Sony cresce com streaming e vendas físicas e projeta receita mais alta até o fim de 2025

Com o resultado financeiro, a Sony Music eleva projeção anual para US$ 12,68 bilhões.
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Nathália Pandeló
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O primeiro trimestre fiscal da Sony Music, encerrado em 30 de junho de 2025, foi marcado por crescimento sólido nas receitas e uma leve revisão para cima na previsão de ganhos até o fim do ano. A empresa, que integra o segmento de música do conglomerado japonês Sony Group, alcançou 465,3 bilhões de ienes (cerca de US$ 3,22 bilhões) em receita, um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O bom desempenho foi impulsionado por ganhos tanto em música gravada quanto em edição, com destaque para os números em dólar: a receita global com música gravada chegou a US$ 2,09 bilhões, enquanto o segmento de publishing rendeu US$ 683 milhões. As duas áreas cresceram, respectivamente, 8,4% e 9,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Streaming lidera, mas vendas físicas surpreendem

As plataformas de streaming continuam sendo a principal fonte de receita da Sony Music. No trimestre, os serviços digitais responderam por US$ 1,36 bilhão em música gravada, valor 7,3% superior ao de 2024. Já na editora, o streaming representou US$ 392 milhões, com alta de 8%.

Mas o crescimento não se restringiu ao digital. As vendas de produtos físicos totalizaram US$ 180 milhões, o que representa um avanço de 19% em comparação ao ano anterior. Esse resultado está ligado à popularidade dos formatos físicos entre colecionadores e à força das edições especiais, estratégia recorrente em lançamentos internacionais.

Outras fontes de receita no segmento de música gravada, como sincronização, merchandising e performances ao vivo, geraram US$ 481 milhões, com variação positiva de 3,1%.

Artistas globais influenciam desempenho

Bad Bunny (Crédito: Eric Rojas)
Bad Bunny (Crédito: Eric Rojas)

A Sony destacou os álbuns mais rentáveis do trimestre, com dois projetos de Bad Bunny entre os dez primeiros: “DeBÍ TiRAR MáS FOToS” e “Un Verano Sin Ti”. Também integram a lista os discos “SOS”, de SZA, “Even in Arcadia”, do Sleep Token, e “So Close to What”, de Tate McRae. Aparecem ainda lançamentos de Pink Floyd, ATEEZ, Bruce Springsteen, JENNIE e Miley Cyrus.

O desempenho variado do catálogo reflete a presença de gêneros como pop, R&B, rock, K-pop e música latina. Além de fortalecer a posição da Sony no mercado global, essa diversidade colabora com a expansão de receitas em múltiplas frentes, incluindo sincronização e licenciamento.

Lucros operacionais em alta e projeção otimista

O lucro operacional da divisão musical cresceu 8% no trimestre, totalizando 93 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 642 milhões). Já o OIBDA ajustado (indicador que desconsidera depreciações e amortizações) foi de 117,1 bilhões de ienes, ou US$ 810 milhões, com margem de 25,2%.

Diante dos resultados, a Sony Music aumentou cima sua previsão de receita anual para o ano fiscal de 2025. O novo valor é de 1,87 trilhão de ienes (equivalente a cerca de US$ 12,68 bilhões de dólares), o que representa um crescimento de 2,7% em relação ao total do ano anterior.

A revisão foi atribuída principalmente ao crescimento esperado nas receitas de streaming ao longo dos próximos trimestres. O bom momento também foi influenciado pela valorização dos catálogos, especialmente os de artistas e projetos de grande apelo comercial.

SZA

Divisão japonesa e novos mercados contribuem

Além das operações internacionais, a Sony Music Entertainment Japan também teve um trimestre positivo, com destaque para o álbum “Hollow”, do grupo Stray Kids, e dois títulos do Sakurazaka46, “Addiction” e “Make or Break”. A gravadora japonesa também segue investindo no mercado de games e animação, com destaque para a performance do filme “Demon Slayer: Infinity Castle”, que gerou mais de 17 bilhões de ienes em bilheteria no Japão.

A integração entre música, audiovisual e plataformas digitais tem sido uma das apostas da Sony para expandir sua presença em diferentes setores da indústria do entretenimento. A empresa também mantém foco na aquisição de catálogos e na exploração de oportunidades em mercados como América Latina e Ásia.

Câmbio ainda afeta comparativos, mas tendência é de alta

A valorização do iene frente ao dólar afetou os números em moeda japonesa, mas a Sony destacou que, em dólar, os resultados de música cresceram 8,8% na comparação anual. Para evitar distorções, os cálculos divulgados consideram o impacto do câmbio ao longo do trimestre, permitindo uma análise mais precisa da performance global.

A expectativa da companhia é manter o crescimento com apoio do streaming, fortalecimento do catálogo e novos formatos de monetização. A manutenção da rentabilidade, mesmo diante de mudanças cambiais e desafios macroeconômicos, reforça a estabilidade do modelo de negócios da gravadora.

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