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As campanhas de marketing musical mais criativas de 2024

Estratégias de marketing ousadas destacam lançamentos e conectam artistas aos fãs de forma inovadora, ampliando engajamento e resultados.
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Nathália Pandeló
Imagem dividida em três partes, apresentando um homem sorridente à esquerda, um ícone fashion montando um cavalo no centro e um homem charmoso à direita, todos representando a cultura criativa e moderna. James Blunt, Beyoncé e J Balvin.
Crédito: Reprodução/Divulgação

Em 2024, as campanhas de marketing musical transformaram lançamentos em eventos interativos. De desafios propostos por James Blunt a experiências digitais de Aurora, as estratégias conectam os artistas com fãs de diferentes perfis e locais, explorando tanto tecnologias quanto ações presenciais.

Essas iniciativas demonstram como o marketing musical pode fortalecer a relação entre artistas e público, além de ampliar o alcance de projetos já consolidados ou recém-lançados.

Confira alguns dos mais memoráveis abaixo!

As melhores campanhas de music marketing de 2024

James Blunt e o desafio ao público

James Blunt - Um homem sentado em uma cadeira confortável em um ambiente decorado com discos, mostrando um olhar confiante. A imagem transmite uma sensação de nostalgia e amor pela música, ideal para entusiastas.
Crédito: Reprodução

Para marcar os 20 anos do icônico álbum “Back to Bedlam” (sim, aquele que tem “You’re beautiful”), James Blunt lançou uma campanha que envolvia os fãs diretamente. O cantor prometeu mudar legalmente seu nome caso o álbum voltasse ao topo das paradas, desafiando os fãs a sugerirem novas opções. 

A ideia gerou grande engajamento nas redes sociais, com milhares de comentários e likes. Celebridades e marcas também participaram da brincadeira, contribuindo para aumentar o alcance.

Enquanto o álbum ainda não tinha sido oficialmente relançado, as vendas da versão original subiram. Além disso, o público foi incentivado a interagir com conteúdos criados exclusivamente para a campanha, o que ajudou a reacender o interesse em um trabalho lançado há duas décadas. 

O disco acabou não chegando ao número 1 – e o cantor continua se chamando James Blunt -, mas quem o segue nas redes sociais sabe que se tem algo que o inglês aprendeu a fazer bem ao longo do tempo é rir de si mesmo. Dessa forma, sua carreira tirou grande proveito da situação.

Aprendizado para artistas: Campanhas interativas que incentivam a participação do público podem ser eficazes para engajamento, mesmo com recursos limitados.

Coldplay e a campanha digital de “Moon Music”

Para promover “Moon Music”, seu 10º álbum de estúdio, o Coldplay apostou em plataformas digitais como TikTok e Roblox para alcançar um público mais jovem. No TikTok, a banda lançou uma experiência interativa que inclui tarefas como adicionar o single “ALL MY LOVE” a playlists e criar vídeos com as novas músicas. Fãs que completam os desafios recebem um quadro temático para o perfil e podem ser destaque no “Fan Spotlight” oficial da banda.

Além disso, no Roblox, o Coldplay colaborou com quatro jogos existentes para criar experiências temáticas, como obstáculos inspirados na lua em Tower of Misery e Really Easy Obby, e um concurso de arte em Starving Artists. As recompensas virtuais incluíam um acessório exclusivo, o “Coldplay Angel Moon Head”, conectando os fãs ao universo do álbum.

Aprendizado para artistas: Utilizar plataformas digitais e experiências interativas pode ajudar a alcançar públicos específicos e diversificar as estratégias de lançamento.

Aurora e a interação global

Aurora combinou tecnologia, ativismo e proximidade em sua campanha de lançamento. Além de festas presenciais em diferentes países, que conectaram fãs ao redor do mundo (inclusive no Brasil), a artista utilizou um coração digital em realidade aumentada que podia ser acessado em cidades globais, permitindo a interação com o conceito do álbum. Outro destaque foi um caderno físico que viajou pelos shows de sua turnê, coletando mensagens de fãs e fortalecendo a sensação de comunidade.

