O relatório de final de ano da Pollstar mostra que a indústria de shows ao vivo seguiu em crescimento moderado em 2024. A receita das 100 maiores turnês mundiais aumentou 3,62% em relação ao ano anterior, atingindo a marca de US$ 9,5 bilhões. Embora o crescimento tenha desacelerado após os picos registrados em 2022 e 2023, o mercado permaneceu estável, com pequenas variações nos principais indicadores.
Entre os fatores que contribuíram para os resultados estão os recordes históricos de arrecadação e venda de ingressos de artistas como Taylor Swift e Coldplay. O relatório também apontou um leve aumento no preço médio dos ingressos, que chegou a US$ 135,92, refletindo a busca por experiências premium e investimentos na infraestrutura dos eventos.
Recordes de arrecadação e novas dinâmicas globais
Taylor Swift liderou o mercado global com a “The Eras Tour”, que arrecadou US$ 1,04 bilhão em 2024, somando US$ 2,2 bi, recordista absoluta como a turnê mais lucrativa de todos os tempos. A marca representa quase 11% da receita total das 100 principais turnês, segundo a Pollstar. Paralelamente, o Coldplay alcançou um recorde histórico ao vender mais de 10,3 milhões de ingressos desde o início da turnê “Music of the Spheres”, consolidando-se como a maior bilheteria em volume de entradas na história.
A expansão para novos mercados foi outro destaque do ano, com shows de grande porte chegando a cidades como Mumbai, Kuala Lumpur e Lima. O fortalecimento de regiões fora dos circuitos tradicionais refletiu a estratégia das turnês globais de diversificar os destinos e atrair públicos diversos. Os shows em estádios, por exemplo, continuaram em alta, movimentando receitas expressivas mesmo com o aumento dos preços dos ingressos.
Desafios no mercado norte-americano
Na América do Norte, os números foram menos expressivos. A receita das 100 maiores turnês caiu 6,79%, somando US$ 6,18 bilhões. O número de ingressos vendidos também apresentou retração de 7,17%, com queda de 9,16% na média de tickets por show. Apesar disso, o preço médio dos ingressos na região subiu ligeiramente, atingindo US$ 136,45.
Os dados apontam para um cenário de ajuste no mercado norte-americano, marcado pela alta demanda de anos anteriores e um leve arrefecimento em 2024. O maior destaque foi o The Rolling Stones, que liderou a arrecadação na região, com US$ 235 milhões em apenas 18 apresentações. Bad Bunny e Zach Bryan também se destacaram, refletindo a ascensão de artistas latinos e country no mercado.
O impacto dos preços e a inovação no formato dos eventos
O preço dos ingressos fez grande diferença na receita global, com um aumento de 3,91% em relação ao ano passado. Esse crescimento, no entanto, foi o menor dos últimos três anos, indicando que o mercado pode estar atingindo um patamar de equilíbrio entre demanda e valor percebido. O fenômeno dos eventos surpresa também ganhou força em 2024, com artistas como Fred Again e Kendrick Lamar realizando apresentações pop-up, alterando dinâmicas tradicionais de vendas.
A inovação não se limitou aos formatos dos shows. A infraestrutura dos locais, especialmente nos grandes estádios e arenas, passou por melhorias significativas. Espaços como o Sphere, em Las Vegas, e o renovado Estadio GNP Seguros, na Cidade do México, movimentaram cifras milionárias ao oferecer experiências aprimoradas para o público.
Rankings das principais turnês mundiais
De acordo com a Pollstar, as maiores arrecadações globais de 2024 foram:
Taylor Swift – US$ 1,04 bilhão
Coldplay – US$ 421,7 milhões
P!NK – US$ 367,3 milhões
Luis Miguel – US$ 261,5 milhões
Bruce Springsteen & The E Street Band – US$ 251,2 milhões
The Rolling Stones – US$ 235 milhões
Bad Bunny – US$ 210,9 milhões
Zach Bryan – US$ 199,1 milhões
Metallica – US$ 179,3 milhões
Madonna – US$ 178,8 milhões
Os resultados mostram que, mesmo em um cenário de estabilidade, o mercado de turnês continua movimentando cifras expressivas. Grandes nomes, novas dinâmicas e a busca por experiências premium mantêm a indústria em crescimento.