Coca-Cola lança selo musical ‘real thing records’ em parceria com a Universal Music Group

Nova gravadora nasce com foco em artistas em ascensão e amplia atuação da Coca-Cola na indústria musical.
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Nathália Pandeló
Imagem promocional da Real Thing Records, gravadora da Coca-Cola
Imagem promocional da Real Thing Records, gravadora da Coca-Cola (Crédito: Divulgação)

A Coca-Cola anunciou o lançamento do selo musical real thing records., criado em parceria com a Universal Music Group (UMG). A proposta é impulsionar novos talentos da música global e aprofundar a relação entre artistas e seus públicos. Com abordagem multigênero e foco em autenticidade, o projeto marca uma nova fase da atuação da Coca-Cola na indústria fonográfica.

A iniciativa chega como uma evolução dos projetos anteriores da Coca-Cola com a música, como o Coke Studio, lançado globalmente em 2022, e o Sprite Limelight, que promoveu colaborações internacionais entre artistas como Coi Leray, Omah Lay e Hua Chenyu. Agora, com o lançamento de uma gravadora própria, a empresa amplia sua presença na cadeia produtiva musical, atuando também no desenvolvimento artístico.

Um novo modelo de colaboração entre marcas e música

Segundo Joshua Burke, diretor global de música e cultura da Coca-Cola, a proposta do novo selo é permitir que os artistas cresçam com liberdade criativa, aliados ao alcance e à infraestrutura da marca. 

“O real thing records. é projetado para liberar maior potencial para artistas, fãs e nossas marcas — onde a criatividade impulsiona o crescimento”, afirmou. 

Para Burke, a ideia é construir um espaço em que a conexão com os fãs se baseie na autenticidade e em experiências significativas. A gravadora nasce com uma proposta de longo prazo, que se apresenta como colaboração de marketing e como um investimento estratégico no futuro da música. 

“Durante anos, a Universal Music Group e a The Coca-Cola Company compartilharam a crença no poder da música para gerar conexão e moldar experiências significativas. Com o lançamento da real thing records., estamos levando essa visão adiante — unindo forças para construir uma gravadora moderna que defende a arte e amplifica vozes emergentes em palcos globais e locais, enquanto oferece aos fãs os momentos culturais que eles desejam. Ambas as empresas reconhecem o valor de longo prazo de investir em inovação artística, e nosso trabalho conjunto anterior tem demonstrado consistentemente como a música pode mover as pessoas e criar impacto duradouro. A evolução e o sucesso contínuo de nossas diversas colaborações são um testemunho do que é possível quando alinhamos criatividade com relevância cultural”, completa Richard Yaffa, vice-presidente executivo da UMG para marcas.

Primeiros artistas representam diversidade e autenticidade

MAX Allais e Aksomaniac são artistas do selo da Coca-Cola
MAX Allais e Aksomaniac são artistas do selo da Coca-Cola (Crédito: Divulgação)

Os dois primeiros nomes anunciados pela real thing records. são o cantor e compositor franco-neozelandês Max Allais e o artista indiano Aksomaniac, ambos já ligados a selos afiliados da UMG. Allais assina com a Better Now Records/Universal Music Germany e traz um som pop acústico, intimista e voltado à narrativa emocional. Aksomaniac, ligado à Def Jam Recordings India/Universal Music India, mistura jazz, R&B, hip-hop e raízes da música carnática.

“Mais do que ser contratado por um selo, é uma chance de compartilhar minha música sem comprometer minha criatividade”, declarou Allais. 

Já Aksomaniac comentou que sua música busca nomear sensações que ele nunca soube descrever: 

“A real thing records. não está me pedindo para simplificar. Estão me ajudando a amplificar”.

Ambos os artistas devem lançar músicas ainda este ano, inaugurando oficialmente o catálogo da gravadora. A escolha por nomes fora do eixo anglófono reforça o posicionamento do selo como um espaço para vozes globais que dialogam com públicos diversos.

Identidade visual e narrativa digital como diferencial

Logo da Real Thing Records, gravadora da Coca-Cola
Logo da Real Thing Records, gravadora da Coca-Cola (Crédito: Divulgação)

O projeto também investiu em uma identidade visual de impacto. O selo foi desenvolvido com apoio do estrategista Bhavagna Bhattiprolu, com direção criativa de Ibrahem Hasan, e design da agência forpeople

A construção do universo digital e narrativo ficou a cargo do estúdio Explorers Club, que buscou traduzir em imagem e linguagem a proposta de um selo disruptivo, voltado para a nova geração de artistas e fãs.

Segundo Burke, o lançamento da real thing records. reflete uma mudança de paradigma no papel das marcas na cultura musical. 

“Hoje, os artistas têm um ponto de vista que vai além da música. Eles compreendem sua marca pessoal e querem conexões mais significativas com o público”, disse.

Ele ainda acrescenta que o selo foi concebido para aproveitar essa transformação, com a Coca-Cola oferecendo sua credibilidade como anunciante e estrutura de marketing em apoio direto à carreira dos artistas.

Parceria reforça legado histórico da marca com a música

A ligação da Coca-Cola com o universo musical não é recente. Desde o início do século XX, a empresa tem utilizado a música como ferramenta de conexão cultural. Posteriormente, parcerias com artistas como Aretha Franklin, Ray Charles, Elvis Presley e Taylor Swift ajudaram a construir um imaginário coletivo no qual a marca se associa à ideia de momentos compartilhados. O clássico comercial “Hilltop”, de 1971, com a canção “I’d Like to Teach the World to Sing”, é um marco desse posicionamento.

Com a criação do selo, a Coca-Cola reforça esse legado e se adapta às novas dinâmicas do mercado musical, que exige modelos mais abertos, conectados e transnacionais. A presença da Universal Music Group como parceira é estratégica: além de contar com uma das maiores redes globais de selos e distribuição, a UMG já atua no desenvolvimento de artistas em múltiplos territórios, o que pode acelerar a carreira dos nomes contratados.

Ao unir sua influência cultural à estrutura da UMG, a Coca-Cola pretende construir uma plataforma de lançamento global para artistas que talvez não encontrassem espaço nos modelos tradicionais de gravadoras. O foco será mantido em artistas com vozes singulares e trajetórias autênticas, capazes de dialogar com um público cada vez mais diverso e conectado.

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