O ano de 2025 foi marcado pela morte de artistas que ocuparam posições centrais em diferentes cenas musicais, do samba ao rock, da MPB ao soul e ao reggae. Ao longo do ano, falecimentos de nomes consagrados e de representantes de movimentos específicos mobilizaram o público e geraram revisões sobre obras, trajetórias e impactos no mercado musical.
Recordar essas trajetórias não é apenas um exercício de memória, mas uma forma de contextualizar a história recente da música. A morte desses artistas marca o encerramento de ciclos criativos, estéticos e mercadológicos que ajudaram a moldar gêneros, cenas e modos de produção musical.
Revisitar quem eram, o que fizeram e onde se inserem ajuda a compreender como a música chegou até aqui, e quais referências deixam para o presente e o futuro da indústria.
Brasil
Preta Gil

A cantora e apresentadora Preta Gil morreu aos 50 anos, no dia 20 de julho, após enfrentar um câncer de intestino. Filha de Gilberto Gil, iniciou a carreira musical nos anos 2000 e lançou álbuns como “Prêt-à-Porter” e “Sou Como Sou”. Além da música, teve atuação frequente na televisão e em debates públicos sobre diversidade e comportamento.
Arlindo Cruz

O sambista e compositor Arlindo Cruz morreu aos 66 anos, em 8 de agosto. Autor de canções gravadas por nomes como Zeca Pagodinho e Maria Rita, teve papel central no samba carioca a partir dos anos 1990. Desde 2017, vivia com sequelas de um AVC hemorrágico, que o afastou das atividades artísticas.
Jards Macalé

Jards Macalé morreu aos 82 anos, em novembro, no Rio de Janeiro. Cantor, compositor e violonista, atuou desde os anos 1960 e esteve ligado a movimentos de ruptura estética na música brasileira. Sua obra inclui canções próprias e parcerias gravadas por artistas como Gal Costa e Maria Bethânia.
Lô Borges

O cantor e compositor Lô Borges morreu em 3 de novembro, após um período de internação. Um dos fundadores do Clube da Esquina, lançou álbuns fundamentais da música brasileira nos anos 1970, incluindo “Clube da Esquina”, em parceria com Milton Nascimento, e trabalhos solo que se tornaram referência.
Gilsinho
O intérprete Gilsinho, voz oficial da Portela desde 2006, morreu aos 55 anos, em setembro. Responsável por conduzir os sambas-enredo da escola em diversos desfiles, participou diretamente de títulos e apresentações marcantes do Carnaval carioca ao longo das últimas duas décadas.
Mestre Damasceno
Nome ligado ao carimbó e à música tradicional do Pará, Mestre Damasceno morreu aos 71 anos, em agosto. Atuou como músico, compositor e articulador cultural, com participação em festivais e projetos voltados à preservação e difusão da música amazônica.
Bira Presidente

Percussionista, cantor e fundador do Cacique de Ramos e do grupo Fundo de Quintal, Bira Presidente morreu aos 88 anos, em junho. Sua atuação foi decisiva na consolidação do samba de partido-alto e na formação de gerações de músicos ligados às rodas de samba do subúrbio carioca.
Nana Caymmi

A cantora Nana Caymmi morreu aos 84 anos, em 1º de maio, no Rio de Janeiro. Com carreira iniciada nos anos 1960, construiu um repertório focado em intérpretes da MPB e gravou obras de compositores como Tom Jobim, Milton Nascimento e Ivan Lins.
Angela Ro Ro

A cantora e compositora Angela Ro Ro morreu aos 75 anos, em setembro. Lançou seu primeiro álbum em 1979 e manteve uma discografia consistente ao longo das décadas seguintes, com canções autorais e interpretações marcadas por temas pessoais e urbanos.
Internacional
Ozzy Osbourne

O cantor Ozzy Osbourne morreu aos 76 anos, em 22 de julho. Fundador do Black Sabbath, participou da formação do heavy metal no início dos anos 1970 e seguiu carreira solo a partir da década seguinte. Nos últimos anos, enfrentava problemas de saúde que o afastaram dos palcos.
Jimmy Cliff

O cantor e compositor jamaicano Jimmy Cliff morreu aos 81 anos, em novembro. Um dos primeiros artistas do reggae a alcançar projeção internacional, teve músicas incluídas em trilhas de cinema e participou de produções que ajudaram a difundir o gênero fora da Jamaica.
Brian Wilson

O compositor, produtor e fundador dos Beach Boys, Brian Wilson, morreu aos 83 anos. Foi responsável por inovações técnicas e estéticas na música pop, especialmente no trabalho de estúdio do grupo, com destaque para o álbum “Pet Sounds”.
Ace Frehley
O guitarrista Ace Frehley, integrante da formação original do Kiss, morreu aos 74 anos, em outubro. Atuou na banda entre 1973 e 1982, período de consolidação do grupo no rock internacional, e posteriormente seguiu carreira solo.
D’Angelo

O cantor, compositor e produtor D’Angelo morreu aos 51 anos, em outubro, após enfrentar um câncer no pâncreas. Ligado ao movimento neo-soul, lançou álbuns que influenciaram o R&B contemporâneo e manteve uma produção musical esporádica ao longo dos anos.
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