A turnê europeia de Alceu Valença com a Orquestra Ouro Preto, que acaba de ser encerrada em Portugal, esgotou ingressos em todas as cidades por onde passou. Com um repertório que mistura ritmos nordestinos às sonoridades da música de concerto, o projeto levou o público a casas de espetáculo tradicionais de Londres, Paris, Utrecht, Barcelona, Berlim, Porto e Lisboa.
O projeto, que comemora os 25 anos da Orquestra Ouro Preto, é a maior turnê internacional da história do grupo. A estreia aconteceu no Barbican Centre, em Londres, um dos principais centros de arte da capital britânica. Em seguida, a turnê passou pela Salle Pleyel, em Paris, e pelo TivoliVredenburg, em Utrecht, que recebe mais de um milhão de visitantes anualmente.
Orquestra sinfônica encontra o forró
A parceria entre Alceu Valença e a Orquestra Ouro Preto começou em 2014 com o projeto “Valencianas” e foi renovada em 2020. O repertório traz clássicos como “Anunciação”, “La Belle de Jour”, “Tropicana” e “Girassol”, em arranjos sinfônicos assinados pelo maestro Rodrigo Toffolo.
As apresentações na Europa mostraram a versatilidade do projeto, que passeia por diferentes estilos sem perder a identidade. Essa fusão de estilos tem mostrado um caminho interessante para a internacionalização da música brasileira, conquistando audiências que vão além dos circuitos tradicionais.
Apresentações em Portugal encerram turnê

O encerramento da turnê aconteceu em Portugal no último fim de semana, com shows no Porto e em Lisboa. No Porto, o concerto foi na Casa da Música, primeiro edifício do país dedicado exclusivamente à música. Em Lisboa, o Centro Cultural de Belém, maior sala de espetáculos do país, recebeu o último show.
O maestro Rodrigo Toffolo destacou a importância da parceria com Alceu Valença para levar a música brasileira a novos públicos. Segundo ele, o projeto une diferentes vertentes musicais, aproximando a música sinfônica de um público mais amplo. Essa abordagem também tem servido de exemplo para outros artistas e grupos que buscam ampliar suas fronteiras e dialogar com públicos internacionais.
“Alceu é uma referência da música brasileira pela sua audácia e contemporaneidade eternas. Valencianas combina os gêneros do sertão e do agreste, tão presentes na sua obra, com a versatilidade da música de concerto. Não é apenas uma forma de homenagear um mestre, mas também de evidenciar a profunda brasilidade que a sua obra nos transmite”, resumiu o maestro.
Histórico da parceria
Desde o lançamento do primeiro disco, “Valencianas”, o projeto tem sido bem recebido tanto pelo público quanto pela crítica. A primeira edição foi gravada em Belo Horizonte e venceu o Prêmio da Música Brasileira em 2015. O segundo disco, “Valencianas II”, foi gravado em 2020, na Casa da Música, no Porto.
O sucesso do projeto também se reflete nas plataformas digitais, com milhares de reproduções e uma presença constante nas redes sociais. Esse alcance digital, aliado às performances ao vivo, tem ampliado ainda mais a visibilidade da música de Alceu Valença e da Orquestra Ouro Preto.
Orquestra Ouro Preto amplia fronteiras
Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto se destaca pelo experimentalismo e pela busca de novas formas de apresentar a música de concerto. O grupo tem se dedicado a aproximar a música clássica do grande público, mesclando diferentes gêneros musicais.
A turnê com Alceu Valença é um exemplo dessa versatilidade, mostrando que é possível unir tradição e inovação em um mesmo palco. O sucesso da turnê europeia reforça o potencial da música brasileira de concerto em cenários internacionais. A experiência adquirida nesses palcos internacionais pode abrir portas para futuras colaborações e novas turnês, solidificando a presença da orquestra em festivais e eventos de música clássica e popular pelo mundo.
Com a turnê, Alceu Valença e a Orquestra Ouro Preto mostram que a música brasileira tem fôlego para atravessar fronteiras, dialogando com diferentes culturas sem perder suas raízes.