Aurora também participou de uma ação com o músico Jacob Collier no Ártico, em colaboração com a Greenpeace. A dupla realizou uma performance sobre um iceberg, chamando atenção para os impactos das mudanças climáticas, incluindo a mineração em águas profundas. A iniciativa destacou a perda de dois terços do gelo no Ártico durante os últimos quarenta anos e reforçou a urgência de ações para proteger os oceanos.

Aprendizado para artistas: Combinar temas sociais e experiências digitais pode ampliar o alcance cultural de um lançamento, reforçando o vínculo com os fãs.

Anitta, Alok e o marketing de rivalidade

Para divulgar a colaboração em “Looking for Love”, Anitta e Alok criaram uma narrativa fictícia de rivalidade nas redes sociais. Os artistas trocaram provocações e discutiram quem era o mais ouvido nas plataformas de streaming, o que gerou grande repercussão entre fãs e veículos de comunicação.

Após o lançamento do single, a estratégia foi revelada como parte do plano de marketing. A ação provocou discussões sobre a valorização de números na indústria musical e destacou o trabalho de ambos os artistas, ao mesmo tempo que refletiu sobre questões do mercado atual.

Aprendizado para artistas: Narrativas que geram curiosidade e engajamento podem atrair atenção para lançamentos e criar um ambiente de discussão em torno de questões relevantes.

Fresno e as listening parties

A Fresno adotou uma abordagem mais intimista ao lançar a segunda parte do álbum “Eu Nunca Fui Embora”. A banda organizou listening parties abrangendo mais de 30 cidades, incluindo São Paulo, Brasília e Natal, onde os fãs puderam ouvir as novas músicas em primeira mão e interagir diretamente com os integrantes.

Além do Brasil, a banda expandiu as festas para outros países, incluindo Portugal e Irlanda. Essas festas foram pensadas para substituir o modelo frio de lançamentos digitais, aproximando os fãs em uma experiência coletiva.

Aprendizado para artistas: Listening parties são uma alternativa acessível para criar experiências mais próximas com os fãs, reforçando a conexão com o público.

Linkin Park e a pop-up store no Brasil

Em novembro de 2024, o Linkin Park inaugurou uma pop-up store em São Paulo para promover seu álbum “From Zero”. A loja ofereceu itens exclusivos, como discos de vinil especiais e merchandising limitado, além de atividades interativas, como encontros de fãs.

A estratégia reforçou a presença da banda no Brasil e criou uma experiência que atraiu tanto fãs de longa data quanto novos admiradores, gerando engajamento presencial e online. Tudo coincidiu com as duas datas esgotadas do Linkin Park em São Paulo, e com o lançamento do álbum.

Aprendizado para artistas: Espaços temporários em locais estratégicos podem gerar engajamento e atrair novos públicos, complementando outras ações de lançamento.

Matuê e a apresentação aérea em São Paulo

Matuê - Imagem aérea de um grande público reunido em torno de um palco, com uma performance ao vivo no centro, destacando a energia e emoção do evento.

O rapper Matuê lançou o single “Quer Voar” em setembro de 2024 com uma ação de grande impacto na Praça da Sé, em São Paulo. Ele foi içado a 50 metros de altura por um guindaste enquanto performava a música, criando uma experiência visual e auditiva. O evento atraiu a atenção de uma multidão e gerou grande repercussão nas redes sociais. 

Aprendizado para artistas: Explorar espaços públicos e criar elementos visuais marcantes pode atrair a atenção do público e ampliar a visibilidade de um lançamento.

Beyoncé e o lançamento de “Cowboy Carter”

Beyoncé - Imagem de uma mulher montada em um cavalo, vestindo um traje estiloso e segurando uma bandeira, simbolizando o tema Cowboy Carter.
Crédito: Divulgação

Beyoncé uniu marketing estratégico e narrativa cultural no lançamento de “Cowboy Carter”. A campanha começou com uma aparição no comercial do Super Bowl, que aumentou a expectativa para o álbum. 

Projeções urbanas em museus icônicos, como o Guggenheim, e colaborações com artistas emergentes – com um dos maiores sucessos do ano, Shaboozey – e já estabelecidos – como Post Malone -, colocaram Bey de volta ao debate público. O lançamento até colocou em pauta a dominância masculina e branca no country, e a insistência da Beyhive em colocar “Texas Hold’em” nas rádios acabou, por fim, quebrando barreiras do gênero.

