O estudo “Território Musical”, desenvolvido pelo Multishow em parceria com a VOX, traz uma análise detalhada do mercado fonográfico brasileiro. O levantamento examina os desafios e as oportunidades que dão forma à indústria musical e apresenta informações que buscam atender às demandas da indústria e do mercado publicitário. A ideia é contribuir para estratégias mais alinhadas às novas tendências.
Com uma abordagem que combina dados e insights qualitativos, o estudo identifica os principais elementos que agregam valor ao setor. Além disso, mapeia os comportamentos de consumo e as tendências que podem impactar diretamente as oportunidades de negócios no Brasil.
Metodologia do estudo explora consumo e produção musical
Para estruturar suas análises, o “Território Musical” adotou uma metodologia que integra várias frentes de pesquisa. Entre as etapas, foram realizadas entrevistas individuais com consumidores de diferentes estilos musicais, explorando como a música participa de seus cotidianos. Vídeos enviados pelos próprios participantes também foram analisados, revelando momentos únicos em que a música se conecta a suas vidas.
Além disso, o estudo ouviu especialistas da indústria musical brasileira, desde produtores e distribuidores até profissionais de comunicação e branding. Essa combinação permitiu identificar comportamentos emergentes, desafios do setor e novas possibilidades de engajamento entre artistas e público.
Uma análise multiplataforma complementou a pesquisa, trazendo dados do mercado nacional e internacional. O estudo examinou casos de sucesso e obstáculos enfrentados por artistas, gravadoras e plataformas de streaming, traçando um panorama abrangente do mercado fonográfico.
O papel dos gêneros locais e da interação digital
Uma das tendências apontadas pelo estudo é o fortalecimento dos gêneros musicais locais, como funk e trap, que seguem em ascensão no Brasil. A conclusão do relatório é que esses estilos, que muitas vezes narram vivências cotidianas do público, criam laços emocionais que ajudam a impulsionar sua popularidade.
Plataformas de streaming têm sido fundamentais para amplificar o alcance desses gêneros. O trap, por exemplo, registrou um aumento de 59% no consumo no Brasil entre janeiro e agosto de 2023, demonstrando como o público brasileiro responde a sonoridades que dialogam com suas experiências e identidades.
Outro destaque do estudo é a evolução da relação entre artistas e fãs, que se encaminha para um cenário de cocriação e personalização. Ferramentas digitais, como redes sociais e tecnologias de inteligência artificial, estão ampliando as possibilidades de interação. Casos como o da cantora Grimes, que permitiu que seus fãs utilizassem sua voz em criações musicais, ilustram como a colaboração pode gerar novos formatos de engajamento.
Realidade virtual e inclusão ampliam possibilidades
A realidade virtual e aumentada também aparecem como tendências, oferecendo formas inovadoras de interação entre artistas e público. Shows virtuais, transmissões imersivas e experiências personalizadas têm o potencial de diluir limitações geográficas, tornando a música ainda mais acessível.
Por outro lado, o estudo destaca avanços importantes na inclusão e diversidade no mercado musical. Mudanças em premiações e maior visibilidade de artistas de origens diversas estão transformando a forma como o público consome música. Exemplos como o Prêmio Multishow 2023, que incluiu novas categorias como Melhor Música Gospel, reforçam esse movimento de reconhecimento e valorização de diferentes expressões culturais.
Impactos do streaming e crescimento de festivais
Embora o streaming continue sendo uma ferramenta essencial para democratizar o acesso à música, ele também tem seus desafios. O estudo aponta que a concentração de poder nas mãos das plataformas pode limitar a diversidade de conteúdo. Especialistas destacam a necessidade de curadorias mais inclusivas, que valorizem artistas emergentes e promovam maior variedade de gêneros.
No Brasil, a expansão de festivais musicais também merece atenção. Em 2023, o número de eventos desse tipo cresceu 54% em relação ao ano anterior, com a previsão de 300 festivais até o final de 2024. Esses eventos têm se consolidado como plataformas importantes para conectar artistas e público, além de impulsionarem a economia local.
O futuro da música no Brasil
O estudo “Território Musical” projeta um futuro de constante transformação para o mercado fonográfico. A integração entre tecnologia, criatividade e diversidade será importante para superar desafios e explorar novas oportunidades.
Além disso, a pesquisa ressalta a importância de entender o papel da música na vida cotidiana dos brasileiros, seja como fonte de entretenimento, inspiração ou conexão emocional. Com isso, a indústria musical tem a chance de se conectar de forma mais direta com um público que valoriza autenticidade e experiências próximas ao seu dia a dia.
