A Macaco Gordo anunciou nessa semana que a banda Parangolé, liderada por Tony Salles, é a próxima atração do “Macaco Sessions”. O registro audiovisual chegou no canal de YouTube da produtora audiovisual na sexta-feira (24).
O projeto nasceu de uma conversa entre Chico Kertész, o cantor Jau e o jornalista Eduardo Bocão. A fórmula foi uma aposta do diretor Chico, que colecionou na primeira fase do “Macaco Sessions” mais de 31 milhões de visualizações no Youtube e mais de 23 milhões de execuções no Spotify.
Entre os artistas que já participaram da iniciativa estão Ivete Sangalo e Margareth Menezes. Além de nomes como Ilê Aiyê, Daniela Mercury, Claudia Leitte, Harmonia do Samba, Saulo, Péricles, Jau, Leo Santana, Pablo e Psirico, que estiveram na primeira fase do Macaco Sessions. Os vídeos estão disponíveis no canal da produtora no YouTube.
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Em entrevista para o POPline.Biz é Mundo da Música, Chico Kertész, Diretor da Macaco Gordo, falou sobre o novo momento da produtora de conteúdo audiovisual e, também, sobre a inciativa “Macaco Sessions”.
O “Macaco Sessions” é um dos principais projetos da Macaco Gordo e que ganhou novos desdobramentos em 2022, como uma nova temporada e a possibilidade de gravar com artistas de todo o país.
Chico Kertész: O formato de gravações “ao vivo” são formatos historicamente de sucesso para gêneros musicais populares, como Sertanejo, Pagode e a Axé Music.
Na verdade é um projeto que visa registrar a antologia do artista, independente do gênero.
O Sertanejo e o Pagode, por exemplo, encontraram nesse meio, a forma de conseguirem destaque nas plataformas digitais. Você acredita que esse também é o formato da nova era da música baiana, principalmente a Axé Music?
CK: Eu acho que o ao vivo pra música alegre sempre contribui e traz verdade e alma ao registro.
Em paralelo, como você analisa o projeto em 2022? Quais as iniciativas previstas para o formato em 2023? Há o pensamento de criar o “Macaco Sessions” itinerante?
CK: Exatamente. A ideia é que nessa segunda temporada a gente possa gravar pelo país com diversos artistas, sem perder o formato intimista e próximo ao público, como na sala de casa.
Destacando a música da Bahia e ao mesmo tempo a nostalgia, que é um elemento resgatado nas plataformas de vídeos curtos e sobretudo pela Geração Z; como você acredita que esses elementos, de forma singular ou somada, podem contribuir para um fortalecimento dos gêneros musicais feitos tanto na Bahia, quanto no Nordeste?
CK: Esses dias eu vi meu filho cantando “Haja Amor”, de Luiz Caldas, que viralizou num corte de TikTok. Acredito que seja uma forma de comunicar e “trazer” essa geração.
O mercado do audiovisual no Brasil, sobretudo do entretenimento, teve um “boom” durante o período da pandemia. A popularização das lives impulsionaram a necessidade do aumento da qualidade dos equipamentos e também da transmissão.
No entanto, a manutenção de uma transmissão ao vivo, que contemple o formato de evento híbrido, por exemplo, ainda é considerado um investimento alto. Na sua concepção, por que ainda é difícil fazer uma transmissão no Brasil? E quais os mecanismos para amenizar os custos e ao mesmo tempo, manter a qualidade das transmissões?
CK: Alguns custos como link para transmissão e custo de equipe técnica oneram bastante uma transmissão. Além dos investimentos em equipamentos que estão sempre sendo renovados. Acreditamos que deva ocorrer uma busca em encontrar um modelo de negócio que ajude o cliente nos pagamentos destes custos.
Ainda sobre esse formato de transmissão ao vivo, você acredita que o modelo de negócio on-demand de acesso à lives ou gravações audiovisuais por meio de pagamento de ingresso, ainda pode ser considerado no mercado brasileiro, sobretudo, para a Macaco Gordo?
CK: Não. Eu não acredito em formato virtual com venda de ingressos.
Um dos principais projetos da Macaco Gordo foi o documentário sobre os 30 anos da Axé Music. Há pensamentos para novas criações a partir desse projeto inicial? Além do documentário sobre o gênero da Axé Music, outros gêneros brasileiros estão sob o radar da companhia?
CK: Existem muitas histórias na música que gostaríamos de documentar. Ainda não escolhemos a próxima mas a Macaco Gordo tem no seu DNA a missão de também registrar histórias para além do nicho da música.
De uma forma geral, algumas produtoras audiovisuais no Brasil tem abertos mais braços, tornando-se Selos e em alguns casos, inclusive, estão gerenciando carreiras artísticas. A Macaco Gordo possui algum desses projetos em mente?
CK: A Macaco Gordo tem selo e editor, e vive namorando projetos para o gerenciamento artístico. Uma hora sai.
Além disso, como vocês observam o mercado fonográfico brasileiro, sob o viés de criação de novas possibilidades de negócios?
Acredito que vivemos um bom momento. Existe perspectiva. Anos atrás não. A cultura já respira novos momentos que devem gerar frutos no mercado da música.
Quando o assunto envolve a promoção artística, um dos assuntos mais recorrentes são: a dinâmica dos algoritmos e a economia da atenção.
Como você acredita que a influência dos vídeos curtos, principalmente pela popularização do TikTok transformou a forma de consumo e, consequentemente, de produção audiovisual?
CK: Negativamente. As músicas são conhecidas e popularizadas por cortes. É um consumo muito rápido. Não que não devam existir. Vejo que podem ser usados com intuito de divulgação, mas sempre visando promover a obra.
Diante de múltiplas possibilidades e, ao mesmo tempo, uma grande demanda de conteúdos audiovisuais, o que você acredita que sejam verdadeiros diferenciais que permitam que a atenção do espectador seja captada?
CK: Qualidade, roteiro, conteúdo e ritmo e inovação.
Qual a sua projeção para o mercado de entretenimento no Brasil, sobretudo no Nordeste em 2023? E quais os próximos passos da Macaco Gordo?
CK: Percebemos que a cultura no Brasil deu um respiro. O mercado deve aquecer mais a partir do segundo semestre e a Macaco Gordo acompanhando o baile.