A Cavepool chega aos 11 anos com um passo importante na expansão do ecossistema que construiu na zona oeste de São Paulo. No dia 4 de dezembro, o espaço lança “Refúgio”, primeiro álbum do selo Cave Recordz, braço musical criado para organizar e potencializar a produção artística que já circula ali há anos. O projeto reúne sete faixas, 24 artistas e 15 skatistas, patrocinado pela cerveja Lagunitas, e também será apresentado como um curta-metragem que conecta música e audiovisual.
O single “Se Eu Quiser Viver”, que saiu no último dia 13, antecipou o disco e trouxe as participações de ÒGGI e Akira Presidente, com produção de Barba Negra e scratches do DJ Sleep. O álbum completo reúne outros nomes já bastante presentes na cena, entre eles Xis, Fábio Brazza, Rodrigo Ogi e Josyara, ampliando a rede artística que passa pela Cavepool e fortalece a troca entre música e skate dentro do espaço.
Origens de um ecossistema que conecta skate, arte e música
A trajetória que deu origem ao selo começou de forma despretensiosa. A Cavepool nasceu em 2014 com uma pool para skatistas, um bar e uma churrasqueira. O foco inicial era um time de skate, até que o fundador Leandro Miranda percebeu que alguns dos integrantes da crew não seguiram rumo profissional no esporte.
“Mas eu sempre tive em mente a ideia de que skate envolve mais do que andar de skate. Tem a ver com música, grafitti, arte em geral, moda. O skatista está muito na rua, então ele vê as coisas acontecendo”, diz Miranda.
Esse entendimento expandiu os horizontes do projeto, que se transformou em um hub com múltiplas frentes.
“Assim nasceu a ideia deste ecossistema da Cavepool, apoiado em skate, música, arte, gastronomia e comunidade. Através desses pilares, foi possível desenvolver cada um deles com a ajuda de nomes que já estavam inseridos em cada uma dessas cenas. Eles foram passando conhecimento para os skatistas da crew, que descobriram novas possibilidades de atuação no universo do skate, ainda que não necessariamente como atletas profissionais.”
O espaço que virou referência cultural na zona oeste de São Paulo

Hoje a Cavepool opera como um centro multicultural que abriga aulas de skate, DJs e beatmaking, oficinas de arte e residências artísticas com grafiteiros e artistas plásticos. Chivitz, Binho e Shine têm seus ateliês ali, dando destaque à presença das artes visuais no espaço. A curadoria de shows também ganhou forma, com apresentações de nomes como Edi Rock, Sain, Mato Seco, Maskavo e DJ Marky, movimentando gêneros como rap, reggae e rock.
A Cavepool expandiu ainda para gastronomia e lifestyle, com a Cave Street Foods, a Cave Pizza, a marca própria de shapes Blurry Skate Co. e o salão de cortes Cave Cuts. Toda essa estrutura foi criada dentro do próprio espaço e dá sustento ao modelo de comunidade citado por Miranda.
“Acho que a Cavepool pode ser definida como uma comunidade onde cabem todas essas possibilidades a partir do universo do skate. É a gente se alimentando da gente mesmo para seguir vivendo o sonho do skate e de certo modo inspirando outras pessoas também. Recebemos muitos gringos aqui e eles ficam espantados com esse modelo que criamos”, afirma.
A chegada do selo Cave Recordz e o lançamento de “Refúgio”

O selo Cave Recordz é o movimento mais novo dentro desse ecossistema. A iniciativa já nasce com um estúdio próprio e alinhada à Cavepool Films, responsável pelo curta-metragem que acompanha o álbum. A trilha sonora do vídeo é composta pelas próprias faixas de “Refúgio”, mantendo o conceito integrado entre skate, música e audiovisual.
Para distribuir os lançamentos, a Cavepool firmou parceria com a Eme Cultural.
“Conseguimos unir a música, o skate e a produção visual em um só projeto”, diz Miranda.
O calendário de 2026 já está em andamento, com um disco e um EP de ÒGGI previstos, além de um álbum de black music produzido pelo DJ EB, que também assina parte de “Refúgio”, em parceria com Killa B. A ideia é que o selo impulsione artistas que convivem no espaço e fortaleça produções que nascem ali mesmo, sem depender de estruturas externas.
Não é à toa que o gerente de projetos Arthur Gallego reforça que o crescimento do ecossistema está diretamente ligado à equipe.
“Nosso ecossistema já não se limita ao espaço multicultural, o recurso humano também faz toda a diferença. Hoje temos vários profissionais capacitados, entre artistas skatistas, a galera do audiovisual e o staff, que trabalham diariamente para manter a engrenagem rodando.”
A presença de marcas parceiras também se mostra essencial para viabilizar os projetos. Um exemplo é a própria Lagunitas, que já apoia o Cave Back Art, espaço de residência artística da Cavepool. A colaboração se estendeu naturalmente para o lançamento de “Refúgio” e ajuda a manter o valor cultural e esportivo que o projeto construiu ao longo de 11 anos.
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