MinC registra recorde histórico e ultrapassa 22,5 mil propostas culturais pela Lei Rouanet em 2025

De janeiro a outubro, os projetos aprovados pelo MinC captaram mais de R$ 1,59 bilhão, um aumento de 20,6% em relação a 2024.
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Nathália Pandeló
MinC revela recorde de propostas da Lei Rouanet em 2025
MinC revela recorde de propostas da Lei Rouanet em 2025 (Crédito: Victor Vec/MinC)

O Ministério da Cultura (MinC) encerrou outubro com um novo recorde histórico de propostas culturais submetidas pela Lei Rouanet. Foram 22.522 projetos enviados em 2025, superando as 19.129 propostas apresentadas em 2024 e as 13.635 registradas em 2023. O avanço representa um crescimento de 16,7% e 64,2%, respectivamente, consolidando um momento de retomada do setor cultural no país.

Entre janeiro e outubro, os projetos aprovados captaram mais de R$ 1,59 bilhão em recursos via Lei de Incentivo à Cultura. O volume é 20,6% superior ao do mesmo período do ano anterior (R$ 1,31 bilhão) e quase triplica os valores de 2022, quando o total foi de R$ 596,8 milhões. 

Atualmente, 8.937 propostas estão aprovadas no sistema do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e 4.582 projetos estão em execução em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

Avanço no fomento cultural do MinC

Lei Rouanet tem novas regras (Crédito: Filipe Araújo/MinC)
Lei Rouanet tem novas regras (Crédito: Filipe Araújo/MinC)

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que os resultados refletem a reconstrução das políticas de fomento. 

“O recorde histórico da Lei Rouanet mostra que o Brasil vive um novo ciclo de confiança na cultura. Sob a liderança do presidente Lula, reconstruímos as políticas de fomento alcançando todas as regiões e devolvendo confiança, transparência e oportunidades ao setor cultural”, afirmou.

O secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Menezes, ressaltou a importância da credibilidade do programa. 

“A cada ano, a superação de nossas metas simboliza a reconquista da credibilidade do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Lei Rouanet) perante agentes culturais e financiadores. Estamos cumprindo nosso compromisso de dialogar com o empresariado de todo o país, demonstrando a solidez jurídica e fiscal do investimento, a agilidade dos processos e, sobretudo, o potencial da cultura como um poderoso e robusto setor da economia brasileira.”

Os dados do Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic) mostram crescimento constante desde o início de 2023. Apenas em outubro de 2025, as captações somaram R$ 176,4 milhões, mais que o triplo do valor registrado no mesmo mês de 2022 (R$ 57,6 milhões).

Crescimento em todas as regiões

CNIC aprova 173 projetos pela Lei Rouanet - Crédito Carol Lando-MinC
CNIC aprova 173 projetos pela Lei Rouanet – Crédito Carol Lando/MinC

De acordo com o levantamento do MinC, a ampliação das propostas culturais tem ocorrido de forma descentralizada, alcançando estados de todas as regiões do país. O número de projetos em execução também reflete essa expansão territorial, com ações em áreas urbanas, rurais e periféricas.

O aumento de recursos captados por meio da Lei Rouanet tem garantido o fortalecimento de diferentes linguagens artísticas, da música ao audiovisual, passando por teatro, literatura e patrimônio cultural. 

O próprio MinC atribui o avanço à modernização dos processos de análise e acompanhamento, incluindo a utilização de sistemas automatizados para garantir mais agilidade e transparência na tramitação dos projetos. Essa atualização tecnológica, somada à política de regionalização e ao aumento do diálogo com o setor privado, tem estimulado novas inscrições e maior participação de empresas patrocinadoras.

Como funciona a Lei Rouanet

Ministra da Cultura, Margareth Menezes
Ministra da Cultura, Margareth Menezes. Foto: Divulgação

A Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) permite que produtores, artistas e instituições submetam propostas ao MinC para avaliação. Uma vez aprovadas, essas iniciativas ficam autorizadas a captar recursos de pessoas físicas ou jurídicas, que podem destinar parte do imposto de renda devido para o financiamento de atividades culturais.

Esse modelo de renúncia fiscal possibilita que recursos públicos e privados se encontrem em prol da produção cultural. O objetivo é fortalecer o setor e expandir o acesso da população aos bens e serviços culturais. Depois da aprovação, os projetos são monitorados pela equipe técnica do ministério, com o apoio de sistemas digitais de acompanhamento.

A ferramenta tecnológica permite identificar eventuais inconsistências e adotar medidas preventivas e corretivas durante a execução. O resultado é maior controle sobre o uso dos recursos e a garantia de que os investimentos cheguem efetivamente aos territórios e às comunidades que deles dependem.

Desempenho recorde entre 2022 e 2025

O levantamento do Salic mostra que a captação total de recursos cresceu 267,8% entre 2022 e 2025. Em janeiro de 2022, por exemplo, a captação mensal foi de pouco mais de R$ 10 milhões. Três anos depois, o mesmo mês ultrapassou R$ 73 milhões. Esse ritmo de crescimento foi mantido ao longo de todo o período analisado, indicando uma curva ascendente de confiança e participação no programa.

Ao todo, o volume captado em 2025 já ultrapassa R$ 1,5 bilhão e deve crescer até o fechamento do ano. Para o MinC, o aumento demonstra a solidez jurídica do modelo e o papel estratégico da cultura na economia criativa nacional. A expectativa é que, com a ampliação das empresas incentivadoras e o fortalecimento das cadeias produtivas regionais, o setor continue crescendo nos próximos anos.

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