O Warner Music Group anunciou a aquisição do controle majoritário da Tempo Music Investments, plataforma de investimentos em direitos musicais premium. A Tempo Music, criada em parceria entre a Warner e a Providence Equity Partners em 2019, tem um portfólio que inclui direitos de canções gravadas por artistas como Bruno Mars, Twenty One Pilots, Adele, Wiz Khalifa, Florida Georgia Line e Lukas Graham. O anúncio vem em um momento de muitas novidades para o WMG, com novos acordos firmados com o Spotify e Amazon Music.
Com essa transação, avaliada em cerca de US$ 450 milhões (cerca de R$ 2,5 bi), a Providence Equity Partners manterá uma participação minoritária na Tempo Music, atuando em capacidade consultiva. O acordo reflete a estratégia da Warner de expandir sua influência e gerar novas receitas a partir de catálogos musicais consagrados.
Crescimento de portfólio e impacto no mercado
A aquisição do catálogo da Tempo Music amplia o alcance da Warner Chappell, editora da Warner Music, trazendo direitos de compositores que ainda não faziam parte de seu portfólio, além de fortalecer relações com aqueles que já são parceiros. Entre os nomes presentes estão Tyler Joseph, do Twenty One Pilots, o cantor Wiz Khalifa e o duo country Florida Georgia Line.
Segundo Guy Moot, copresidente e CEO da Warner Chappell, a aquisição abre novas oportunidades para monetizar esses catálogos.
“Ao adquirir o impressionante catálogo da Tempo, estamos expandindo o alcance da Warner Chappell, trazendo direitos de compositores que atualmente não representamos, além de direitos adicionais de compositores com quem já somos parceiros. A Tempo reuniu um catálogo bem planejado e abrangente, e estou animado para explorar novas oportunidades e desbloquear mais valor para essas músicas.”
Estratégia de aquisições no setor musical
A compra da Tempo Music faz parte de uma tendência maior entre grandes gravadoras, que buscam expandir seus catálogos através de aquisições estratégicas. Nos últimos anos, empresas como Sony Music e Universal Music também realizaram movimentações semelhantes. A Sony, por exemplo, adquiriu o catálogo do Queen por € 1 bilhão (quase R$ 6 bi) em 2024.
Michael Ryan-Southern, vice-presidente executivo e diretor de desenvolvimento corporativo da Warner Music, destacou que a aquisição da Tempo Music é um exemplo da estratégia da empresa para aumentar sua escala e influência.
“Esse acordo é um ajuste natural para nós e demonstra como nossa estratégia de investimentos está focada em fortalecer nossa presença no mercado”.
Avaliação do mercado e perspectivas futuras
![Robert Kyncl, CEO da Warner](https://mundodamusicamm.com.br/wp-content/uploads/2024/11/Robert-Kyncl-CEO-da-Warner-1024x770.jpg)
O valor da transação de aquisição da Tempo Music reflete o crescimento do mercado de aquisição de catálogos musicais, impulsionado pelo interesse em direitos autorais e receitas recorrentes. A Warner Music já havia demonstrado interesse nesse tipo de aquisição com os catálogos da DWA e da Extravaganza no início de 2025.
A expectativa é que o investimento se torne ainda mais lucrativo com o tempo, à medida que outros direitos revertam para a Tempo Music, ampliando o escopo de administração e distribuição da Warner. O CEO da Warner Music, Robert Kyncl, afirmou que a empresa também tem a opção de adquirir a participação restante da Providence até o final de 2027.
Tendência de valorização dos catálogos musicais
O movimento da Warner Music acompanha a tendência de valorização de catálogos musicais como ativos financeiros. Além da aquisição do Queen pela Sony, o catálogo de Bruce Springsteen foi vendido por cerca de US$ 500 milhões em 2021, para a Sony, destacando o potencial de geração de receita desses ativos.
Desde 2019, a Tempo Music adquiriu direitos de diversos artistas e compositores, incluindo Jonas Brothers, Ben Rector, Korn, Philip Lawrence e Jeff Bhasker. A diversificação do portfólio garante uma fonte de receita constante e contribui para a estratégia de expansão da Warner no mercado global.
Com a aquisição da Tempo Music, a Warner Music consolida ainda mais sua presença no mercado de direitos musicais e reforça a tendência de aquisições como estratégia de crescimento no setor.