Live Nation: novo report revela música ao vivo como principal entretenimento global, com mais de 130 milhões de ingressos vendidos em 2025

Relatório global da Live Nation mostra que a música ao vivo lidera escolhas de entretenimento, supera cinema e esportes e movimenta economias locais.
Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
Capa do report Living for Live, da Live Nation
Capa do report Living for Live, da Live Nation (Crédito: Reprodução)

A Live Nation acaba de divulgar seu novo Global Report, intitulado “Living for Live”, e os números ajudam a explicar por que os shows se tornaram o centro da cultura global. Segundo o levantamento, fãs ao redor do mundo elegeram a música ao vivo como a principal forma de entretenimento, superando cinema, eventos esportivos e até o sexo na lista de preferências.

O estudo foi realizado com 40 mil pessoas, entre 18 e 54 anos, em 15 países, e traça um retrato detalhado de como os shows deixaram de ser apenas um programa ocasional para ocupar um lugar central na vida social, cultural e econômica dos fãs. Em 2025, mais de 130 milhões de ingressos já foram vendidos globalmente, com a presença em estádios triplicando em relação ao ano anterior.

Se tivessem que escolher apenas um tipo de entretenimento para o resto da vida, 39% dos consumidores optariam por música ao vivo. O cinema aparece bem atrás, com 17%, seguido por eventos esportivos profissionais, com 14%. A preferência é tão clara que 70% dos entrevistados afirmam que escolheriam ir a um show do seu artista favorito em vez de ter relações sexuais.

Shows como centro da cultura global

Fã com ingresso de show - Crédito Stockking
Fã com ingresso de show (Crédito: Stockking)

De acordo com a Live Nation, os eventos ao vivo se tornaram o “palco principal” da cultura contemporânea. O relatório aponta que festivais esgotam ingressos cada vez mais rápido, grandes turnês batem recordes históricos e mais de dez novos grandes espaços de shows devem ser inaugurados mundialmente em 2026.

Esse movimento não é tratado como uma moda passageira. Para a empresa, trata-se de uma mudança estrutural na forma como as pessoas organizam seu tempo, constroem identidade e se conectam com outras pessoas. A música ao vivo passou a ser um ponto de encontro entre memória, pertencimento e experiência coletiva.

Os dados ajudam a traduzir isso em números: 84% dos fãs afirmam que experiências ao vivo são o que mais dão sentido à vida hoje. Além disso, 93% dizem preferir experiências reais a digitais, e 80% afirmam que preferem gastar dinheiro com experiências, em vez de bens materiais.

Identidade, pertencimento e rituais sociais

Público jovem curte festival - ingressos

O relatório mostra que ir a shows é também uma forma de expressão pessoal. Para 77% dos entrevistados, o público faz com que se sintam parte de algo maior. Já 79% dizem que o que vestem para um show é parte fundamental dessa experiência, com destaque para fãs do Japão, Espanha e França.

Os shows também passaram a funcionar como marcos de vida. Essas datas entram no mesmo patamar de aniversários, formaturas, casamentos e outras celebrações importantes. Sete em cada dez fãs planejam viagens com antecedência para assistir a apresentações, e metade escolhe o figurino semanas antes do evento.

Quase 80% afirmam que a música ao vivo ajuda a aproximar famílias, reforçando o caráter social e intergeracional desses eventos. Para muitos, não se trata apenas do repertório no palco, mas da experiência completa ao redor dele.

Turismo, economia e circulação global

Oasis (Crédito: Divulgação)
Oasis (Crédito: Divulgação)

Outro ponto central do estudo da Live Nation é o impacto econômico gerado pela música ao vivo. Em 2024, fãs viajaram mais de 40 bilhões de milhas para assistir a shows, o equivalente a 83 mil viagens até a Lua. Países como Suécia, Brasil e Irlanda se destacam, com públicos quase duas vezes mais propensos a viajar mais de 800 quilômetros para um único espetáculo.

No último ano, a presença em shows cresceu mais de 30% na Europa, Ásia e América Latina. Além disso, 71% dos fãs afirmam ouvir artistas que cantam em outros idiomas, e 84% dizem que a música ao vivo conecta culturas diferentes.

Esse deslocamento gera efeitos diretos na economia. Quase seis em cada dez fãs viajam anualmente para shows, impulsionando setores como aviação, hotelaria, alimentação e varejo. O relatório cita exemplos concretos: a turnê de reunião do Oasis gerou um impacto estimado em £1 bilhão no Reino Unido e na Irlanda; Beyoncé movimentou cerca de US$ 4,5 bilhões nos Estados Unidos; e a residência de Bad Bunny criou um impacto de US$ 200 milhões em Porto Rico.

Mulheres, redes sociais e marcas no centro da cena

Lady Gaga em show na Praia de Copacabana (Crédito Alexandre Macieira Riotur), experiência ao vivo
Lady Gaga em show na Praia de Copacabana (Crédito: Alexandre Macieira/Riotur)

O estudo também destaca o papel das mulheres na redefinição dos grandes momentos da música ao vivo. Beyoncé lidera o ranking da turnê country de maior bilheteria da história, Olivia Rodrigo atraiu o maior público já registrado no Lollapalooza, Karol G quebrou recordes de venda de ingressos na Espanha e Lady Gaga realizou o maior show da história no Brasil por uma artista feminina.

A experiência ao vivo também se tornou conteúdo. Para 94% dos fãs, cada show é uma transmissão em potencial. Metade da Geração Z afirma que postar nas redes sociais faz parte do motivo de ir a um show, enquanto 86% reassistem aos próprios vídeos depois.

Por fim, a Live Nation aponta que as marcas encontraram nos shows um espaço onde não interrompem a experiência, mas fazem parte dela. Entre os entrevistados, 97% querem que as marcas tenham participação mais ativa em eventos ao vivo, com impactos diretos em lembrança, intenção de compra e afinidade.

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