Exclusivo: WD tem parceria comercial e novo posicionamento de imagem sob gestão da Boogie Naipe

Com o novo álbum, o curta “A Batida Final” e a gestão comercial da Boogie Naipe, WD dá novo foco à sua atuação como artista independente em 2026.
Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
WD por @luscasan
WD por @luscasan

Em 2025, WD passa por um momento de virada. Depois de quase duas décadas de carreira, o artista marca sua trajetória com uma série de lançamentos que unem música, cinema e literatura. O álbum “Katarse”, o livro autobiográfico e o curta “A Batida Final” formam um conjunto que reforça sua busca por autonomia criativa e fortalecimento da própria narrativa como artista independente.

Esse movimento acontece em paralelo à chegada da Boogie Naipe à sua gestão comercial. A produtora, referência no hip hop brasileiro, assume o posicionamento de imagem, o relacionamento com marcas e a venda de shows do cantor. A parceria alinha o novo ciclo de WD a uma estrutura com histórico sólido no mercado e à liderança de Eliane Dias, que aumenta a atuação da agência no segmento de booking.

A nova etapa de WD na música e no audiovisual

A virada de fase se traduz no próprio discurso de WD, que define esse momento como um reencontro com sua história. Após deixar sua antiga gravadora, ele escolheu trabalhar com uma equipe que dialoga diretamente com sua vivência e com a perspectiva que deseja construir no mercado.

“Assinar com a Boogie Naipe representa um recomeço muito consciente da minha trajetória. Depois de sair da Universal Music, escolhi caminhar com pessoas que entendem a minha história, a minha cor e a minha voz. Estar ao lado de uma gestão preta é mais do que uma estratégia de carreira, é um ato de reconhecimento, de autonomia e de construção coletiva”, afirma.

O artista explica que a mudança vai além do cenário musical. 

“Eu quero provar que o artista preto pode ocupar, decidir, liderar e lucrar com seu próprio trabalho. A gente cresce vendo grandes estruturas decidirem o destino do artista preto sem ouvir sua voz. Agora, eu quero estar do outro lado da mesa. Quero trabalhar com quem entende nossas dores e nossos sonhos sem que eu precise traduzir. Esse movimento é sobre potência, é sobre resgate, criar e fazer história com as nossas próprias mãos.”

O lançamento do curta “A Batida Final” sintetiza esse novo posicionamento. 

“É um filme ao qual eu sou corpo, roteiro, produção e trilha sonora. É um projeto que mistura cinema, música e vida real. A trilha que eu assino é pulsante, emocional, e carrega o que eu vivi até aqui. É minha catarse em forma de som e imagem”, diz.

O papel da Boogie Naipe na estratégia comercial

Eliane Dias, CEO da Boogie Naipe - créditos Ádima Macena e Juh Almeida, WD
Eliane Dias, CEO da Boogie Naipe – créditos Ádima Macena e Juh Almeida

A parceria com a Boogie Naipe fortalece o planejamento de carreira de WD, especialmente em áreas como publicidade, relações com marcas e venda de shows. Em 2025, a empresa aumentou sua atuação com uma divisão dedicada ao booking, que passou a representar artistas de diferentes cenas.

“Estamos muito felizes com a chegada de WD, que vem para somar no nosso time de artistas tão talentosos e potentes. Será uma honra representá-lo, não só nas vendas de shows e parcerias com marcas, mas apresentá-lo como o grande artista que é em todos os meios”, afirma Eliane Dias.

A executiva é uma das figuras mais influentes do mercado musical brasileiro. Advogada, empresária e ativista, Eliane dirige as carreiras de Mano Brown, Racionais MC’s e Duquesa, além da marca de moda YEBO. Foi palestrante em Harvard e no SXSW, curadora e diretora criativa do Prêmio Raça, e recebeu o Women’s Music Event Awards em 2017 e 2021. 

À frente da Boogie Naipe, consolidou a produtora como ponto de referência da cultura hip hop nacional e ampliou sua presença no setor ao assumir o booking de artistas como Rincon Sapiência, Luciana Mello, MC Julia, MC Luana, Niny Magalhães, Kewin, Miguel Ângelo, Linno Criz, Dj Dri e Dj CIA.

Expansão para literatura, audiovisual e projetos sociais

A nova fase de WD também inclui a estreia do FAP, um projeto social que abre espaço para talentos das comunidades e artistas independentes. “A Batida Final” é o primeiro conteúdo audiovisual do núcleo e integra uma estratégia que busca conectar formação, arte e oportunidades de circulação.

A publicação de seu livro autobiográfico complementa esse ciclo. O lançamento chega como parte de um gesto de reconstrução pessoal e profissional, alinhado ao sentido de liberdade criativa que o artista descreve em “Katarse”. O conjunto de obras cria um mosaico em que música, palavra e imagem se cruzam para reforçar sua identidade artística.

Esse movimento revela como WD projeta a própria carreira para além das fronteiras tradicionais da música. Ele utiliza diferentes linguagens para narrar sua trajetória, acessar novos públicos e estabelecer vínculos com iniciativas que fortalecem artistas iniciantes, especialmente no ambiente da música independente e periférica.

O impacto dessa parceria no mercado

A entrada de WD na Boogie Naipe mostra como estruturas independentes continuam a ganhar relevância no mercado brasileiro. Em vez de seguir caminhos concentrados em grandes gravadoras, o artista aposta em modelos de gestão que valorizam autonomia, diversidade e reconhecimento cultural. A expansão da produtora no booking e na gestão comercial aponta para um movimento mais amplo de profissionalização e segmentação das carreiras musicais.

A combinação entre estratégia, repertório e presença multiplataforma deve marcar os próximos passos de WD. A consolidação desse novo ciclo, unindo álbum, livro, audiovisual e parceria comercial, coloca o artista em um ambiente de maior liberdade criativa e com espaço ampliado para desenvolver sua identidade.

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