O C6 Fest estreia neste ano no calendário cultural do país. O evento acontece nos dias 19, 20 e 21 de maio no Parque Ibirapuera, em São Paulo. O Rio de Janeiro receberá uma versão compacta entre 18 e 20 deste mês, no Vivo Rio.
O novo festival é fruto de uma parceria entre o C6 Bank e a Dueto Produções. Nomes consagrados e revelações da música mundial, provenientes de dez países e quatro continentes, em gêneros diversos. As atrações se apresentarão em quatro espaços e instalações distribuídos dentro do Parque Ibirapuera.
O elenco traz a banda The War on Drugs, Jon Batiste e Samara Joy. Também são destaques do lineup Arlo Parks, Black Country New Road, Blick Bassy, Caetano Veloso, Christine and the Queens, Dry Cleaning, Kraftwerk, Underworld, Weyes Blood e Xênia França, entre outros.
Em entrevista ao POPline.Biz é Mundo da Música, Monique Gardenberg, diretora e fundadora da Dueto Produções, fala sobre a idealização da estreia do C6 Fest. A empresa foi responsável por trazer pela primeira vez ao Brasil nomes da música, como Nina Simone, Chet Baker e Stevie Wonder, e pela organização do Free Jazz, além de outros projetos de renome nos últimos 40 anos.
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POPline.Biz – Monique, ao descrever o Festival, você o categorizou como um “festival de formação musical”, que em um diálogo multigeracional, como a iniciativa propõe, há ao mesmo tempo, oportunidades e desafios.
Na sua visão, como foi equacionar essas diferentes frentes em um line-up que contempla nomes diversos, nacionais e internacionais – desses, alguns inéditos no Brasil – para a estreia do C6 Fest?
Monique Gardenberg: Foi fruto de muita pesquisa por parte das curadorias. Temos duas curadorias trabalhando intensamente para criar a programação do festival. A de Jazz, formada por Zé Nogueira (desde 1985 com a gente) e Pedro Albuquerque. E a de mpb, pop, rock, eletrônico, world, formada por Hermano Vianna, Ronaldo Lemos e Felipe Hirsch. Foram mais de 700 nomes levantados até que a gente conseguisse chegar num sentido para cada uma das sete programações.
POPline.Biz – Em paralelo, para a construção dessa “formação musical” há o pensamento de transformar o festival em um produto audiovisual posterior?
MG: Nesse primeiro ano ainda não foi possível, mas vamos encontrar um canal bacana no futuro, que tenha interesse em participar dessa formação musical junto com a gente.
POPline.Biz – O elemento nostálgico norteia o C6 Fest, pela preservação dos elementos da concepção original em 1985. No entanto, há propostas novas. Como foi revisitar o passado e construir algo novo, preservando os elementos característicos e propondo, ao público e ao mercado, uma nova leitura sobre a marca?
MG: Entendemos que estamos fazendo um formato híbrido. Com shows bem íntimos, como no passado, e shows para um público um pouco maior (9 mil pessoas) na plateia externa do Auditório. Tudo nesse primeiro ano é um teste. E faremos uma avaliação geral quando terminar, aprender com a experiência quinze anos depois.
POPline.Biz – O C6 Fest terá duas versões, sendo uma compacta no Rio de Janeiro. Como foi a estratégia para a escolha desses lugares? E quais as experiências previstas nos festivais nos dois âmbitos? Elas serão complementares, distintas ou idênticas?
MG: São experiências diversas, porque o Rio possui apenas um palco, enquanto São Paulo terá dias com quatro programações diferentes. Então, o convívio entre públicos diversos se dará em São Paulo. Por outro lado, o Rio condensa alguns dos nomes mais importantes do festival em uma única noite, como é o caso de Jon Batiste, Samara Joy e Domi & JD Beck na noite de sexta.
POPline.Biz – Com o cenário de Festivais aquecido no Brasil, e em um momento econômico ainda em recuperação, a concorrência é um tema em vista. Como você analisa os desafios do setor, tanto para a produção de eventos de grande porte em si, quanto em relação ao poder de compra do consumidor?
MG: Acho que o mercado está sentindo um pouco essa retração financeira, e uma certa oferta excessiva de tantos shows e festivais ocorrendo num único ano no Brasil. Por outro lado, nosso festival tem um carácter bem único, e esperamos que encontre um público que se tornará fiel já no primeiro ano.
POPline.Biz – Por fim, quais os pontos que você destacaria que serão elementos importantes e que destacarão o C6 Fest no calendário de eventos do Brasil, a partir dessa primeira edição?
MG: O que mais chama atenção no nosso festival é seu formato e sua programação de ponta, do ponto de vista da escalação artística. E uma coisa está ligada a outra – é preciso trabalhar com espaços menores para apresentar de forma adequada as mais incríveis novidades da música hoje. Esse sempre foi o principal legado do Free Jazz Festival. Introduzir ao público talentos que, do contrário, levariam anos para chegar aqui. E o C6 Bank compreendeu isso.