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“A pandemia mudou a forma como as pessoas consomem música”, diz Papatinho

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Redação

O produtor e DJ Tiago da Cal Alves, mais conhecido como Papatinho foi o convidado do quadro ‘Trace Papo’, e bateu um com Alberto Pereira Jr. para falar sobre música, pandemia, projetos, carreira e os insights para produzir as batidas e os feats. O episódio já disponível no Globoplay e vai ao ar nesta sexta-feira (17), às 17h, no Multishow.

Autodidata, o produtor iniciou a sua carreira sem base teórica, apenas com curiosidade e criatividade. Hoje, esbanja mais de 700 mil seguidores no Instagram e se destaca pelas parcerias com diversos artistas, como o sucesso da música ‘Onda Diferente’, com Anitta, Ludmilla e o rapper Snoop Dogg.

“Aqui no Brasil, os pais e avós dos artistas que faziam funk e rap eram os sambistas e nos Estados Unidos, eram os artistas de Soul Music. Isso abriu a minha mente quando eu comecei a fazer beats de uma forma que eu conseguia colocar um pouco das minhas influências e não tem regra para isso se [a batida] está soando maneiro”, conta.

E completa: “No meu projeto com artistas que convido para os feats, a galera acha legal e interessante exatamente por essa mistura. Tipo, misturar o Péricles, um artista do samba, com MC Hariel e Dfideliz, do funk e do trap, e às vezes é o que a galera quer escutar, só falta um projeto para isso sair do papel. (…) E é isso que eu queria frisar nas minhas produções, sempre ter um elemento de tambor, um atabaque que remeta ao funk carioca, aqui do Rio de Janeiro que é a minha cidade. O meu primeiro projeto como artistas se chama Rio, em que eu misturei trap com funk, mas as harmonias eram todas do Soul”, conclui.

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Papatinho ainda ressalta a internacionalização de sua carreira, a emoção de ter trabalhado com o rapper Snoop Dogg e o impacto da pandemia no consumo de música. “Eu fui criando uma base lá também, como se fosse um recomeço do que eu já fiz aqui, lá fora. (…) No meu aniversário, eu tive uma sessão de estúdio com o Snoop, rolou parabéns, bolo e foi um sonho. Eu lembro que eu voltei para o Brasil e falei para todo mundo na rua: ‘Cê viu onde eu estava?’”, destaca.

“O que aconteceu no mercado da música que fui percebendo, foi que parou de vingar um pouco as produções de festa e a galera começou a focar em outros estilos. Isso mudou o rumo dos projetos e deu espaço para o trap de certa forma, por exemplo, a música ‘Tá com Patato’, não é muito pra cima, mas ela bate bem, é atual, funciona no TikTok que é uma ferramenta hoje de maior divulgação de música. Esse caminho vai mudando, porque a pandemia mudou a forma como as pessoas consomem a música”, aponta.

E mais, o Trace Trends, traz o afronegócio como pauta e destaca a Casa PretaHub, iniciativa da Feira Preta, idealizada por Adriana Barbosa, que completa 1 ano com nova sede em Cachoeira, no Recôncavo baiano.

“Eu estou mega feliz em poder construir espaços em parcerias com muitas mãos, muitas pessoas e empresas que se mobilizaram para ajudar a construção desse sonho, que é criar espaços de inovação para que as populações pretas, periféricas, indígenas e todos os recortes possam, de algum forma, se apropriar e utilizar desse espaço. O papel da Feira Preta e o meu papel, é um papel de facilitação, de propiciar uma infraestrutura para que coisas fantásticas e potentes possam acontecer”, ressalta a empreendedora.

O programa traz ainda Babu Santana contando sobre a série “Central de Bicos”, o pop e R&B da cantora Kynnie e as novidades musicais com Bafros de Izrra, Slipmami, João Loroza, Trevo, André Dias, Duke e Dactes.

Com apresentação de Alberto Pereira Jr., Xan Ravelli, Ad Júnior, João Luiz Pedrosa e Babu Santana, a nova temporada do Trace Trends tem, a cada semana, um episódio inédito exibido às quartas-feiras no Globoplay e às sextas-feiras, às 17h, no Multishow.