Spotify RADAR completa 5 anos com 1.000 artistas apoiados e brasileiros em destaque

Programa acumula 338 bilhões de streams e reúne nomes como Marina Sena, Mari Fernandez e Veigh entre os participantes.
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Nathália Pandeló
Spotify Radar completa 5 anos
Spotify Radar completa 5 anos (Crédito: Divulgação)

O Spotify divulgou os resultados do programa RADAR, criado em 2020 para dar visibilidade a artistas em início de carreira. Em cinco anos, a iniciativa já apoiou mais de mil talentos em mais de 180 mercados e alcançou números expressivos: 338 bilhões de streams, 6,5 bilhões de descobertas de músicas na plataforma e 1,5 milhão de inclusões em playlists editoriais. Além disso, faixas de artistas RADAR já apareceram em mais de 1,1 bilhão de playlists criadas por usuários em todo o mundo.

Por aqui, o RADAR Brasil se tornou uma vitrine para artistas que ganharam relevância nacional. Nomes como Marina Sena, Gilsons, Agnes Nunes, Mari Fernandez, Veigh e Murilo Huff já passaram pelo programa e hoje integram um cenário mais consolidado, com espaço em rádios, festivais e rankings de streaming.

Números que mostram o alcance

Os resultados do RADAR mostram a dimensão do impacto de playlists e campanhas editoriais dentro do ecossistema do Spotify. Os dados de streams e descobertas sugerem que a inserção de novos artistas em playlists pode acelerar o processo de reconhecimento, criando pontos de contato entre públicos diferentes.

Casos internacionais ilustram esse movimento. O mexicano Peso Pluma, por exemplo, registrou aumento de 55% em ouvintes mensais em um mês após ingressar no programa em 2023. Já o grupo sul-coreano aespa apresentou crescimento de mais de 1.400% em ouvintes mensais 30 dias depois de integrar o RADAR Coreia.

Diversidade de gêneros no Brasil

Já a lista de artistas brasileiros mais ouvidos no RADAR Brasil inclui Agnes Nunes, Bivolt, Borges, Ebony, GIULIA BE, Malía, Marvvila, Rebecca, Tasha & Tracie, Teto e Xamuel, além de nomes do funk como MC Du Black, Mc Paiva ZS e Mc Luanna. A presença de diferentes estilos, como pop, rap, R&B, sertanejo e funk, indica que o programa não se restringe a um gênero específico e busca refletir a variedade de vozes presentes no mercado nacional.

Segundo Sulinna Ong, Global Head de Music Editorial do Spotify, “alcançar esse marco em apenas cinco anos mostra que a vontade de descobrir é universal. O RADAR é sobre estar presente justamente nesse momento em que o primeiro burburinho pode se transformar em algo maior. Não é só encontrar talento, mas ajudar a fazê-lo crescer.”

Spotify comemora o sucesso do programa Radar
Spotify comemora o sucesso do programa Radar (Crédito: Divulgação)

Expansões do programa

O Spotify também tem usado o RADAR para além da música gravada. Em 2022, lançou o RADAR Songwriters, em 12 mercados, voltado para compositores emergentes. A iniciativa já incluiu profissionais como Ines Dunn e Alessandro La Cava, que participam de criações para artistas de alcance global. No mesmo ano, o programa passou a apoiar podcasters em países como Brasil, México, França e Estados Unidos.

Essas expansões mostram que a estratégia vai além da promoção de artistas em início de carreira, ampliando o escopo para outros agentes da cadeia criativa e outros formatos de áudio.

Contexto do mercado

A divulgação dos cinco anos do RADAR acontece em um momento em que o Spotify busca manter sua posição de destaque em um mercado de streaming cada vez mais competitivo. No segundo trimestre de 2025, a empresa registrou 696 milhões de usuários ativos mensais, dos quais 276 milhões são assinantes pagos. O crescimento reforça o peso de iniciativas como o RADAR na estratégia da plataforma para fidelizar artistas e ouvintes.

No Brasil, a presença de artistas locais no programa pode contribuir para fortalecer diferentes segmentos da cena musical, de nichos regionais a gêneros mais populares. O impacto do RADAR no país se reflete nos números de streaming e na abertura de caminhos para que vozes emergentes ganhem visibilidade em um cenário dominado por grandes gravadoras e selos independentes já estruturados.

Ao completar cinco anos, o RADAR se apresenta como um mecanismo de estímulo ao desenvolvimento de carreiras, com resultados mensuráveis em escala global e local. Ainda que os números impressionem, os próximos passos indicarão até que ponto o programa consegue sustentar o crescimento de longo prazo dos artistas que dele participam.

Como artistas cresceram nos últimos anos

aespa foi um dos grupos de k-pop que mais venderam em 2024 (Crédito: Divulgação)
aespa foi um dos grupos de k-pop que mais venderam em 2024 (Crédito: Divulgação)

O crescimento dos artistas que passaram pelo RADAR não pode ser explicado apenas pela participação no programa. Em muitos casos, estratégias próprias, equipes de gestão bem estruturadas e contextos culturais favoráveis tiveram papel relevante.

Peso Pluma já era um nome em ascensão no movimento da música mexicana quando entrou para o RADAR em 2023. O sucesso de “Ella Baila Sola”, com Eslabon Armado, colocou o artista nas primeiras posições das paradas globais, impulsionando turnês internacionais e consolidando sua imagem como representante de um gênero em expansão.

O grupo sul-coreano aespa fez sua estreia em 2020 e rapidamente ganhou atenção da indústria do K-pop, que conta com forte investimento em produção audiovisual, marketing e engajamento de fãs. O apoio do programa contribuiu para ampliar sua base de ouvintes fora da Ásia, mas o crescimento foi sustentado por lançamentos subsequentes, prêmios e participações em grandes festivais internacionais.

A britânica Rachel Chinouriri viu sua base de ouvintes crescer nos últimos anos, acompanhada de uma agenda de shows esgotados em cidades como Nova York e Los Angeles. Além da visibilidade no streaming, o reconhecimento veio também com indicações ao BRIT Awards e o interesse da imprensa especializada, que destacaram seu trabalho dentro da cena indie-pop.

Já a banda australiana Teen Jesus and the Jean Teasers seguiu uma trajetória gradual, passando por programas como Fresh Finds e GLOW antes do RADAR. O grupo ganhou mais público após premiações locais, como o ARIA de Artista Revelação, e abriu shows para nomes consagrados como o Pearl Jam. Essa combinação de fatores ajudou a solidificar sua presença no mercado de rock alternativo.

Esses exemplos mostram que o RADAR funciona como uma das ferramentas de exposição disponíveis, mas os resultados de longo prazo dependem de uma rede mais ampla de esforços, de equipes de produção a decisões estratégicas de carreira e, principalmente, da receptividade do público em diferentes mercados.

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