A Sony Music Brasil encerra neste mês a primeira edição do Music Camp, projeto realizado em parceria com o Camp Mangueira, escola de cidadania voltada à inserção profissional de jovens. A formatura da turma inaugural acontece no dia 18 de junho, marcando a conclusão de um ciclo de um ano e meio de formação prática e teórica voltada à preparação para o mercado de trabalho — com foco, mas não exclusivamente, no setor musical.
A iniciativa surgiu com o propósito de contribuir com a inclusão social e racial no ambiente corporativo, uma das metas estratégicas da Sony Music. Com 18 aprendizes participantes, o projeto ofereceu formação completa: desde aulas de inglês e história da música brasileira até a vivência de rotinas corporativas dentro da sede da gravadora, localizada no Rio de Janeiro.
Os jovens foram alocados em diferentes áreas da empresa, especialmente no setor de estratégias e vendas digitais, atuando em atividades práticas com o apoio de uma equipe dedicada.
Formação prática e novas perspectivas
Segundo Maria Clara Guimarães, diretora sênior de Estratégias Digitais, o projeto atendeu a uma demanda real da empresa por tarefas operacionais que exigiam tempo, mas não necessariamente experiência prévia.
“Quando percebemos que esses processos poderiam ser realizados por pessoas com pouca ou nenhuma experiência, desde que bem orientadas, vimos uma oportunidade de ajudar jovens que enfrentam mais dificuldades para entrar no mercado de trabalho”, afirma.
A troca foi mútua: os jovens contribuíram com tarefas essenciais enquanto recebiam formação e apoio.
“O resultado foi uma entrega de qualidade e pessoas mais preparadas para conquistar seu espaço profissional. Todos ganham — esse é o princípio fundamental de uma parceria bem-sucedida”, completa Guimarães.
A rotina dos estudantes foi marcada por formações trimestrais com especialistas da empresa, encontros presenciais na sede da gravadora e treinamentos voltados à empregabilidade. Para muitos, a experiência ampliou horizontes e influenciou escolhas profissionais.
A supervisora da turma, Juliana Rufino, relata:
“Acompanho essa turma desde o início e é muito satisfatório ver a evolução dos alunos, que chegaram perdidos, sem saber qual caminho profissional seguir. Hoje, temos pessoas que querem se especializar na área de tecnologia da informação, direito, marketing, administração, entre outras. Além de realização pessoal, é a oportunidade da quebra de um ciclo geracional, possibilitando uma vida diferente dentro de casa”.
Inclusão real no mercado de trabalho
Ao apostar em representatividade, o projeto mostrou na prática que é possível transformar realidades por meio da educação.
“Ver lideranças femininas e pessoas negras à frente do projeto na empresa mostrou a eles que é possível chegar lá por meio da educação. Eles se identificam com a equipe, com histórias e realidades parecidas. A diversidade está em todos os níveis do projeto”, afirma Juliana.
Esse aspecto foi decisivo para participantes como Micaelly Ângela do Nascimento Vieira, de 18 anos.
“Sou uma mulher trans, preta, periférica e consegui trabalhar em uma grande empresa. Isso tem um peso enorme, porque ainda enfrentamos muitas barreiras no mercado de trabalho. Aqui, fui ouvida, acolhida e tive vontade de compartilhar minha história. Quero que outras pessoas vejam que estamos, finalmente, conquistando nosso espaço”, declarou.
Já Sthefany Melo da Costa, de 17 anos, moradora de Benfica, conta que a oportunidade despertou o interesse por administração.
“O projeto me apresentou novas possibilidades. Visitar a Sony, vivenciar o ambiente corporativo e participar dos treinamentos despertou meu interesse por administração. Hoje, sei o que quero para o meu futuro”.
Para a diretora de People Experience, Bruna Araújo, a vivência prática foi o maior diferencial.
“Essa experiência mostrou como boas práticas, atitude profissional, responsabilidade e uma postura focada no aprendizado contínuo podem abrir portas e fortalecer a carreira de um profissional. Muitas vezes, esses elementos se tornam mais decisivos do que o próprio conhecimento técnico, que, apesar de essencial, costuma nivelar candidatos com perfis semelhantes — sem, necessariamente, oferecer o diferencial necessário para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo”.
Celebração e continuidade do projeto
A cerimônia de formatura será realizada na Quadra da Escola de Samba da Mangueira, com a presença dos formandos, familiares, equipes da Sony Music e do Camp Mangueira, além de parceiros e apoiadores. O evento celebra o encerramento de um ciclo e o início de novas trajetórias profissionais com bagagem prática no currículo.
Segundo o COO da Sony Music Brasil, Wilson Lannes, o impacto do projeto vai além dos aprendizados técnicos.
“É muito animador ver essas pessoas olhando para o futuro mais confiantes e com mais clareza sobre qual caminho profissional seguir. Existem jovens talentosos e com muita vontade de prosperar que, na maioria das vezes, só precisam de apoio em seus primeiros passos”, disse.
A segunda turma do Music Camp já está em fase de seleção, com início previsto para as semanas seguintes à formatura. A continuidade do projeto reforça o compromisso da Sony com a formação de talentos diversos e o fortalecimento de um mercado mais inclusivo.
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