O Spotify anunciou Gaby Amarantos como embaixadora do programa EQUAL Brasil 2025, iniciativa global que tem como propósito promover a equidade de gênero na indústria da música. A artista representará o país entre outubro e dezembro, integrando uma campanha internacional que destaca o trabalho de mulheres artistas e compositoras. Como parte da homenagem, sua imagem será exibida nos telões da Times Square, em Nova York, um dos espaços de maior visibilidade global para a música.
A ação reforça o compromisso da plataforma com a criação de uma indústria mais inclusiva e equitativa. Apenas 35% dos artistas no mundo são mulheres, sendo 9,5% compositoras e 6,5% produtoras. Esses dados ajudam a compreender o papel do EQUAL como ferramenta de visibilidade e apoio a criadoras em diferentes etapas de suas carreiras.
No caso de Gaby, a nomeação também simboliza a valorização da produção musical da região Norte, um território que ainda tem pouca representatividade nos espaços de grande visibilidade nacional.
O que é o programa EQUAL
Criado em 2021, o EQUAL é um programa global do Spotify voltado a promover a presença de mulheres na música. A iniciativa inclui campanhas de comunicação, playlists editoriais e parcerias com artistas que representam o compromisso da plataforma com a diversidade e a igualdade. O projeto já contou com milhares de mulheres participantes em todo o mundo e é atualizado mensalmente com novas embaixadoras em cada país.
No Brasil, o EQUAL tem se consolidado como uma das principais vitrines para artistas mulheres, oferecendo apoio editorial, impulsionamento e presença em ações de marketing. A cada ciclo, uma nova artista é escolhida para representar o país e colaborar com a curadoria de playlists regionais, destacando vozes femininas de diferentes estilos e origens.
A fase atual da carreira de Gaby Amarantos
O anúncio acontece em um momento de nova fase para Gaby Amarantos. A artista lançou recentemente o álbum “Rock Doido”, projeto que une ritmos amazônicos como o tecnobrega e o carimbó a influências da música pop contemporânea. O disco marca uma continuidade em sua trajetória de experimentações sonoras e reafirma seu vínculo com a cultura amazônica.
Além da homenagem, Gaby criou uma playlist colaborativa com o Spotify reunindo mulheres de todo o país, com destaque para artistas da região Norte. A curadoria pretende dar mais alcance às vozes femininas que, assim como ela, constroem uma carreira independente e conectada a suas raízes culturais. Essa iniciativa aponta para o papel do EQUAL como espaço de troca e representatividade para diferentes gerações.
A escolha de Gaby Amarantos para o programa EQUAL Brasil 2025 traz relevância simbólica para a cena musical nacional. Mulher negra e paraense, ela se tornou um dos principais nomes da música brasileira contemporânea ao transformar o tecnobrega em expressão de identidade e pertencimento. Sua trajetória traduz temas como ancestralidade, fé e igualdade de gênero, que dialogam diretamente com os valores do programa.
Com a nova função, Gaby se junta a um grupo de artistas que já ocuparam o posto de embaixadoras do EQUAL no Brasil, como Raquel Reis e Tássia Reis. A ação coloca em perspectiva o papel de artistas mulheres na consolidação de uma indústria mais plural e reflete o potencial da música brasileira em suas múltiplas vertentes regionais e culturais.
O papel do EQUAL no mercado musical

O EQUAL é uma das principais iniciativas de visibilidade da Spotify para corrigir disparidades no mercado musical. Além da divulgação em playlists e campanhas, o programa oferece suporte técnico e editorial para que mais mulheres ocupem espaços de criação e produção. Em escala global, a plataforma estima que mais de seis mil artistas já foram destacadas desde o início do projeto.
No Brasil, a escolha de Gaby também sinaliza a ampliação do olhar para fora do eixo Rio-São Paulo. A ênfase em artistas da Amazônia indica uma movimentação no sentido de reconhecer a diversidade geográfica e cultural do país, estimulando a circulação de novas sonoridades. A expectativa é que a campanha contribua para que mais criadoras da região Norte ganhem espaço e encontrem caminhos sustentáveis para suas carreiras.
Entre outubro e dezembro, Gaby participará de ações de comunicação e playlists temáticas dentro do programa EQUAL. Sua presença nos telões da Times Square representa também a conexão entre a produção musical brasileira e a audiência global. O alcance dessa visibilidade tende a fortalecer redes de colaboração e abrir portas para novos projetos e parcerias.
Embora iniciativas como o EQUAL ainda não representem uma solução definitiva para a desigualdade de gênero na música, elas se consolidam como ferramentas importantes para impulsionar mudanças estruturais. O protagonismo de artistas como Gaby Amarantos evidencia que representatividade é também uma questão de acesso, e que visibilidade pode ser o primeiro passo para transformação.
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