As lojas de discos continuaram conquistando protagonismo no primeiro semestre de 2025. Mesmo com uma leve queda nas vendas físicas em relação ao ano passado, o vinil ampliou seu espaço e já representa 60% do total de álbuns vendidos nesse formato nos Estados Unidos, segundo a Luminate. O movimento reflete não só o interesse do público, mas também a estrutura do mercado, que passa a reunir dados mais completos com uma nova iniciativa envolvendo fábricas, distribuidores e lojistas.
Durante o Record Store Day Summer Camp, realizado em Nova Orleans, a Luminate anunciou uma parceria com a Vinyl Alliance para cruzar dados de prensagem com os números de vendas no varejo. A proposta é entender melhor a demanda por títulos físicos, reduzir sobras e faltas de estoque e facilitar o planejamento de lançamentos.
Ranking da Luminate mostra força do R&B/hip-hop e domínio de Morgan Wallen
No streaming, o destaque do semestre foi “Luther”, parceria de Kendrick Lamar e SZA, com mais de 530 milhões de reproduções sob demanda. Já o álbum mais popular dos Estados Unidos foi I’m the Problem, de Morgan Wallen, com 2,56 milhões de unidades equivalentes, somando vendas, downloads e streams oficiais. Wallen aparece pela terceira vez no topo do ranking da Luminate, repetindo os feitos de 2021 e 2023.
Outros nomes no top 5 incluem SOS, de SZA (impulsionado pela versão deluxe lançada no fim de 2024), GNX, de Kendrick Lamar, DeBÍ TiRAR MáS FOToS, de Bad Bunny, e Short n’ Sweet, de Sabrina Carpenter. A cantora também figura entre os destaques do vinil no Reino Unido, com mais de 20 mil cópias vendidas do disco em 2025.
Taylor Swift ainda movimenta o mercado físico

Embora não tenha lançado novos álbuns no primeiro semestre, Taylor Swift continua impactando os números. A comparação com 2024 (ano em que o disco The Tortured Poets Department vendeu mais de 2 milhões de cópias físicas só nos seis primeiros meses) ajuda a explicar a queda de 3,2% nas vendas físicas em 2025. Já no Reino Unido, a cantora aparece em segundo lugar entre os álbuns mais vendidos em vinil com Lover (Live From Paris), que ultrapassou 46 mil cópias no formato.
O vinil também rendeu recordes para Sam Fender, que lidera o ranking britânico com People Watching. O álbum vendeu 53 mil cópias desde fevereiro e se tornou o disco de vinil de um artista britânico com a maior estreia do século no formato. Lady Gaga, Pulp, Sleep Token, Fontaines D.C., Fleetwood Mac e Oasis também figuram entre os mais vendidos.
Venda direta e lojas independentes ganham espaço
Nos Estados Unidos, as lojas independentes lideram as vendas físicas, com 34,7% do total, seguidas por e-commerce (28,5%) e grandes redes como Target e Walmart (24,1%). A venda direta ao consumidor também cresceu e já representa 10,1% do mercado, impulsionada por edições limitadas e campanhas exclusivas dos artistas.
Com a alta nos preços dos discos, os CDs voltaram a chamar atenção por seu custo mais acessível. Segundo a Luminate, as vendas de CDs em lojas independentes subiram 25%, enquanto o vinil aumentou 12%, considerando a nova metodologia de medição adotada pela empresa.
Record Store Day reforça papel do físico em 2025
Como já se tornou costumeiro no primeiro semestre, o Record Store Day voltou a impulsionar o mercado, com uma semana de mais de 1 milhão de álbuns vendidos nos EUA, algo que só aconteceu 12 vezes na última década. Dessas semanas, cinco coincidem com edições do evento. Neste ano, foram 337 lançamentos exclusivos e mais de 100 títulos esgotados em poucos dias.
Mesmo com o domínio do digital, o mercado físico mostra que ainda há espaço para crescer, desde que com estratégia, dados confiáveis e conexão direta com o público. A força do vinil em 2025 e a movimentação das lojas independentes indicam que, para muitos fãs, a experiência de ouvir um álbum vai muito além do play.
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