Os Ministérios da Cultura (MinC) e da Educação (MEC), em parceria com a Fundação Itaú, assinaram nesta quarta-feira (4) dois Acordos de Cooperação Técnica. A iniciativa busca promover ações conjuntas entre cultura e educação, abrangendo escolas de tempo integral e universidades públicas. A cerimônia aconteceu no auditório da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e contou com uma apresentação do violeiro Volmi Batista.
O primeiro acordo prevê ações voltadas à inserção de saberes culturais e artísticos em instituições de ensino. Já o segundo se dedica a produzir estudos que avaliem como arte e cultura impactam o desempenho acadêmico e o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.
Integração cultural nas escolas e universidades
Entre as medidas anunciadas, destaca-se a criação de planos de cultura para universidades federais, incluindo o reconhecimento de mestres e mestras da cultura popular. Essas ações visam a fortalecer a rede de equipamentos culturais e fomentar atividades como dança, teatro e música em escolas públicas.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou a importância de levar a cultura para os ambientes educacionais.
“Quando ações culturais chegam à escola, elas provocam uma transformação profunda, não só em quem está lá aproveitando, mas também em toda a comunidade. A cultura está no ar, é o que nos faz ter referências, é o que nos faz saber de onde viemos e para onde vamos, nos referencia como povo, nossa identidade. É muito importante, neste momento, levar essa ação para as escolas”.
O ministro da Educação, Camilo Santana, enfatizou o papel das escolas de tempo integral como espaços de ampliação do repertório cultural dos estudantes. Ele também destacou o investimento previsto para 2025, que deve fortalecer a oferta de atividades culturais nas escolas.
“Hoje, estamos concretizando uma parceria importante, que se insere nos objetivos do Programa Escola em Tempo Integral. A educação integral vai além do horário ampliado. A ideia é que a criança e o jovem se conectem com as múltiplas experiências humanas, do ponto de vista emocional, cognitivo, social e também cultural, o que permite uma visão de mundo mais ampliada e promove transformação social”.
Estudos sobre os impactos da cultura no aprendizado
O segundo Acordo de Cooperação Técnica inclui a participação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A proposta é reunir dados que comprovem a influência da arte e da cultura na trajetória educacional e social de jovens brasileiros.
Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, reforçou que a aliança entre a cultura e a educação é uma força transformadora para combater desigualdades.
“Mas há pessoas que não estão convencidas dessa potência. Precisamos impactar essas pessoas com pesquisas científicas. Por isso, a ideia dessa parceria é gerar evidências, ao longo de três anos, da transformação na vida de meninas e meninos que acontece quando eles se encontram com a educação e a cultura”.
Próximos passos e investimentos
Com investimento inicial de R$ 18 milhões para 2025, os acordos visam alcançar cerca de dez universidades federais e várias escolas públicas.
As ações pretendem fortalecer a presença de mestres da cultura popular nos espaços educacionais e ampliar a diversidade de atividades artísticas nas instituições.
A presença de mestres da cultura popular nas escolas e universidades é vista como um passo importante para enriquecer o ensino e fortalecer identidades locais e comunitárias.