A Sony apresentou resultados positivos no trimestre encerrado em setembro e revisou suas projeções para o ano fiscal. A música aparece no centro desse movimento, já que o segmento registrou forte expansão em vendas e lucro, apoiado pelo consumo global em streaming e pelo impacto do universo de “Demon Slayer”. O desempenho marca um ponto para a importância da música dentro do grupo em um momento em que outras áreas mostram oscilações mais moderadas.
Entre julho e setembro, a divisão musical alcançou 542,4 bilhões de ienes em vendas, uma alta de 21% em relação ao ano anterior. O lucro operacional avançou 28%, chegando a 115,4 bilhões de ienes. Esses números aumentaram o espaço do segmento na estratégia geral da companhia e ajudaram a elevar a previsão de lucro anual para 1,43 trilhão de ienes.
Música ganha peso dentro do grupo

O crescimento da música tem relação direta com o avanço do streaming e do publishing, que seguem como linhas consistentes de receita global. A circulação de catálogo permanece intensa nas plataformas de áudio, enquanto novas obras chegam ao mercado com alcance internacional. A área também se beneficia da presença em trilhas, sincronizações e usos diversos em plataformas audiovisuais e redes sociais.
A divisão Visual Media & Platform, ligada à Aniplex, reforça essa tendência. A receita saltou de 62,2 bilhões para 105,9 bilhões de ienes no trimestre, impulsionada pela estreia mundial de “Demon Slayer: Castelo Infinito”. O longa, distribuído pela Crunchyroll e pela Sony Pictures, acumulou 312 milhões de dólares em bilheteria até o fim de setembro, elevando a busca por trilhas, licenciamentos e produtos oficiais.
Com isso, a divisão de Visual Media & Platform passou a representar quase 30% do lucro total da Sony Music, acima dos níveis do ano anterior. Esse movimento reforça o modelo que integra música e audiovisual, criando ciclos mais longos de descoberta, consumo e monetização.
Trilhas e audiovisual impulsionam a circulação global de catálogo

A relação entre música e animação se tornou uma das frentes mais importantes para a Sony. Títulos ligados ao universo de anime costumam gerar recorrência em plataformas de áudio, atraindo públicos de diferentes regiões e aumentando a vida útil de lançamentos musicais. “Demon Slayer” segue esse padrão, fazendo suas trilhas alcançarem posições de destaque em rankings internacionais e aumentando a presença de produtores, compositores e intérpretes envolvidos nas gravações.
Esse comportamento também evidencia como a música japonesa vem conquistando espaço nas playlists editoriais globais. O crescimento do interesse pelo gênero facilita a transição de trilhas para outras áreas, incluindo redes sociais, games e produções independentes. Para a Sony, o resultado é uma circulação mais ampla do catálogo e uma base de receita distribuída ao longo de diferentes formatos.
Streaming e publishing seguem estáveis e sustentam o trimestre

Além da força do audiovisual, o consumo tradicional de música também contribuiu para o desempenho. O streaming mantém ritmo sólido em mercados maduros e emergentes, apoiado por lançamentos constantes e pela relevância do catálogo. O braço de editora acompanha esse cenário, fortalecido pelo uso recorrente de obras em plataformas digitais, ambientes interativos e conteúdos que dependem de trilhas licenciadas.
O tamanho da operação da Sony dentro do setor garante presença em diversas etapas da cadeia musical. Essa posição permite aproveitar ciclos positivos do mercado e responder rapidamente a tendências globais, seja em lançamentos, aquisição de catálogos ou desenvolvimento de projetos que combinam música e narrativas visuais.
Perspectivas da companhia para o ano fiscal
Com o avanço da música, a Sony decidiu elevar a projeção de lucro para 2025, estimando 1,43 trilhão de ienes ao final do período. A companhia também citou a redução do impacto tarifário nos Estados Unidos como fator que ajuda a manter investimentos em conteúdo, artistas e novas iniciativas.
A estratégia para os próximos meses deve seguir a integração entre música, audiovisual e projetos internacionais que aumentam o alcance de trilhas e catálogos. O modelo fortalece a posição da Sony em áreas de alta demanda global e cria oportunidades para artistas e profissionais envolvidos na construção de repertório.
Embora outros segmentos do grupo apresentem oscilações, a música mantém uma trajetória estável e contribui para as projeções atualizadas. O comportamento reforça a importância do setor dentro do ecossistema de entretenimento da Sony e a expectativa de continuidade desse crescimento no próximo ano fiscal.
À medida que trilhas continuam a ganhar relevância em plataformas globais, o grupo aprofunda a estratégia de unir música, audiovisual e propriedades intelectuais de longa duração. Essa abordagem sustenta o resultado atual e aponta para um cenário de estabilidade na divisão musical, que segue como uma das mais dinâmicas do conglomerado.
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