Não é novidade que o Brasil tem no calendário de shows e festivais um dos grandes motores de lazer, consumo e mobilização cultural. Para o público, esses encontros não são apenas entretenimento: eles viram memórias, amizades e até decisões financeiras ousadas. Um levantamento realizado pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box, que ouviu mais de mil pessoas em todo o país, mostra como os fãs conciliam paixão pela música e limites do orçamento.
Segundo o estudo, 89% dos brasileiros participam de até sete eventos de música por ano. A motivação principal está ligada à devoção ao artista: 70% frequentam shows especificamente para ver um nome de sua preferência.
A experiência coletiva também é importante: 36% apontam os amigos como parte essencial da vivência, 23% citam a estrutura e o ambiente, 18% valorizam preço acessível e 12% consideram as novidades como diferencial.
A paixão que move multidões
A pesquisa revela até onde muitos vão para não perder o show favorito. Entre os entrevistados, 23% disseram já ter gasto mais do que podiam em ingressos ou produtos oficiais. Além disso, 20% viajaram para outro estado ou até para fora do país em busca da experiência. O impacto no dia a dia também aparece: 9% admitiram deixar de pagar contas para acompanhar a apresentação de um ídolo.
Esse comportamento mostra a força que os artistas exercem sobre o público brasileiro e como o consumo musical se conecta ao emocional. A disposição em investir recursos, tempo e energia reforça a centralidade da música como prática cultural e social no país.

Barreiras de acesso e centralização geográfica
Se a paixão mobiliza, os obstáculos também são claros. O preço dos ingressos foi citado como a maior barreira por 44% dos entrevistados. Outras dificuldades incluem distância (19%), falta de tempo (17%) e preocupações com segurança (10%).
A concentração de grandes eventos no Sudeste pesa ainda mais nessa equação. Mais da metade (55,5%) dos respondentes disseram que gostariam de ir a mais shows, mas acabam limitados pela centralização geográfica. Mesmo assim, muitos se organizam para se deslocar: 34% já viajaram dentro do próprio estado, 18% para outros estados da mesma região e 16% atravessaram o país para acompanhar apresentações.
Experiências além do palco

Quando não conseguem estar presentes, os fãs buscam alternativas. O levantamento aponta que 73% acompanham shows e festivais pelas redes sociais ou transmissões ao vivo, ampliando o alcance dessas experiências musicais. O movimento confirma como a digitalização transformou o acesso ao entretenimento, tornando os eventos híbridos entre presença física e consumo online.
Para Rodrigo Costa, especialista da Serasa em educação financeira, os dados mostram a relevância do tema.
“A música desperta emoções únicas e cria memórias que ficam para sempre. O que a pesquisa mostra é que, mesmo diante de desafios como o preço dos ingressos, os brasileiros estão dispostos a fazer esforços financeiros e pessoais para viver essas experiências. Isso revela como os shows e festivais estão profundamente ligados ao comportamento do consumidor e à forma como ele escolhe investir seu tempo e dinheiro”, comenta.
Educação financeira no consumo cultural
A Serasa tem buscado se aproximar dos fãs de música também pelo viés da educação financeira. Para apoiar o público na organização de gastos, a empresa disponibilizou em seu blog conteúdos relacionados a shows e festivais, com dicas para equilibrar finanças pessoais e lazer. A proposta reforça como a saúde financeira pode ser aliada de quem deseja aproveitar a programação cultural sem comprometer o orçamento.
O novo estudo da Serasa foi realizado pelo Instituto Opinion Box entre 30 de julho e 12 de agosto de 2025, com 1.032 entrevistas em todas as regiões do país e margem de erro de três pontos percentuais.
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