Entre os dias 14 e 17 de agosto, o Festival TOCA transforma o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, em um espaço de reflexão e celebração da cultura amazônica e da música brasileira. Com uma programação totalmente gratuita, o evento une rodas de conversa, mostras de filmes, shows e intervenções artísticas. Um dos destaques é o TOCA de Ideias, série de mesas com grandes nomes da música e da cultura, como Gaby Amarantos, Nilson Chaves e Dijuena Tikuna, mediadas pela jornalista Kamille Viola.
A agenda de conversas será realizada em dois turnos diários (10h às 12h30 e 14h30 às 17h), com distribuição gratuita de ingressos a partir das 9h, no site bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB. Sujeito a lotação, o festival também oferece acessibilidade em Libras, audiodescrição, área para pessoas com deficiência (PCD), abafadores e monitores especializados.
Valorização das raízes brasileiras
A curadoria do evento é assinada por Alfredo Del-Penho, que estruturou oito mesas com artistas, pesquisadores e agentes culturais atuantes na cena brasileira e amazônica. Os encontros propõem debates sobre diversidade, ancestralidade, economia criativa e sustentabilidade no setor musical.
“As mesas abordam os desafios e oportunidades da economia criativa, discutindo propostas sobre a sustentabilidade do setor musical. Por fim, promovem a conexão e o diálogo intercultural e interdisciplinar, ampliando a visibilidade de narrativas diversas”, afirma Alfredo. A proposta é evidenciar como a cultura pode ser ferramenta de impacto social, político e econômico.
Diálogos com a Amazônia
A programação do TOCA de Ideias começa no dia 14 de agosto, com Danielle Barros, Eulícia Esteves e Lucas Padilha debatendo o tema “Pontes para o Agora – Conectando Temas, Territórios e Redes no Cenário Cultural Brasileiro”.
Na sequência, Nilson Chaves e Cauê Oliveira Fanha abordam “O compositor no cenário atual da MPB”, refletindo sobre inspirações e alternativas para quem vive da escrita musical.
No dia 15, a atenção se volta às culturas originárias com Dijuena Tikuna e Rafael Menezes Bastos, que conversam sobre “A Música dos povos originários”. No turno da tarde, Gaby Amarantos e Marcel Arêde debatem os desafios e potenciais da “Música Amazônica no Cenário Nacional e Global”.
Diversidade de linguagens e expressões
No sábado, dia 16, o festival abre espaço para o diálogo entre múltiplas expressões artísticas com Rafa Bqueer e Roberta Carvalho, em mesa sobre “Música, performance, artes plásticas e audiovisual”. À tarde, o encontro “Palavra em Movimento: Poesia, Relatos e Memória nas Múltiplas Amazônias” reúne Thiago Thiago de Mello, Elizeu Braga e Ursula Vidal.
O encerramento acontece no domingo, 17 de agosto, com debates sobre descentralização cultural e práticas comunitárias. Pela manhã, Karla Martins e Eliakin Rufino discutem o tema “Cultura Fora do Centro: Narrativas, Visibilidade e Impacto Social”. Já no período da tarde, Antônio Nóbrega e Sandra Benites apresentam a mesa “Música além do mercado musical”, propondo conexões entre arte, brincadeiras populares e vivências coletivas.
Produção e trajetória dos realizadores
O festival é realizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, da Transpetro, e do Ministério da Cultura. A produção é da Sarau Cultura Brasileira, com correalização da ATO TODA ARTE. A iniciativa também foi contemplada pelo edital Pró-Carioca, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.
A Sarau Cultura Brasileira, fundada em 1992, atua na preservação e difusão da obra de artistas brasileiros em diversos formatos. Com mais de 260 projetos realizados, seu histórico inclui festivais, peças teatrais, discos, livros e documentários. Entre os projetos mais reconhecidos está “Elza Infinita”, documentário sobre Elza Soares, premiado no New York Film Festival.
Já o Instituto ATO (Instituto de Memória da Cultura Brasileira), criado em 2012, trabalha com projetos voltados à valorização da arte brasileira, com foco especial na memória cultural. Atualmente, o instituto também realiza o Fórum ITI Brasil, voltado ao fomento dos teatros brasileiros e à promoção de grupos e artistas de diferentes territórios, identidades e condições sociais.
A realização do Festival TOCA no CCBB reafirma a importância de ocupar espaços institucionais com vozes e expressões diversas, promovendo diálogos amplos sobre cultura, identidade e futuro.
Confira a programação completa:
14/08 (Quinta-feira):
10h às 12h30 – Danielle Barros, Eulícia Esteves e Lucas Padilha | “Pontes para o Agora – Conectando Temas, Territórios e Redes no Cenário Cultural Brasileiro”;
14h30 às 17h – Nilson Chaves e Cauê Oliveira Fanha | “O compositor no cenário atual da MPB”: Inspirações, desafios e alternativas para o compositor de ofício;
15/08 (Sexta-feira):
10h às 12h30 – Dijuena Tikuna e Rafael Menezes Bastos | “A Música dos povos originários”: Diálogos, presença e influência na chamada MPB;
14h às 17h – Gaby Amarantos e Marcel Arêde | “A Música Amazônica no Cenário Nacional e Global”: Desafios e Potenciais;
16/08 (Sábado):
10h às 12h30 – Rafa Bqueer e Roberta Carvalho | “Música, performance, artes plásticas e audiovisual”: Panoramas da diversidade do multiartista contemporâneo;
14h30 às 17h – Thiago Thiago de Mello, Elizeu Braga e Ursula Vidal | “Palavra em Movimento: Poesia, Relatos e Memória nas Múltiplas Amazônias”: Vozes que Tecem o Presente e o Futuro;
17/08 (Domingo):
10h às 12h30 – Karla Martins e Eliakin Rufino | “Cultura Fora do Centro: Narrativas, Visibilidade e Impacto Social”: A Potência das Expressões Regionais no Cenário Brasileiro;
14h30 às 17h – Antônio Nóbrega e Sandra Benites | “Música além do mercado musical”: Vivências e práticas comunitárias, jogos, brinquedos populares e conexões autênticas em um mundo em virtualização.
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