Desfiles e homenagens marcam o segundo dia de desfiles do Carnaval no Rio de Janeiro

O carnaval do Rio de Janeiro vai chegando ao fim, mas antes, deixa mais uma vez, sua marca registrada no país.
Foto de Cauê Mendes
Cauê Mendes
Imagens aereas do segundo dia de desfiles no Rio. Foto: Fábio Motta/Prefeitura do Rio
Imagens aereas do segundo dia de desfiles no Rio. Foto: Fábio Motta/Prefeitura do Rio

O segundo dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro foi repleto de emoção, criatividade e homenagens, com as escolas Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel levando para a Avenida Sapucaí enredos que reverenciaram suas histórias e ícones da cultura carnavalesca.

A Unidos da Tijuca abriu a noite com um desfile que mergulhou nas raízes afro-brasileiras, trazendo à tona a história do orixá representado pelas cores da escola. A agremiação fez uma apresentação vibrante e carregada de simbolismo, mas com um momento de sensibilidade. A rainha de bateria, Lexa, se afastou do desfile devido à perda de sua filha e, como forma de respeito e apoio, a escola desfilou sem presença a presença de uma rainha de bateria. O gesto foi um reflexo da união e do espírito coletivo que caracteriza a Unidos da Tijuca.

Vista aérea do desfile da Unidos da Tijuca, em 3 de março de 2025 — Foto: Marco Terranova/Riotur
Vista aérea do desfile da Unidos da Tijuca, em 3 de março de 2025 — Foto: Marco Terranova/Riotur

A Beija-Flor de Nilópolis encantou o público ao prestar uma linda homenagem ao seu ícone, o carnavalesco Laíla, que marcou profundamente a história da escola. O enredo também fez a despedida de um dos maiores intérpretes do samba, Neguinho da Beija-Flor, que se apresentou pela última vez à frente da escola. A emoção foi palpável entre os integrantes e o público, que aplaudiu de pé o tributo aos mestres que ajudaram a moldar a história do samba.

Desfile da escola Beija-Flor, durante a segunda noite do Carnaval em 4 de março de 2025 — Foto: Tata Barreto | Riotur
Desfile da escola Beija-Flor, durante a segunda noite do Carnaval em 4 de março de 2025 — Foto: Tata Barreto | Riotur

O Salgueiro trouxe para a avenida o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado“, explorando as diversas manifestações da religiosidade brasileira. O desfile foi uma verdadeira celebração da fé, com fantasias e alegorias que traduziram a diversidade e a força das tradições religiosas do Brasil. A escola, tradicionalmente conhecida por suas apresentações poderosas, mais uma vez demonstrou a força do samba e do enredo carnavalesco como ferramenta de reflexão e celebração cultural.

Vista aérea do desfile do Salgueiro, na segunda noite do Grupo Especial do Rio de Janeiro — Foto: Marco Terranova/Riotur
Vista aérea do desfile do Salgueiro, na segunda noite do Grupo Especial do Rio de Janeiro — Foto: Marco Terranova/Riotur

A Vila Isabel, conhecida por sua inventividade, não decepcionou e trouxe para a avenida um desfile repleto de assombrações, levando o público a uma viagem criativa e repleta de elementos inusitados. No entanto, o desfile não foi sem percalços. Um drone, que fazia parte da comissão de frente, acabou desabando na pista durante a apresentação. Felizmente, não houve incidentes graves, e o desfile seguiu seu curso, encerrando a noite com um espetáculo cheio de samba e alegria.

Sabrina Sato desfila pela Vila Isabel. Vila Isabel - Wagner Meier/Getty Imagens
Sabrina Sato desfila pela Vila Isabel. Vila Isabel – Wagner Meier/Getty Imagens

O beco do rato na Praça da Apoteose

Ao final do segundo dia de desfiles, a Praça da Apoteose foi tomada pela roda de samba do Beco do Rato, um dos mais tradicionais pontos de samba carioca, encerrando as apresentações na Sapucaí com muita música e energia.

Série prata: desfiles no intendente Magalhães

Na Intendente Magalhães, palco das escolas da Série Prata, mais 10 agremiações se apresentaram na busca pela tão desejada vaga na Sapucaí para o próximo carnaval. O destaque da noite ficou para a Alegria de Copacabana, que infelizmente não conseguiu deslocar seus carros alegóricos e teve que desfilar apenas com seus integrantes. Apesar disso, a apresentação seguiu com muita animação e empolgação.

No terreirão do samba e blocos de rua

A segunda-feira de Carnaval também foi marcada por shows e apresentações em outros palcos espalhados pela cidade. O Terreirão do Samba recebeu os shows do cantor Ferrugem, Yan, Grupo No Lance, Grupo Coisa Séria e DJ da FM O Dia, mantendo o clima de festa e alegria para os foliões.

Enquanto isso, a cidade fervia com os tradicionais blocos de rua. No Centro, o bloco Vem Cá Minha Flor arrastou multidões, enquanto o Que Pena Amor, na Praça Mário Lago, e o Sargento Pimenta, que mistura Beatles e Carnaval, fizeram o Aterro do Flamengo ferver. Na tarde de segunda-feira, foi a vez do bloco A Rocha, da Gávea, embalar os foliões na Lagoa, na Zona Sul. Ao todo, 48 blocos se apresentaram durante o dia, garantindo que a festa tomasse conta das ruas cariocas.

Até a Quarta-feira de Cinzas, 243 blocos de rua ainda irão se apresentar pela cidade, com outros 38 programados para o final de semana pós-carnaval. A festa, que vai além das fronteiras dos desfiles, segue sendo uma verdadeira celebração do espírito carnavalesco carioca.