O segundo dia de desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro foi repleto de emoção, criatividade e homenagens, com as escolas Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel levando para a Avenida Sapucaí enredos que reverenciaram suas histórias e ícones da cultura carnavalesca.
A Unidos da Tijuca abriu a noite com um desfile que mergulhou nas raízes afro-brasileiras, trazendo à tona a história do orixá representado pelas cores da escola. A agremiação fez uma apresentação vibrante e carregada de simbolismo, mas com um momento de sensibilidade. A rainha de bateria, Lexa, se afastou do desfile devido à perda de sua filha e, como forma de respeito e apoio, a escola desfilou sem presença a presença de uma rainha de bateria. O gesto foi um reflexo da união e do espírito coletivo que caracteriza a Unidos da Tijuca.

A Beija-Flor de Nilópolis encantou o público ao prestar uma linda homenagem ao seu ícone, o carnavalesco Laíla, que marcou profundamente a história da escola. O enredo também fez a despedida de um dos maiores intérpretes do samba, Neguinho da Beija-Flor, que se apresentou pela última vez à frente da escola. A emoção foi palpável entre os integrantes e o público, que aplaudiu de pé o tributo aos mestres que ajudaram a moldar a história do samba.

O Salgueiro trouxe para a avenida o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado“, explorando as diversas manifestações da religiosidade brasileira. O desfile foi uma verdadeira celebração da fé, com fantasias e alegorias que traduziram a diversidade e a força das tradições religiosas do Brasil. A escola, tradicionalmente conhecida por suas apresentações poderosas, mais uma vez demonstrou a força do samba e do enredo carnavalesco como ferramenta de reflexão e celebração cultural.

A Vila Isabel, conhecida por sua inventividade, não decepcionou e trouxe para a avenida um desfile repleto de assombrações, levando o público a uma viagem criativa e repleta de elementos inusitados. No entanto, o desfile não foi sem percalços. Um drone, que fazia parte da comissão de frente, acabou desabando na pista durante a apresentação. Felizmente, não houve incidentes graves, e o desfile seguiu seu curso, encerrando a noite com um espetáculo cheio de samba e alegria.

O beco do rato na Praça da Apoteose
Ao final do segundo dia de desfiles, a Praça da Apoteose foi tomada pela roda de samba do Beco do Rato, um dos mais tradicionais pontos de samba carioca, encerrando as apresentações na Sapucaí com muita música e energia.
Série prata: desfiles no intendente Magalhães
Na Intendente Magalhães, palco das escolas da Série Prata, mais 10 agremiações se apresentaram na busca pela tão desejada vaga na Sapucaí para o próximo carnaval. O destaque da noite ficou para a Alegria de Copacabana, que infelizmente não conseguiu deslocar seus carros alegóricos e teve que desfilar apenas com seus integrantes. Apesar disso, a apresentação seguiu com muita animação e empolgação.
No terreirão do samba e blocos de rua
A segunda-feira de Carnaval também foi marcada por shows e apresentações em outros palcos espalhados pela cidade. O Terreirão do Samba recebeu os shows do cantor Ferrugem, Yan, Grupo No Lance, Grupo Coisa Séria e DJ da FM O Dia, mantendo o clima de festa e alegria para os foliões.
Enquanto isso, a cidade fervia com os tradicionais blocos de rua. No Centro, o bloco Vem Cá Minha Flor arrastou multidões, enquanto o Que Pena Amor, na Praça Mário Lago, e o Sargento Pimenta, que mistura Beatles e Carnaval, fizeram o Aterro do Flamengo ferver. Na tarde de segunda-feira, foi a vez do bloco A Rocha, da Gávea, embalar os foliões na Lagoa, na Zona Sul. Ao todo, 48 blocos se apresentaram durante o dia, garantindo que a festa tomasse conta das ruas cariocas.
Até a Quarta-feira de Cinzas, 243 blocos de rua ainda irão se apresentar pela cidade, com outros 38 programados para o final de semana pós-carnaval. A festa, que vai além das fronteiras dos desfiles, segue sendo uma verdadeira celebração do espírito carnavalesco carioca.