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Ingressos de shows estão cada vez mais caros – entenda os motivos que levam a essa alta

Cresce a discussão sobre os preços altos dos ingressos de shows enquanto plataformas de revenda se tornam uma alternativa para caçadores de barganhas.
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Nathália Pandeló
Imagem de ingressos de shows de artistas populares como Justin Bieber e Harry Styles, destacando eventos musicais grandiosos e memoráveis.

Os preços dos ingressos para shows continuam subindo, e isso não é novidade para quem acompanha o setor. No entanto, um movimento paralelo começa a chamar atenção: pessoas que se dedicam a encontrar bilhetes a preços muito abaixo do praticado. 

Com a ajuda de plataformas como StubHub e Ticketmaster, esses caçadores de barganhas monitoram as flutuações de preço até o último instante possível. No Brasil, o mercado informal é bem mais conhecido: eles recorrem aos já conhecidos cambistas, que buscam se livrar de ingressos sobressalentes poucos minutos antes do início de um show.

Esse tipo de prática tem ganhado força porque os valores médios dos ingressos dispararam nos últimos anos. De acordo com o Pollstar, o preço médio para os 100 maiores turnês na América do Norte chegou a US$ 136,45 em 2024, quase o dobro do que era uma década atrás.

Por que os preços estão tão altos?

Um dos fatores que impulsionam essa alta é a crescente demanda por experiências ao vivo, somada a uma oferta limitada de ingressos. Além disso, o mercado de revenda, muitas vezes operado por cambistas, influencia diretamente os preços. Esses profissionais compram ingressos antecipadamente, na expectativa de lucrar com a alta procura, mas quando erram na avaliação, acabam forçando quedas nos valores para evitar prejuízos.

Após a pandemia, a bolha dos eventos ao vivo estourou, mas muitos mercados continuam apostando em um grande número de shows. Com a demanda reduzida, os preços médios tendem a subir para compensar os custos de produção, que também aumentaram significativamente. O desafio para produtores e artistas é equilibrar o orçamento sem afastar ainda mais o público.

É aí que entra a estratégia dos caçadores de ingressos baratos: monitorar os preços nas plataformas até poucos minutos antes do início do show. Os preços atingem o ponto mais baixo quando os ingressos encalhados começam a ser vendidos rapidamente, até mesmo após o início das apresentações.

O impacto da alta nos ingressos no Brasil

Ingressos da turnê de celebração dos 50 anos da banda Grateful Dead, realizada em junho de 2015, mostrando detalhes e data do evento.

No Brasil, a realidade não é muito diferente. Grandes turnês internacionais, como as de Taylor Swift e Coldplay, têm registrado preços elevados, muitas vezes inacessíveis para grande parte do público. Esse cenário reforça a busca por alternativas, incluindo o mercado de revenda, onde também é possível encontrar descontos no dia do evento.

Embora a prática de cambismo seja regulamentada em algumas situações, o mercado paralelo ainda é uma preocupação para produtores e organizadores. Por outro lado, plataformas digitais têm permitido que fãs revendam ingressos de forma mais segura, aumentando a confiança nesse tipo de transação.

Acesso versus exclusividade

O aumento nos preços de ingressos também levanta discussões sobre a acessibilidade dos shows. Apesar de iniciativas como meia-entrada e programas de incentivo cultural, os custos elevados afastam parte do público. Por outro lado, para quem consegue esperar o momento certo, o mercado de revenda pode ser uma solução interessante.

Enquanto isso, artistas e produtores equilibram estratégias para maximizar os lucros sem prejudicar a experiência dos fãs. A longo prazo, o mercado de shows ao vivo deve continuar evoluindo, mas os preços devem permanecer altos, impulsionados por uma demanda que parece não diminuir.

Com tantas variáveis em jogo, o público brasileiro, assim como o internacional, segue buscando maneiras criativas de participar desses eventos, mostrando que o amor pela música ao vivo ainda supera as barreiras financeiras.

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