O AFROPUNK Brasil encerrou neste domingo (9) sua quinta edição no Parque de Exposições de Salvador, reunindo mais de 50 mil pessoas em dois dias de evento. Com uma programação de 19 atrações e mais de 18 horas de apresentações, o festival consolidou sua presença como uma das principais plataformas de cultura preta no país. O line-up reuniu artistas como Coco Jones, Tems, Sister Nancy, Péricles e Liniker, reforçando o perfil internacional da curadoria.
A edição 2025 teve ainda um papel estratégico para a marca no Brasil. Além da realização em Salvador, o evento promoveu versões AFROPUNK Experience no Maranhão e no Rio de Janeiro, criando conexões regionais e testando novos formatos. A partir dessa experiência, foi anunciada oficialmente uma nova edição no Rio em 2026, sinalizando o interesse em ocupar diferentes territórios culturais do país.
Expansão e planejamento
Segundo Ana Amélia Nunes, sócia e diretora de conteúdo da IDW Entretenimento, realizadora do AFROPUNK Brasil, a decisão de expandir o evento é resultado de um processo de amadurecimento.
“Esse ano tivemos três edições do AFROPUNK Brasil reforçando nosso compromisso com a música preta não só brasileira, mas mundial. E a edição do Rio foi tão especial, que vamos desembarcar na cidade de novo ano que vem”, afirmou.
Vale lembrar que o festival foi criado no Brooklyn (Nova York) em 2005, inspirado no documentário “Afro-Punk” (lançado em 2003 por James Spooner), que retratava a presença negra nas cenas punk e alternativa dos Estados Unidos. A ideia original era criar um espaço de expressão para artistas e público negros em gêneros onde essa presença era frequentemente invisibilizada.
Desde então, o AFROPUNK se transformou em um movimento cultural internacional, com edições em cidades como Londres, Paris, Joanesburgo e Atlanta, além da versão brasileira. O AFROPUNK Brasil teve sua estreia em 2021, em Salvador, cidade escolhida por sua centralidade histórica na cultura afro-brasileira.
O festival passou a operar como um projeto estruturado em rede, com equipes locais em cada estado e foco em economia criativa. Em Salvador, o evento se tornou parte do calendário anual da cidade, impulsionando setores como hotelaria, transporte e serviços. Em 2025, 40% do público veio de fora da Bahia, com visitantes de todos os estados e de 28 países, o que comprova seu papel no turismo cultural.
Cultura, turismo e economia

O impacto do AFROPUNK Brasil não se limita à música. O evento tem atraído empresas e instituições interessadas em associar suas marcas à agenda da diversidade e à valorização de produtores culturais negros. Nesta edição, o festival contou com 15 patrocinadores e 10 ativações de marca, além de parcerias institucionais que viabilizaram experiências interativas e espaços de convivência.
A estrutura contou com áreas de gastronomia, arte e moda, reunindo empreendedores e coletivos criativos da Bahia e de outras regiões. A circulação de público gerou demanda por serviços temporários, empregos diretos e indiretos e oportunidades de visibilidade para artistas e marcas independentes. O evento apresentou uma combinação entre entretenimento e negócio, característica que tem sido determinante para sua sustentabilidade.
A edição 2025 do AFROPUNK Brasil foi apresentada pelo Banco do Brasil, com patrocínio do Governo Federal, Ourocard, Visa, Heineken e Coca-Cola. Também teve apoio de Salon Line, Sebrae, Salvador Shopping, OEI, White Horse e New Era. A companhia aérea oficial foi a Gol Smiles, e o player oficial, o Spotify, contou com parceria institucional do British Council / Ano Brasil Reino Unido.
A produção ficou sob responsabilidade da IDW Company, que atua como agência full service do AFROPUNK no país. O modelo adotado combina planejamento artístico e gestão de marca, com foco em sustentabilidade e representatividade. Em um cenário de retomada dos grandes eventos, o AFROPUNK mantém seu formato de festival de médio porte com projeção internacional, equilibrando público, curadoria e experiência.
Perspectivas para o futuro
O anúncio da edição de 2026 no Rio de Janeiro aponta para uma nova etapa do projeto no Brasil, com expectativa de expansão e integração com circuitos culturais de outras regiões. A realização de múltiplas edições dentro de um mesmo ano indica uma estratégia de consolidação de marca e de diversificação de públicos.
A cada nova edição, o evento reforça a relevância da cultura negra na economia da música e do entretenimento. O formato colaborativo de produção, envolvendo artistas, coletivos e empreendedores locais, tem permitido que o festival se mantenha conectado a diferentes realidades do público brasileiro, ao mesmo tempo em que dialoga com o movimento global do qual faz parte.
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