[gtranslate]

Beyoncé e Big Freedia são acusadas de infrigir direitos autorais em “Break My Soul”

Picture of Redação
Redação

Beyoncé e Big Freedia são acusadas pela banda Da Showstoppaz de terem infringido direitos autorais em “Break My Soul”, hit do álbum Renaissance. Com sample da faixa “Explode”, do catálogo de Big Freedia, a recordista de Grammys está sendo processada junto à sua homenageada pelo grupo de músicos de Nova Orleans. Segundo o processo, a canção “Release a Wiggle”, lançada em julho 2002, por Da Showstoppaz, é o alvo da ação judicial. Jay-Z, Sony Music, Parkwood Entertainment e Warner-Chappell também estão entre os réus.

LEIA MAIS:

beyonce renaissance world tour 4 5 bilhoes economia eua jpg
Foto: Instagram/@beyonce

De acordo com o portal Digital Music News, a banda Da Showstoppaz declara no processo que o grupo escreveu e gravou “Release a Wiggle” (confira abaixo), em 2002. O grupo natural do sul dos Estados Unidos é formado por Tessa Avie, Keva Bourgeois, Henri Braggs e Brian Clark. A banda é conhecida pelo trabalho no bounce, gênero musical da região em que surgiram.

Segundo o texto oficial, os artistas alegam que concentraram-se na “oportunidade de apresentar sua música” e, após a gravação “não solicitaram nenhuma documentação ou papelada”.

Aparentemente, um dos familiares da banda, que trabalhava na administração do grupo, lançou a mixtape, sem registrar a faixa. De acordo com o Music Business Worldwide, o selo Black House Entertainment, fundado por Norris Revader, conhecido como Big Steppa, é responsável pelo lançamento.

Na época, segundo o Digital Music News, a canção fez com que o grupo Da Showstoppaz ficasse conhecido. Dois anos depois, gravaram um álbum, mas sem a presença do familiar que os estava empresariando. Contudo, a banda se dissolveu devido aos impactos do furacão Katrina, em 2005.

Entenda o processo

Nove anos depois do fim da banda americana, um dos ex-integrantes dez upload de “Release a Wiggle” em seu canal de YouTube. De acordo com o o processo, elementos da música foram sampleados, sem licença, na faixa  “Explode” de Big Freedia (veja abaixo), lançada no mesmo ano, em 2014. Freedia é também nascida em Nova Orleans, capital da Luisiana (EUA).

“Big Freedia já foi afiliada ao Sr. Revader e ao Peacachoo [um produtor da mixtape de 2002] por meio dos empreendimentos e do selo musical BlackHouse, já que eles produziram várias músicas”, alega o processo da banda Da Showstoppaz.

Big Freedia além de expoente no Vogue é tida como uma das precursoras do bounce. Somente quando “Break My Soul”, parte do álbum Renaissance, de Beyoncé, foi lançada que a banda Da Showstoppaz buscou a justiça. De acordo com os veículos internacionais, o sample inclui os vocais “release yo’ wiggle” de Big Freedia, componente central do fonograma “Release a Wiggle”. O processo foi iniciado em 2022 e hoje inclui Shawn Carter (Jay-Z), Sony Music, Kobalt, dentre outros profissionais que trabalharam na canção de Renaissance.

Na produção Jay-Z é creditado como co-roteirista e co-produtor de “Break My Soul”, enquanto que Sony Music Entertainment, empresa controladora da Columbia Records, lançou “Break My Soul”.

131 mil pessoas viram filme da Beyoncé no Brasil
(Foto: Divulgação / Beyoncé)

O selo de Beyoncé, Parkwood Entertainment, produziu Renaissance e Renaissance: A Film by Beyoncé, em que a faixa “Break My Soul” é executada. As editoras Warner-Tamerlane Publishing, WC Music Corporation, Spirit Music Publishing e Oakland 13 Music e a distribuidora de filmes Amplify Inc., responsável por Renaissance: A Film by Beyoncé também constam no processo.

Dois outros co-produtores e co-roteiristas de “Break My Soul”, Christopher Alan Stewart e Nash Terius Youngdell, assim como Big Freedia e Adam J. Pigott, co-escritores e produtores de “Explode” e as editoras Kobalt Music Publishing e Musical Geniuses Records LLC estão nomeadas no processo.

sony parkwood wc kobalt
Sony Music, Parkwood Entertainment, Warner-Chappell Music Corporation e Kobalt Music Publishing são processas juntas com Beyoncé e Big Freedia. Foto: Divulgação.

O processo chama atenção de todo o mercado fonográfico tanto pelo contexto de registro de “Release a Wiggle”, com selo Black House Entertainment, há 22 anos atrás. O caso também trás a tona a longa relação de Beyoncé com a cidade de Nova Orleans (EUA), inclusive de conteúdo crítico no álbum Lemonade. Nos visuais do disco, a cantora e compositora retrata diversos cenários e manifestações artísticas da capital da Louisiana, estado vizinho do Texas, em que a artista nasceu.

Além disso, o processo se destaca pelo número de corporações e produtores envolvidos. Beyoncé já enfrentou processos judiciais de artistas de Nova Orleans. Em 2020, ela e o marido Jay-Z foram alvo de uma ação judicial por causa de “Black Effect”, uma faixa de seu álbum conjunto de 2018, Everything is Love, aberto pela coreógrafa jamaicana Lenora Antoinette Stines. Três anos antes, o rapper Messy Mya apontou uso de sua voz, sem autorização, nos visuais de Lemonade.