O Ministério da Cultura (MinC) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) lançaram no último dia 15 de agosto, durante o encerramento do 21º Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult), uma iniciativa inédita de formação aberta e gratuita. O projeto oferece 12 cursos on-line voltados a agentes culturais, pesquisadores e interessados no campo das culturas e democracias.
A cerimônia ocorreu na Faculdade de Comunicação da UFBA e contou com a presença dos secretários do MinC Fabiano Piúba (Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura) e Roberta Martins (Articulação Federativa e Comitês de Cultura). A ação marca a consolidação do projeto “Pesquisa-Ação: Agentes Culturais Democráticos”, realizado em 2024 em diferentes territórios do país.
Formação voltada a agentes culturais
Durante o lançamento, Fabiano Piúba ressaltou que os cursos dão continuidade a uma iniciativa de formação já experimentada em escala nacional.
“Realizamos um projeto muito importante, que foi uma atividade formativa e de pesquisa com gestores e agentes culturais em todo o território nacional, o projeto Pesquisa-Ação: Agentes Culturais Democráticos. Agora, o projeto foi dividido em cursos e estarão disponíveis para que todos os agentes culturais possam também fazer por meio de autoinstrução”, afirmou.
Já a secretária Roberta Martins destacou o papel estratégico da formação na consolidação de políticas culturais.
“Esses materiais formativos são mais do que conteúdos, são ferramentas para fortalecer a democracia cultural, ampliar o acesso ao conhecimento e valorizar o papel estratégico dos agentes culturais na transformação social. Ter esse curso disponível de forma gratuita, com a chancela da UFBA, reafirma o nosso compromisso de um caminho compartilhado entre pesquisa, ação e escuta ativa dos territórios”, declarou.
Conteúdos disponíveis no ambiente virtual
A proposta reúne 12 cursos livres e independentes, mas interligados por um eixo comum: o fortalecimento da ação cultural no Brasil. Os temas percorrem desde história e atualidade das políticas culturais até reflexões sobre federalismo, diversidade e participação cidadã.
Entre os títulos estão “Democracias”, com Albino Rubim; “Cultura e culturas brasileiras”, com José Roberto Severino; “Economia e financiamento da cultura”, com Luana Vilutis; “Cultura e tecnologias”, com Guilherme Varela; e “Participação, cidadania e direitos culturais”, com Lourivânia Santos. Também há módulos dedicados a transversalidade, espaços culturais, diversidade cultural, cultura e desenvolvimento, entre outros.
Segundo o manual da atividade formativa, cada curso tem carga horária estimada de 15 horas e é estruturado em três eixos principais: leitura de e-book, análise de vídeos comentados e atividade avaliativa final. O ambiente utilizado é o Moodle da UFBA, que permite acesso aberto e contínuo aos conteúdos, sem necessidade de seguir uma ordem pré-estabelecida.
Certificação e critérios de avaliação

Os participantes podem organizar sua própria trilha de estudos, já que não há cronograma fixo. A certificação é concedida pela UFBA mediante aprovação em questionário avaliativo de cada curso, com nota mínima de 5 pontos. O certificado é emitido automaticamente na plataforma após o preenchimento de uma pesquisa de satisfação.
Essa flexibilidade foi destacada pelo coordenador do projeto, Albino Rubim, que ressaltou a importância de ampliar o alcance da formação.
“Resolvemos disponibilizar todo o material produzido para a Pesquisa-Ação desenvolvida em 2024 em atividades formativas autônomas, com 12 cursos com vídeos e ebooks de excelência para o público interessado nos temas ligados a Cultura e democracias. Estamos compartilhando qualificação com qualidade produzida com recurso público para que seja acessada pelo maior número de pessoas o possível”, explicou.
Continuidade de uma pesquisa nacional
Os cursos são um desdobramento direto da pesquisa realizada em 2024, que reuniu agentes culturais de diferentes regiões para pensar estratégias e reflexões sobre políticas públicas, práticas comunitárias e impactos da cultura na sociedade.
O modelo de “atividade formativa aberta” foi desenvolvido pelo Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT), em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e teve apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (FAPEX).
Além de disponibilizar conteúdos produzidos por especialistas de diferentes áreas, a iniciativa busca consolidar um espaço de troca entre academia, políticas públicas e experiências locais, reforçando o papel da formação cultural como instrumento de democratização.
Perspectivas futuras
Com oferta aberta e contínua, os cursos ficam disponíveis por tempo indeterminado, permitindo que novos públicos acessem os materiais a qualquer momento. Essa característica amplia o potencial de alcance e dá à formação um caráter permanente dentro da agenda cultural brasileira.
O lançamento no ENECULT, um dos principais encontros de pesquisa em cultura da América Latina, reforça a proposta de diálogo entre produção acadêmica e práticas sociais. A expectativa é que a iniciativa fortaleça redes de atuação cultural em diferentes territórios e estimule agentes a aprofundar suas práticas em sintonia com debates sobre democracia e diversidade.
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