MashApp, um aplicativo que permite remixar músicas de artistas conhecidos, foi lançado nesta terça-feira (18), na App Store da Apple. A plataforma inicia suas operações já com licenças de Universal Music Group (UMG), Warner Music Group (WMG), Sony Music e Kobalt, garantindo aos usuários acesso a um catálogo relevante para criar suas próprias versões de faixas populares.
O app foi criado por Ian Henderson, ex-executivo do Spotify, e segue a tendência de oferecer mais controle criativo para o público. A interface lembra a do TikTok, com feed vertical e ferramentas de edição que permitem alterar o tempo, separar instrumentos e combinar trechos de diferentes músicas.
Licenças das majors garantem catálogo amplo
As licenças obtidas junto às três principais gravadoras globais e à editora Kobalt foram destacadas como um dos diferenciais do MashApp. Essas parcerias garantem que as remixagens feitas pelos usuários estejam dentro do que as plataformas digitais e os titulares dos direitos autorais consideram legal.
Henderson afirmou que o foco é oferecer uma experiência que respeite tanto o público quanto os artistas. Ele explicou que, por isso, as criações feitas no MashApp não podem ser levadas para redes como TikTok ou Instagram, ficando restritas ao ambiente do aplicativo.
“A missão do MashApp é trazer a alegria de brincar com a criação musical para quem não é músico, permitindo que as pessoas se divirtam com suas músicas favoritas, como sempre fizeram com DJing, fitas mixadas, mashups e karaokê”, disse o CEO em comunicado.
Concorrência começa a se movimentar
A chegada do MashApp acontece em um momento em que outras empresas também tentam atrair o interesse do público para ferramentas interativas de música. Aplicativos como Hook, Lifescore, Reactional Music e Minibeats já exploram formatos que colocam os fãs como participantes do processo criativo.
Até mesmo o Spotify, segundo a Bloomberg, avalia lançar um plano para superfãs com recursos como áudio em alta qualidade e ferramentas de remixagem. Esse movimento mostra que as plataformas estão testando formas de tornar o consumo musical menos passivo.
Uso de inteligência artificial amplia possibilidades
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O MashApp se apoia em tecnologias de inteligência artificial para oferecer aos usuários opções como separar vocais e instrumentos de uma gravação original. Esse tipo de recurso tem sido adotado em produtos que buscam personalizar a audição musical.
Ye, ex-Kanye West, já havia usado ideia semelhante no Stem Player, lançado junto ao álbum “Donda 2”. O aparelho permitia que o público manipulasse partes das faixas diretamente. O diferencial do MashApp está em disponibilizar essas ferramentas em um formato de aplicativo, sem exigir equipamentos específicos.
Monetização e limites para expansão
O aplicativo funciona de forma gratuita, mas também oferece uma versão paga que remove anúncios e libera mais funcionalidades. Por enquanto, as criações não geram receita adicional para artistas ou editoras, além das licenças previamente acordadas.
Esse formato reduz os riscos jurídicos, mas pode limitar o crescimento da base de usuários fora do ecossistema fechado do app. A possibilidade de exportar remixagens para redes sociais poderia ampliar a presença do MashApp, mas exigiria renegociação com os detentores de direitos.
Respostas do mercado ainda são incertas
As gravadoras vêm buscando formas de equilibrar inovação e proteção dos catálogos. Representantes de UMG, Sony e WMG destacaram que a parceria com o MashApp faz parte desse processo. As empresas indicaram que veem o aplicativo como um espaço controlado onde os fãs podem se aproximar do repertório dos artistas.
Ainda assim, o histórico de tensões entre plataformas e detentores de direitos sugere que a relação pode mudar, dependendo do impacto comercial do MashApp e do comportamento dos usuários. Caso o app cresça rapidamente, novas questões sobre monetização e distribuição devem surgir no mercado.