Spotify terá novos aumentos de preço na Europa e América Latina, afirma Financial Times

Segundo o jornal inglês, o Spotify planeja reajustes a partir de junho, acompanhando a desaceleração no crescimento do mercado de streaming.
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Nathália Pandeló
Plataformas de streaming - Spotify, Apple Music
Plataformas de streaming (Crédito: Cottonbro Studio)

O Spotify vai aumentar os preços de suas assinaturas individuais em dezenas de países da Europa e América Latina a partir de junho, conforme reportado pelo Financial Times e outros veículos internacionais. A mudança ocorre em um momento de desaceleração do crescimento global do streaming e pode indicar uma nova fase para o modelo de negócios da plataforma.

Segundo as informações, o aumento será de aproximadamente €1 (cerca de R$6,48) no valor mensal das assinaturas Premium individuais. Países como Holanda e Luxemburgo já começaram a implementar os novos preços nas últimas semanas. Para os assinantes dos Estados Unidos, no entanto, não estão previstas mudanças neste momento, pois o serviço já havia reajustado suas tarifas em julho de 2024.

Expansão do aumento e impacto no mercado

O movimento acontece em meio a um cenário de crescimento mais lento da base de assinantes, tanto para o Spotify quanto para seus concorrentes. Em 2024, a expansão da receita global da indústria musical caiu pela metade, de acordo com dados da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica).

A decisão da plataforma gerou impacto positivo entre investidores: após a divulgação dos planos de reajuste, as ações do Spotify registraram alta de 1,3% no mercado. Além disso, o reajuste pode incentivar outros serviços de streaming, como Apple Music e Amazon Music, a seguirem a mesma estratégia nos próximos meses.

Criação de novos pacotes e o conceito de “Streaming 2.0”

Catálogo musical Spotify, playlists MusicWatch

Paralelamente aos aumentos de preço, o Spotify também planeja lançar uma nova categoria chamada “super-premium” nos Estados Unidos. A nova modalidade vem sendo especulada e dada como certa desde o último ano, mas até o momento não há dados concretos sobre o assunto. O novo plano poderá custar cerca de US$6 (aproximadamente R$34,08) a mais por mês, além dos atuais US$11 (cerca de R$62,48) cobrados pela assinatura básica no país.

Essa proposta se insere dentro do conceito de “Streaming 2.0”, termo introduzido por Lucian Grainge, CEO da Universal Music Group, que prevê uma diversificação dos pacotes de assinatura. A ideia é oferecer conteúdos e benefícios exclusivos para os fãs mais engajados, como acesso antecipado a lançamentos musicais e ingressos para shows.

Além do Spotify, outras plataformas como Apple Music, Amazon Music e YouTube Music também estudam desenvolver modelos de assinatura diferenciados voltados para “superfãs”.

América Latina e África: panoramas diferentes

Embora a América Latina esteja incluída no pacote de reajustes, a situação é diferente na África. Em mercados como Nigéria e África do Sul, onde o Spotify já havia aumentado os preços em 2024, não há previsão de novos aumentos no momento.

A plataforma continua praticando tarifas reduzidas em países em desenvolvimento. Na Nigéria, por exemplo, a assinatura mensal custa cerca de US$1,08 (cerca de R$6,13), enquanto na África do Sul o valor é de US$3,33 (aproximadamente R$18,91), refletindo disparidades regionais de preço.

Estratégia de longo prazo

O reajuste global de preços e o lançamento de novos pacotes refletem uma tentativa de equilibrar a estagnação do crescimento de assinantes com o aumento da receita por usuário. 

Com 263 milhões de assinantes pagos registrados no final de 2024, o Spotify ainda lidera o mercado mundial, mas enfrenta desafios em manter sua vantagem competitiva frente ao avanço das rivais.

A expectativa é que as mudanças reforcem a sustentabilidade financeira da plataforma, abrindo caminho para uma nova fase do mercado de música digital nos próximos anos.

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