O Universal Music Group (UMG) e a Amazon Music anunciaram uma ampliação de sua parceria global, com um novo acordo de licenciamento voltado para transformar a experiência de streaming. A colaboração se baseia nos princípios do “Streaming 2.0”, estratégia liderada pela UMG para ajustar os modelos de assinatura e criar maior valor tanto para artistas quanto para plataformas.
Essa iniciativa busca implementar assinaturas segmentadas, que atendem a diferentes perfis de consumidores, e aumentar a receita média por usuário (ARPU). Além disso, o acordo inclui medidas para proteger artistas contra fraudes e promover conteúdos exclusivos, como audiolivros, transmissões ao vivo e programação audiovisual.
Mudanças no mercado de streaming
O “Streaming 2.0” tem sido uma bandeira da UMG desde seu evento com investidores em setembro de 2024, no qual foi detalhado como o modelo pode mudar a dinâmica do setor. Entre as medidas mencionadas estão assinaturas voltadas para superfãs, que oferecem benefícios adicionais por preços mais altos, e ajustes na forma como royalties são distribuídos nas plataformas.
Essas mudanças seguem a lógica do pagamento centrado no artista, em que músicos com grandes bases de fãs são priorizados em detrimento de artistas com baixa audiência. Outra prioridade da estratégia é combater fraudes no sistema de royalties, que incluem práticas de reprodução artificial e conteúdos gerados por IA.
Impactos da parceria com a Amazon
O novo acordo também prevê a colaboração entre UMG e Amazon Music em novas frentes, como o desenvolvimento de audiolivros e transmissões ao vivo. A Amazon recentemente integrou o Audible ao seu catálogo de música, movimento que gerou boa aceitação entre editoras musicais e reforçou seu compromisso em diversificar a oferta de conteúdo.
Steve Boom, vice-presidente de Áudio, Twitch e Games da Amazon, destacou que a parceria representa um passo importante para conectar artistas e fãs de formas mais autênticas. Segundo ele, a integração de ferramentas exclusivas pode redefinir o papel dos serviços de streaming na valorização da música e de seus criadores.
“A UMG sempre foi uma parceira colaborativa para o Amazon Music e, à medida que continuamos a inventar e introduzir mais conexões entre artistas e fãs por meio de nossos produtos e conteúdos exclusivos, estamos redefinindo o que significa ser um serviço de streaming. Estamos entusiasmados em expandir nosso relacionamento com a UMG, o que nos permitirá colaborar em maneiras significativas para que artistas aprofundem seu engajamento com fãs em todo o mundo, enquanto trabalhamos juntos para proteger o trabalho de artistas, compositores e editores.”
Um mercado em transformação
As mudanças propostas pelo “Streaming 2.0” não se limitam ao relacionamento entre artistas e fãs. A estratégia reflete uma tentativa de gerar mais receita em um mercado onde o preço médio de assinaturas tem sido historicamente baixo. Com o aumento gradual das tarifas e a introdução de categorias premium, a UMG busca equilibrar o modelo econômico das plataformas e oferecer incentivos para artistas de todos os níveis.
Ao mesmo tempo, a aposta em conteúdos exclusivos, como transmissões ao vivo, reforça a tendência de transformar serviços de streaming em plataformas mais abrangentes. Essa abordagem pode aproximar o público de experiências audiovisuais, ao mesmo tempo que atrai novos segmentos de mercado.
O desafio das plataformas
Ainda assim, a implementação dessas mudanças não será simples. A segmentação de assinaturas e a adaptação das plataformas às novas exigências podem exigir investimentos altos. Além disso, o combate à fraude no streaming, incluindo o uso de bots e reproduções falsas, continua sendo um desafio técnico e operacional.
Para UMG e Amazon, a chave será equilibrar a inovação com a proteção dos direitos de artistas e consumidores, garantindo que as novas práticas sejam benéficas para toda a cadeia produtiva da música. Enquanto isso, o setor observa atentamente os desdobramentos dessa parceria, que pode servir de modelo para outras plataformas e gravadoras.