rádio, ambos com 38% da preferência.
A pesquisa, que abrangeu uma amostra representativa nacionalmente, também revelou outros formatos relevantes, como esportes ao vivo (28%) e audiolivros (22%). Apenas 3% dos respondentes afirmaram não consumir nenhum dos tipos de áudio listados, demonstrando o forte apelo que esse tipo de conteúdo ainda exerce no cotidiano dos brasileiros.
Dispositivos móveis impulsionam o acesso

O estudo mostra que os smartphones seguem como o principal meio de acesso ao conteúdo de áudio, com 74% dos brasileiros consumindo música, podcasts e outros formatos por meio de aplicativos móveis. Em seguida, aparecem as redes sociais com 46%, as rádios tradicionais com 37%, e os computadores de mesa ou laptops com 27%.
Mesmo com o avanço tecnológico, mídias físicas como CDs, fitas cassete e vinil ainda resistem, com 6% dos participantes indicando seu uso. Já os alto-falantes inteligentes, cada vez mais presentes em casas conectadas, conquistaram 15% da preferência, apontando uma tendência de crescimento nesse nicho.
Estratégias e oportunidades para marcas
De acordo com David Eastman, diretor-geral da YouGov para América Latina, os dados reforçam a necessidade de pensar em estratégias de áudio com foco em dispositivos móveis.
“Com este panorama, as marcas que quiserem se destacar no mercado podem trabalhar com a ideia de mobile-first, com estratégias de áudio que priorizem o streaming e as redes sociais”, afirma.
Além disso, Eastman destaca que os dados da pesquisa oferecem caminhos para ações publicitárias mais alinhadas aos hábitos dos ouvintes.
“Patrocínios, anúncios interativos e branded content podem ser opções. Os dados ajudam os profissionais da área a integrarem as marcas ao consumo musical e de podcasts”, explica.
Ele acrescenta que formatos como audiolivros e transmissões esportivas ao vivo apresentam potencial para alcançar públicos mais engajados, enquanto mídias físicas como vinil e CD podem ser aproveitadas em ações com apelo premium.
“Esses são alguns insights que os dados podem ajudar a desenvolver, permitindo um olhar mais forte para o uso da música nas campanhas publicitárias”, finaliza.
Música e comportamento do ouvinte brasileiro

A forte presença da música no cotidiano nacional está diretamente ligada a aspectos culturais e emocionais. O dado de 86% reforça o papel da música como ferramenta de companhia, entretenimento e até mesmo de identidade.
É comum que os brasileiros recorram à música durante deslocamentos, tarefas domésticas ou momentos de lazer, criando uma rotina sonora que impacta diretamente o mercado publicitário, a indústria fonográfica e as plataformas de streaming.
A permanência do rádio também chama atenção, considerando sua histórica relevância no Brasil. Embora a tecnologia tenha ampliado os formatos disponíveis, o rádio continua sendo uma fonte importante de informação e entretenimento em diversas regiões, principalmente fora dos grandes centros urbanos.
Crescimento dos podcasts e nichos em expansão
Os podcasts, mesmo não liderando, continuam em trajetória de crescimento e já compartilham o segundo lugar no ranking de formatos mais ouvidos. A diversidade de temas, a facilidade de acesso e a possibilidade de consumo sob demanda explicam o avanço.
A presença do formato entre os mais citados indica que há espaço para novos conteúdos, especialmente os que dialogam com comunidades específicas ou tratam de temas aprofundados.
O mesmo vale para audiolivros, que, embora com menor penetração, mostram-se promissores entre públicos que valorizam narrativas longas, literatura e aprendizado. Esse tipo de dado é valioso para editoras, produtoras e plataformas de conteúdo que queiram investir em novos formatos de engajamento, principalmente com a popularização de serviços como Audible, Storytel e Skeelo.
Dados vivos e atuação global da YouGov
A pesquisa foi realizada com base na ferramenta YouGov Profiles, que coleta dados de forma contínua em mais de 70 mil brasileiros. As informações são ponderadas por idade, gênero e região para garantir representatividade nacional.
A empresa, com sede no Reino Unido, atua em cerca de 70 países e conta com uma das maiores redes globais de pesquisa online, com mais de 29 milhões de participantes registrados — sendo um milhão deles no Brasil.
A YouGov é conhecida por seu conceito de “dados vivos”, ou seja, informações constantemente atualizadas, precisas e acionáveis. Seus estudos são referência para marcas, agências e veículos de mídia, e frequentemente citados por órgãos de imprensa em todo o mundo. A missão da empresa é oferecer um retrato fiel do comportamento dos consumidores e suas preferências, o que se mostra essencial em um mercado cada vez mais orientado por dados.
Panorama revela espaço para inovação
O estudo reafirma o protagonismo da música no Brasil, mas também sinaliza a abertura para novos formatos e experiências de áudio. Em um cenário onde o consumo digital cresce e se diversifica, entender os hábitos da audiência se torna essencial para quem atua nos setores de mídia, publicidade, cultura e tecnologia.
A consolidação dos celulares como canal preferencial de acesso e o surgimento de novas plataformas mostram que o mercado de áudio no Brasil está em expansão, oferecendo oportunidades para marcas e criadores que souberem se adaptar aos comportamentos e desejos do público.
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