Aprendizado para artistas: Combinar ações estratégicas com narrativas consistentes pode ajudar a destacar lançamentos e gerar engajamento de públicos diversos.

J Balvin e a campanha interativa no Super Bowl

J Balvin - Imagem do comercial do Super Bowl da Verizon, destacando o momento em que uma celebridade global vaza seu número de telefone, gerando grandes reações e engajamento nas redes sociais.

Durante o Super Bowl de 2024, J Balvin surpreendeu os fãs ao “vazar” seu número de telefone em um comercial da Verizon. A campanha permitiu que fãs enviassem mensagens diretamente ao cantor, que “respondeu” – por meio de inteligência artificial. 

Essa interação destacou a capacidade tecnológica da Verizon e criou um vínculo único entre o artista e seu público, aumentando sua presença nas redes sociais e na mídia.

Aprendizado para artistas: Explorar uma identidade visual marcante e fomentar colaborações com outras áreas pode aumentar o impacto cultural de um lançamento.

Charli XCX e o lançamento do álbum remix Brat

Charli XCX inovou ao promover seu álbum “Brat” com uma campanha que utilizou paredes pintadas de verde neon em diversas cidades, conhecidas como “Brat walls”. Essas paredes exibiam mensagens enigmáticas e artes relacionadas ao álbum, sendo atualizadas em tempo real para manter o interesse dos fãs. Em Greenpoint, Nova York, uma dessas paredes tornou-se um ponto de encontro, onde fãs tiravam fotos e aguardavam ansiosamente por novas atualizações. 

Além disso, Charli XCX lançou uma ferramenta online chamada “Brat generator”, permitindo que os fãs criassem visuais inspirados na arte do álbum, com fundo verde e a tipografia característica. Essa iniciativa aumentou o engajamento dos fãs e reforçou a presença do álbum na mente do público. 

Muitas marcas se “bratizaram” durante o lançamento do álbum, graças à popularização do “verde brat”. Marcas de moda e beleza aproveitaram essa onda para se engajar nas discussões online, lançando produtos e coleções inspiradas na estética do álbum. Por exemplo, a H&M colaborou com Charli XCX em um evento surpresa na Times Square, onde a cantora se apresentou vestindo peças da nova coleção da marca, alinhadas com a estética de Brat. Além disso, diversas marcas de esmaltes e cosméticos lançaram produtos em tons de verde neon, capitalizando a popularidade do “verde brat” nas redes sociais. 

Aprendizado para artistas: Elementos visuais marcantes e colaborações estratégicas podem fortalecer a identidade de um projeto e engajar públicos diversos, criando oportunidades de interação acessíveis para qualquer artista.

Oasis e a turnê de reunião como estratégia de branding

Liam e Noel Gallagher mostraram que o público ainda não se cansou se turnês de reunião, entregando a mais aguardada pelos amantes do britpop. 

O anúncio da turnê do Oasis gerou grande expectativa, graças a um teaser misterioso. Agora, estima-se que os shows arrecadem meio bilhão de dólares. Essa movimentação explora não apenas o apelo nostálgico da banda, mas também a força de sua identidade como marca. Elementos visuais e sonoros, como o icônico logo da banda e sua sonoridade característica, foram destacados ao longo das décadas, contribuindo para que o Oasis permanecesse relevante na cultura popular.

Além disso, a rivalidade entre os irmãos Gallagher, frequentemente explorada pela mídia, mantém a narrativa da banda viva no imaginário coletivo. Esses fatores, aliados à exclusividade de um retorno tão esperado, foram fundamentais para criar um impacto tão grande.

Aprendizado para artistas: Manter uma identidade consistente e explorar o apelo da nostalgia pode garantir a relevância de um artista mesmo após anos de inatividade.

Essas campanhas mostram como estratégias criativas podem ajudar artistas a se conectar com o público e a destacar seus lançamentos. A combinação de diferentes formatos, como ações digitais e eventos presenciais, reforça a importância de buscar novas formas de engajamento no mercado.

Inovar não é uma garantia de sucesso, mas é uma forma de explorar possibilidades e encontrar maneiras de manter a relação com os fãs ativa e relevante, mesmo em um cenário que muda rapidamente.

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