Esses dias meu padrinho me escreveu:
“esse conteúdo aí falando toda dona da verdade, não gostei não.”
Levar essa lapada assim, sem algoritmo nenhum pra me proteger ou inteligência artificial pra deixar mais suave, foi essencial.
Outro que fez isso foi um artista. “Marina, adoro você, mas deixei de seguir seu perfil porque tava me dando ansiedade”.
Caramba. Em que momento me perdi da minha missão? Sempre pensando no artista independente, o que quero nos meus pontos de contato é passar adiante conhecimento adquirido graças a muito estudo, sim, mas também graças a um lugar de privilégio.
De lá pra cá, peço sempre pro time da Jangada tirar frases-gatilho, como “se você não faz isso, você tá perdendo tempo” ou “provas de que você (ainda) não merece o sucesso” ou qualquer outra coisa pavorosa dessas. Claro que aqui trago exemplos exagerados, mas é fácil cair na armadilha de usar textos que PERFORMAM bem, engajam e, sim, vendem.
Mas aí é que tá a chave de tudo o que eu promovo: a minha missão, assim como a missão do artista, não é ganhar dinheiro. A missão é o que nos mantém ativo mesmo quando um resultado não vem.
Não tô dizendo que estamos fazendo o que fazemos por hobby, mas sim que o que nos dá satisfação e deveria nos nortear é a nossa missão. Eu prefiro vender 1 vaga no meu curso e ouvir desta pessoa que o curso mudou a vida dela do que vender 20 vagas com conteúdos que despertam insegurança, dependência e sensação de incapacidade no meu público.
Uma vez um artista me parou na SIM São Paulo pra dizer que o conteúdo da Jangada servia pra ele como pílulas de conhecimento que ele ia aplicando pouco a pouco no seu dia-a-dia. E o efeito daquela frase em mim foi o inverso da mensagem de áudio do meu padrinho. Era praquilo que eu me dedicava e ainda me dedico.

É preciso estar vigilante sempre e por isso, concluo essa coluna aprofundando uma trend que postei no feed: POV do algoritmo com a trend “Pra mim você tá fora”
Pov = ponto de vista. O que o algoritmo diria se ele fosse uma pessoa sobre determinado assunto.
Trend “Pra mim você tá fora” = uma trend que traz situações que a pessoa não tolera, finalizando a frase com “pra mim, você tá fora”
O vídeo rendeu por conta de um tópico: flyer pode ou não ser usado nas redes?
Primeiro ponto: meu vídeo era do ponto de vista do algoritmo. Não falei que um artista não podia nunca postar flyer nas redes. Mas o flyer vai “sair” atrás de um conteúdo mais pensado pra redes sociais.
Segundo: Tem shows que são marcos na carreira de um artista. O flyer, ali, tem um caráter de notícia mais do que de divulgação. Estes são conteúdos que interessam não só ao público localizado naquele lugar, mas sim a todo fã do artista.
Terceiro: De cara, se você quer vender um show em Fortaleza, postar um flyer nas suas redes que tem pouquíssimos seguidores no Ceará não me parece a melhor ideia. Ainda mais se você tiver várias praças pra divulgar.
Dito isto: artista, o algoritmo da rede social não deve ditar a sua vida. Aqui em cima foi uma análise técnica. Se quiser ir postando flyer, posta (mas faz um flyer bonito… ou compõe o post com um carrossel mostrando sua relação com a praça ou usa fotão ou identidade visual bem marcada). O importante é a saúde mental estar em dia, você saber o que é sucesso pra você neste momento e estar conseguindo botar sua missão adiante.
(ai meu Deus, fui coach de novo? dona da verdade? socorroooooo)
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