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Turnê em 2025: mercado aquecido e desafios para artistas brasileiros

Turnês nacionais enfrentam disputa pelo público em um ano de forte concorrência internacional.
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Nathália Pandeló
Ingressos da turnê de celebração dos 50 anos da banda Grateful Dead, realizada em junho de 2015, mostrando detalhes e data do evento.

O mercado de shows no Brasil promete estar movimentado em 2025, com artistas brasileiros planejando turnês nacionais enquanto grandes nomes internacionais já têm mais de 50 apresentações confirmadas no país. A presença de artistas como Oasis, Shakira, Lady Gaga e festivais como Lollapalooza e The Town deve aquecer o setor, mas também intensificar a disputa pelo dinheiro dos fãs.

Para músicos brasileiros, a circulação dentro do país apresenta desafios conhecidos, como altos custos logísticos, gestão de público e a necessidade de estratégias que garantam visibilidade em um cenário competitivo. Enquanto os shows internacionais chamam atenção, os artistas nacionais continuam trabalhando para se conectar com seu público, mesmo diante das dificuldades.

A logística no Brasil continua desafiadora

Montar uma turnê pelo Brasil exige superar barreiras logísticas que vão desde transporte até infraestrutura. A dimensão continental do país torna o deslocamento uma das etapas mais caras e complexas do planejamento. Isso é ainda mais sentido por artistas independentes ou em ascensão, que muitas vezes precisam trabalhar com equipes reduzidas e recursos limitados. Mas também explica, em partes, o motivo de muitos artistas internacionais não saírem do eixo RJ-SP, onde há mais voos e o deslocamento é mais curto.

Além disso, questões como disponibilidade de locais adequados para apresentações e coordenação entre as diferentes cidades aumentam a pressão sobre produtores e músicos. A logística no Brasil não é simples, principalmente para quem não conta com patrocínios ou apoios financeiros robustos.

shows ao vivo

Disputando a atenção e o bolso do público

Com a inflação ainda afetando o poder de compra, os fãs têm se tornado mais seletivos sobre os eventos que irão prestigiar. Esse comportamento aumenta a pressão sobre os artistas brasileiros para oferecer experiências que justifiquem o investimento.

O desafio é ainda maior para quem não consegue competir com a estrutura de grandes shows internacionais ou festivais de alto impacto. Muitas vezes, mesmo com uma base fiel de fãs, é preciso buscar formas criativas de atraí-los, seja com ingressos promocionais, shows em locais estratégicos ou formatos diferenciados. Como exemplo, há a Tardezinha, de Thiaguinho, e o Churrasco on Fire, de Fernando & Sorocaba.

Editais como oportunidade

Os editais de incentivo à cultura têm sido uma ferramenta importante para facilitar a circulação de artistas pelo Brasil. Iniciativas como os projetos do Sesc, conhecidos por promover circuitos que levam shows a diferentes regiões do país, ajudam a viabilizar apresentações em locais onde a oferta cultural é mais limitada.

Além do Sesc, outros editais como o Natura Musical e o Rumos Itaú Cultural oferecem suporte financeiro e logístico para artistas, especialmente os independentes. Essas iniciativas não apenas facilitam o acesso do público à música, mas também promovem a diversidade de artistas e estilos em palcos espalhados por todo o país.

Para muitos músicos, participar de projetos como esses é uma alternativa viável para reduzir custos e ampliar a visibilidade, especialmente em um cenário de concorrência acirrada com grandes eventos internacionais. No entanto, o acesso a esses editais pode ser competitivo, exigindo planejamento detalhado e propostas bem estruturadas por parte dos artistas.

Expectativas para 2025

A circulação de artistas brasileiros pelo país em 2025 deve seguir como um reflexo dos desafios enfrentados em 2024. Com a concorrência acirrada por parte dos shows internacionais e as condições econômicas ainda instáveis, o planejamento cuidadoso das turnês será essencial para garantir público e receita.

Enquanto grandes eventos internacionais tendem a atrair as atenções, os músicos nacionais continuam sendo o motor do mercado de shows no Brasil, especialmente nas cidades menores e em circuitos alternativos. A disputa pelo público, no entanto, reforça a necessidade de adaptação e inovação para que o setor continue aquecido ao longo do próximo ano.

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