HackTown reúne 30 mil pessoas e firma espaço fixo para música e inovação em Santa Rita do Sapucaí

Com mais de 1.200 atividades, o HackTown 2025 teve estreia da casa Mercado Futuro da Música em Minas Gerais.
Foto de Nathália Pandeló
Nathália Pandeló
Credenciais do HackTown
Credenciais do HackTown (Crédito: Divulgação)

Santa Rita do Sapucaí recebeu cerca de 30 mil pessoas ao longo dos quatro dias da 9ª edição do HackTown, que terminou no último domingo. Com programação imersiva espalhada por toda a cidade, o festival reafirmou seu papel como um grande encontro de inovação, criatividade e cultura, e deu novos contornos à presença da música na agenda.

Mais de 15 mil pessoas estiveram credenciadas para participar das atividades oficiais, e outras 15 mil circularam pelos espaços abertos e gratuitos. Ao todo, foram realizadas mais de 1.200 atividades, com cerca de mil palestrantes ocupando mais de 100 locais diferentes, entre praças, bares, cafés, escolas e espaços residenciais adaptados.

Com curadoria ousada e foco em temas contemporâneos como inteligência artificial, saúde mental, fake news, criadores de conteúdo e transição energética, o HackTown teve o apoio de grandes empresas como Google, AWS, Oracle e Nvidia. A seleção de conteúdos foi baseada em um mapeamento global que percorreu centros acadêmicos, comunidades periféricas e polos criativos, conectando diferentes realidades e olhares.

A casa Mercado Futuro da Música

A grande novidade da edição 2025 foi a estreia da casa Mercado Futuro da Música, criada por Barral Lima, músico, produtor, CEO do Grupo UN Music e referência da cena cultural mineira. Localizada na Rua Francisco Andrade Ribeiro, o espaço abrigou a maior parte dos conteúdos relacionados à música no evento.

O projeto nasceu durante a pandemia como um curso online, que teve adesão expressiva entre músicos em busca de formação e informação. 

“Foi um curso muito bem-sucedido e rapidamente eu pensei que aquilo poderia virar uma plataforma, um projeto, um evento”, explicou Barral. 

Tony Aiex, Láisa Naiane e Sérgio Martins
Tony Aiex, Láisa Naiane e Sérgio Martins no HackTown 2025 (Crédito: Divulgação)

A proposta evoluiu para uma conferência com showcases, rodadas, painéis e curadoria artística voltada aos desafios e oportunidades da música independente. Um deles – “Fala Que Eu Te Escuto: A imprensa como aliada das cenas musicais” – teve a participação da editora-chefe do Mundo da Música, Láisa Naiane, ao lado do repórter especial da Billboard Brasil, Sérgio Martins, e com mediação de Tony Aiex, editor-chefe do Tenho Mais Discos Que Amigos!

A estreia da casa no HackTown teve resultados acima do esperado, segundo o idealizador. 

“A gente queria fazer uma casa MFM ano passado. A gente estava dentro do evento, mas não como uma plataforma. Esse ano, com um lugar fixo para encontros, todo mundo elogiou muito o espaço.”

Ele destacou o esforço da equipe para criar um ambiente acolhedor para os profissionais da música que passaram por ali. 

“A gente trabalhou muito para atender todo mundo bem, para dar um conforto, um carinho que precisa para quem está ali trabalhando com a gente, e tudo funcionou muito bem.”

Curadoria expandida nos palcos e showcases

Barral Lima no HackTown
Barral Lima no HackTown (Crédito: Divulgação)

Além das atividades da casa, o Mercado Futuro da Música foi responsável pela curadoria de três palcos espalhados pela cidade: Muita Experiência, Calçadas e Beco. As apresentações integraram artistas de diferentes regiões e formatos, incluindo nomes do Brasil, Argentina e Paraguai.

“Foi muito legal, todo mundo adorou e foi um sucesso grande”, afirmou Barral. Ele reforçou que o objetivo é manter e expandir essa curadoria nas próximas edições. “A partir deste ano e para os próximos, a gente quer cuidar da música dentro do HackTown, desde os shows até a parte artística e os convites à indústria musical brasileira e da América Latina.”

A realização dos showcases também teve papel importante no posicionamento da casa MFM como ponto de encontro para artistas e profissionais. 

“Tanto o espaço para as pessoas, o ambiente e os showcases ali acontecendo após, a gente está muito feliz, muito, muito feliz com esse resultado.”

Perspectivas para 2026

Público no HackTown 2025
Público no HackTown 2025 (Crédito: Divulgação)

A equipe do projeto já começou a trabalhar na próxima edição. 

“Estamos prospectando para o ano que vem, já temos uma data que em breve vai ser revelada. A ideia é fazer uma casa muito melhor para todo mundo”, adiantou Barral. 

A expectativa é de ampliar as parcerias e tornar o Mercado Futuro da Música uma plataforma com atuação mais ampla, também fora do HackTown.

“Eu sinto que o Mercado Futuro da Música é uma plataforma que pode circular por outros mercados, para discutir o setor e apresentar sempre novos artistas”, afirmou. 

A proposta é seguir conectando artistas, pesquisadores e agentes da indústria musical em um espaço onde diálogo e visibilidade caminham lado a lado.

Santa Rita como palco permanente da inovação

O HackTown é reconhecido por sua capacidade de gerar encontros e conversas que raramente aconteceriam em contextos mais formais. A presença de profissionais de áreas distintas, circulando livremente entre os eventos e espaços da cidade, cria um ambiente fértil para trocas genuínas. 

“O HackTown funciona como um espaço onde encontros improváveis se tornam naturais”, afirmou João Rubens, head de parcerias e cofundador do festival.

Na edição de 2024, foram gerados mais de R$ 370 milhões em negócios e o impacto de mídia ultrapassou 700 milhões de alcance. Em 2025, ainda sem dados consolidados, a expectativa da organização é manter ou superar esses números. A presença de mais de 500 empresas e o aumento de parcerias estratégicas reforçam o papel do festival como ponto de articulação do mercado criativo.

Com o sucesso da casa Mercado Futuro da Música, a organização do HackTown já avalia novas formas de expansão temática e estrutural para as próximas edições. O objetivo é consolidar ainda mais espaços voltados a setores criativos específicos, fortalecendo a presença de cada cadeia produtiva dentro do festival.

  • Leia mais: